Bovespa desaba 10% e interrompe negócios

Bovespa desaba 10% e interrompe negócios
Foto: Divulgação

Monday, 09 March 2020

Na sexta-feira, o Ibovespa recuou 4,14%, a 97.966 pontos. No ano, o tombo já é de 15,28%.

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, abriu em forte queda nesta segunda-feira (9), em dia de grande turbulência nos mercados globais após o tombo preços do petróleo adicionar mais um componente de aversão a risco e de temor de uma recessão global.

Às 10h32, o Ibovespa caía 10,02%, a 88.178 pontos, interrompendo os negócios.

Pela regra da B3, quando a queda passa de 10% é acionado automaticamente o circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações de papeis por 30 minutos.

Já o dólar opera em alta, chegando a bater pela 1ª vez R$ 4,79.

Na sexta-fera, o Ibovespa fechou em queda de 4,14%, a 97.966 pontos – menor patamar de fechamento desde 27 de agosto, acumulando queda de 15,28% no ano.

Os preços do petróleo, que já estavam em trajetória de queda em meio ao avanço da epidemia do novo coronavírus, desabaram nesta segunda-feira (9) mais 30%, para perto de US$ 30, na maior queda diária desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991), atingindo mínimas que não eram registradas desde fevereiro de 2016.

Na Europa, as principais bolsas operam em queda em torno de 7%, acumulando perda em torno de 20% no mês de março.

Fracasso de acordo entre Opep e Rússia e guerra de preços

O tombo das bolsas e dos preços do petróleo veio após a decisão da Arábia Saudita de cortar o valor de venda do barril e indicar o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores, na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o tamanho da produção da commodity.

A Rússia se opôs à proposta de cortes mais profundos na produção sugeridos pelos países da Opep e disse nesta segunda-feira que o país poderia suportar preços do petróleo de entre US$ 25 e US$ 30 o barril por um período de entre seis e dez anos.

Com o derretimento generalizado das bolsas, os mercados passaram a temer uma crise da economia real, à medida que a epidemia de coronavírus afeta as cadeias de produção de todo o planeta, obriga o cancelamento de voos e de eventos profissionais e provoca a queda do turismo.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda mundial de petróleo deve cair este ano, pela primeira vez desde 2009, devido à epidemia do novo coronavírus.

Previsão de alta menor do PIB em 2020

Após um início de ano de maior otimismo sobre as perspectivas para a economia brasileira, preocupações em torno dos impactos do coronavírus na economia global e incertezas sobre o ritmo de aprovação de reformas no Congresso têm derrubado as projeções para o PIB do Brasil em 2020.

Os analistas financeiro reduziram, pela primeira vez, a estimativa de crescimento da economia brasileira para um patamar abaixo de 2% em 2020, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo banco Central.

O mercado financeiro baixou a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2020, de 2,17% para 1,99%. Foi a quarta queda consecutiva do indicador.

 


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Redação

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