35% dos restaurantes já fecharam unidades definitivamente
Foto: DivulgaçãoMonday, 29 June 2020
Fechar parte da rede é alternativa para sobreviver; novo adiamento na reabertura em São Paulo é visto como risco à sobrevivência.
Perto de completar 100 dias de portas fechadas, o setor de bares e restaurantes enxerga com preocupação o novo adiamento de reabertura feito pelo governo municipal de São Paulo.
O último levantamento realizado pela ANR (Associação Nacional dos Restaurantes) em parceria com a Galunion aponta que 35% dos bares e restaurantes com mais de uma unidade já fecharam lojas permanentemente por conta do isolamento social para deter a pandemia do coronavírus.
Outros 15% dos estabelecimentos afirmaram que não conseguirão manter os seus negócios após a pandemia. A pesquisa foi feita entre os dias 5 e 17 de junho.
Na sexta-feira (26) o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), protelou a reabertura do segmento para 3 de julho.
A previsão inicial era de que os bares, restaurantes e salões de beleza já poderiam funcionar nesta segunda-feira (29), mas Covas afirmou que, por recomendação do Centro de Contingência, as mudanças só aconteceriam se a capital permanecesse nessa fase por uma semana.
Segundo o presidente da ANR, Cristiano Melles, o governo é descuidado com o setor, que já demitiu 1,3 milhão de pessoas desde o começo da pandemia – 600 mil apenas em São Paulo.
“Cada semana que passa o número de restaurantes que não conseguirão reabrir aumenta e, se considerarmos o alarme falso de sexta-feira, esse contingente ainda pode subir. Muitos pegaram o pouco dinheiro que tinham para fazer um estoque e reabrir nessa segunda-feira e entregaram os pontos, já que parte dos alimentos é perecível e ainda terá que ser jogada fora”, disse.
Outro ponto que preocupa o setor é a falta de acesso ao crédito – tanto por programas do governo como pelo próprio sistema financeiro.
Ainda de acordo com a pesquisa, 76% das empresas que buscaram novas linhas para financiar o negócio tiveram suas propostas recusadas. A mesma porcentagem também já fez uso da MP 936, referente à suspensão ou redução de jornada e salário.