Investimento estrangeiro no Brasil cai 85%

Investimento estrangeiro no Brasil cai 85%
Foto: Reprodução

Friday, 25 September 2020

Os investimentos diretos de estrangeiros no Brasil caíram 85% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2019, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central do país.

No mês passado, o Brasil recebeu 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros, no câmbio atual) em investimentos estrangeiros diretos, contra os 9,5 mil milhões de dólares (8,15 mil milhões de euros) em agosto de 2019.

O investimento recebido pelo Brasil em agosto foi o menor para um mês de agosto desde 2016.

Já na comparação com o mês anterior, o país sul-americano também registou uma queda de 48%, tendo em conta a entrada de 2,7 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) em julho.

Esse tipo de investimento é feito por multinacionais e representa uma importante fonte de recursos para o crescimento interno brasileiro.

Desde o início da pandemia de covid-19, o Brasil tem contabilizado uma queda no volume de investimentos estrangeiros.

Contudo, esta crescente saída de investimentos estrangeiros do Brasil ocorre quando alguns fundos e empresas internacionais ameaçam sair do país se o Governo, presidido por Jair Bolsonaro, não se comprometer com a preservação da Amazónia, a maior floresta tropical do mundo e que já regista níveis recorde de incêndios e desflorestação.

Para o corrente mês, o Banco Central estima um investimento direto no país de dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros). Dados preliminares, registados até à última sexta-feira, indicam que 1,2 mil milhões de dólares (1,03 mil milhões de euros) já tinham sido investidos até à data.

Já os investimentos de brasileiros no exterior mostram uma tendência oposta. Em agosto, as aplicações líquidas no estrangeiro somaram mil milhões de dólares (860 milhões de dólares), quase o dobro do valor totalizado no mês anterior.

Apesar da fuga de investidores, o Brasil continua a registar saldos positivos na sua balança de conta corrente.

O superavit (excedente) em transações correntes chegou a 3,7 mil milhões de dólares (3,17 mil milhões de euros), o maior resultado positivo já registado em agosto, na série iniciada em janeiro de 1995.

Em agosto de 2019, foi contabilizado um défice em transações correntes de 3,032 mil milhões de dólares (2,60 mil milhões de euros).

Nos oito primeiros meses do ano, as transações correntes tiveram um défice de 8,5 mil milhões de dólares (7,29 mil milhões de euros), contra o saldo negativo de 34 mil milhões de dólares (29,1 mil milhões de euros) em igual período de 2019.


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Redação

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