Desemprego cai no Brasil
Foto: Imagem meramente ilustrativaFriday, 29 January 2021
No trimestre encerrado em outubro taxa foi de 14,3%; segundo o IBGE, País tem 14 milhões de desempregados, mas a taxa em novembro foi de 14,1%.
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no trimestre encerrado em novembro de 2020, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mensal divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa foi a mais alta para esse período desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
O resultado veio igual à mediana das expectativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Em igual trimestre de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,2%. No trimestre encerrado em outubro, a taxa de desocupação ficou em 14,3%. O número de desempregados foi estimado em 14 milhões.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.517 no período, o que representa alta de 4,0% em relação a igual trimestre de 2019.
O total de pessoas ocupadas aumentou 4,8% e chegou a 85,6 milhões. São 3,9 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre anterior. Com isso, o nível de ocupação subiu para 48,6%.Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o crescimento da ocupação é explicado pelo retorno das pessoas ao mercado de trabalho após a flexibilização das medidas adotadas para combate da pandemia de covid-19 e pela sazonalidade de fim de ano especialmente no comércio.
"O crescimento da população ocupada é o maior de toda a série histórica. Isso mostra um avanço da ocupação após vários meses em que essa população esteve em queda. Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado que estavam fora por causa do isolamento social e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação", explica.
A maior parte do crescimento da ocupação veio do mercado informal. Um exemplo é o número de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, que cresceu 11,2%, chegando a 9,7 milhões. Com esse acréscimo, a taxa de informalidade chegou a 39,1% da população ocupada, o que representa 33,5 milhões de trabalhadores informais no País. No trimestre anterior, a taxa foi de 38%.
"Os trabalhadores informais foram os mais afetados no começo da pandemia e também foram os que mais cedo retornaram a esse mercado. A população informal nesse mês de novembro corresponde a cerca de 62% do crescimento da ocupação total e, no trimestre encerrado em outubro, respondia por quase 89% da reação da ocupação. Então, a informalidade passa a ter uma participação menor em função da reação da carteira de trabalho assinada", diz Adriana.
O contingente de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada aumentou 3,1% (895 mil pessoas a mais) e agora soma 30 milhões. No mesmo período, a categoria dos trabalhadores domésticos aumentou 5,1% e agora é formada por 4,8 milhões de pessoas. Também houve crescimento de 1,4 milhão de pessoas no contingente de trabalhadores por conta própria, que chegou a 22,9 milhões. No entanto, se comparado ao mesmo período de 2019, essa categoria perdeu 1,7 milhão de pessoas.
"Embora haja esse crescimento na ocupação nesse trimestre, quando a gente confronta a realidade de novembro de 2020 com o mercado de trabalho de novembro de 2019, as perdas na ocupação ainda são muito significativas", afirma Adriana, que ressalta que atividades como alojamento e alimentação, serviços domésticos e o comércio ainda acumulam perdas anuais relevantes.
O contingente total de pessoas ocupadas no País caiu 9,4% na comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2019, o que representa uma redução de 8,8 milhões de pessoas. "O avanço da ocupação é significativo, tanto em aspectos quantitativos quanto qualitativos, uma vez que vimos o crescimento da população com carteira assinada e a sua disseminação por diversas atividades. Mas a gente ainda está bem distante de um cenário pré-pandemia."