Brasileiro vê economia do País e a própria melhorarem só em 2022
Foto: Imagem meramente ilustrativaThursday, 22 April 2021
Dos entrevistados da região Sul, 69% acham que o desemprego vai crescer, pouco abaixo da média da pesquisa nacional (70%). Outros 84% preveem o aumento da inflação e do custo de vida.
Mais da metade dos brasileiros que vive na região Sul acredita que as finanças da família só deverão melhorar a partir do ano que vem. Os que acreditam que essa recuperação acontece ainda em 2021 somam menos de um quarto da população. As conclusões são do levantamento inédito, realizado entre 3 mil pessoas maiores de 18 anos em todo o país, na primeira semana de março deste ano.
"Durante a pandemia, o papel do setor financeiro transcendeu, em muito, nossas atividades. Além de 3,5 trilhões de reais que foram concedidos para o crédito, participamos de movimentos solidários que permitiram a milhões de pessoas enfrentarem melhor este momento. Estamos falando mais com a sociedade porque para melhor atendê-la é preciso ouvi-la cada vez mais", diz João Borges, diretor de Comunicação da FEBRABAN.
Segundo o RADAR FEBRABAN, 60% dos entrevistados na região SUL acreditam que a situação das finanças da família só deve melhorar no próximo ano. No Brasil, como um todo, esse índice é de 54%, demonstrando um pessimismo maior na região.
Os que acreditam na recuperação das finanças familiares ainda este ano na região SUL perfazem 24%, pouco acima da média nacional (23%). Ainda na região, 84% pensam que o Brasil não terá recuperação econômica em 2021. Em relação aos dados nacionais, esse índice atinge 75%.
Os prognósticos sobre desemprego, acesso a crédito, taxa de juros, inflação e poder de compra da população também são predominantemente negativos: 69% acham que o desemprego vai crescer, pouco abaixo da média da pesquisa nacional (70%). Outros 84% preveem o aumento da inflação e do custo de vida (80% é a média nacional); 76% dos entrevistados acreditam que a taxa de juros vai aumentar (igual à média nacional); e 67% vislumbram a diminuição do poder de compra das pessoas (64% na média nacional).
"A crise de saúde provocada pela pandemia atingiu em cheio a economia global, e com especial impacto no Brasil que já vinha tentado se reerguer após sucessivos anos de baixo crescimento. Grande parte das famílias tem ou teve que conviver por um longo período com perdas financeiras, esvaziamento das reservas, redução salarial, desemprego. Diante de tantas dificuldades enfrentadas, não é de estranhar o pessimismo quanto à recuperação financeira das pessoas e do país", avalia o coordenador da pesquisa, cientista político e sociólogo Antonio Lavareda presidente do Conselho Científico do IPESPE.
PIX é aprovado pela maioria dos usuários após três meses de uso
Após 90 dias de uso, o PIX está aprovado pelos usuários que o utilizam para transferências e outras operações bancárias. A pesquisa também detectou uma boa avaliação dos bancos entre a população neste período de pandemia.
Além da expressiva satisfação dos usuários com o PIX, o RADAR FEBRABAN identificou que, mesmo com o avanço dos hábitos online, a maioria das pessoas se sente pouco, ou nada, segura em relação ao uso dos seus dados pessoais na internet.
Na região SUL, em questão de múltiplas respostas, 45% disseram ter feito transferência bancária através do PIX; 43% o utilizaram para fazer pagamento; 39% recebem pagamentos com ele e 34% contaram com a ferramenta para receber transferências. A nota média atribuída ao PIX na região é de 8,9, igual à nota média nacional. Uma parcela de 34% afirma não ter usado o PIX (abaixo da média nacional, que é de 38%).
Compilados os dados de todas as regiões, 1% dos entrevistados informou que usa a ferramenta como aplicativo de relacionamento (o que corresponde a cerca de um milhão e seiscentas mil pessoas).
Quanto à segurança, cerca de um terço dos entrevistados na região SUL (33%) considera que os bancos oferecem o PIX mais seguro, contra apenas 16% que apontam as fintechs. Além disso, uma parcela considerável (23%) respondeu "ambos".
Os bancos foram bem avaliados pela maior parte dos entrevistados. A população enxerga uma atuação positiva do setor bancário no tocante ao desenvolvimento econômico, à geração de emprego, à melhoria da qualidade de vida das pessoas e ao combate à pandemia.
Segundo o RADAR FEBRABAN, a confiança da população da região SUL nos bancos, em meio à crise e a percepção sobre sua contribuição nas diversas áreas, é majoritariamente positiva: 57% afirmaram confiar nas instituições bancárias (igual à média nacional). Também foram avaliados os níveis de confiança nas empresas privadas (54%) e nas fintechs (55%). Para efeito de comparação, as médias nacionais nesses quesitos foram 51% e 49%, respectivamente.
Entre a população bancarizada da região, as maiores contribuições dos bancos apontadas na pandemia referem-se à economia (45% de contribuição positiva) e ao enfrentamento da crise do coronavírus (41% de contribuição positiva). Com relação ao atendimento, 72% se dizem satisfeitos, enquanto outros 26% ainda estão insatisfeitos. O índice de satisfação é maior na região em relação à média nacional (69% satisfeitos e 29% insatisfeitos).
Na região, 64% dos entrevistados se sentem inseguros com relação à proteção de seus dados pessoais na internet, e 53% afirmam tomar cuidado e adotar medidas protetivas. Os dois índices estão alinhados com a média nacional da pesquisa (62% e 56%, respectivamente).
Outro dado que chama atenção no estudo é a relevância atribuída à responsabilidade social e ambiental das empresas. Quase nove, em cada dez entrevistados, entendem que os empresários devem assumir compromisso com essas áreas.
Para 84% dos entrevistados na região, o compromisso socioambiental de uma empresa é muito importante ou importante para a opinião que formam sobre ela, resultado inferior à média nacional (87%).