Loja da Havan na Rua das Palmeiras é aprovada
Foto: DivulgaçãoThursday, 29 July 2021
A construção ainda não tem data para começar, mas a decisão abalou a credibilidade do Conselho do Patrimônio Cultural Edificado.
Enfim o projeto da Havan da Rua das Palmeiras foi aprovado pelo Conselho do Patrimônio Cultural Edificado (Cope). Em uma reunião com a composição dos conselheiros levemente alterada – como a substituição da suplente Sueli Petry pelo titular Sylvio Zimmermann – o empreendimento foi autorizado por 12 votos a 3. Um resultado muito favorável.
O Instituto Histórico de Blumenau (IHB) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) renunciaram as suas cadeiras no Cope em protesto. A reunião online foi assistida por cerca de 100 pessoas.
Antes da reunião, houve muitos movimentos de bastidores. O secretário de Planejamento Éder Boron – que também preside o Cope – havia tido conversas com o do 10º Batalhão de Polícia Militar afirmando que a construção da megaloja poderia diminuir a criminalidade na região. A PM concordou, o que ajudou a encorpar o apoio ao projeto.
O ex-prefeito Félix Theiss, cuja opinião ainda tem grande relevância para a sociedade blumenauense, afirmou que uma Havan construída naquele terreno seria muito menos prejudicial para o Patrimônio Cultural da região do que o terreno abandonado que hoje existe lá.
Ele afirmou que a loja havia tentado negociar os terrenos da Casa Royal e da antiga Pittol antes, mas, não tendo êxito, optou pela Rua das Palmeiras, onde frequentemente ocorrem alagamentos.
A loja que terá dois pavimentos, 180 vagas de estacionamento para carros, 100 para bicicletas e 63 para motocicletas, em 6,5 mil metros quadrados, deve gerar mais de uma centena de empregos, direta e indiretamente. A entrada do estabelecimento será pela Alwin Schrader, para impactar menos no fluxo do tráfego que vem do Garcia via Rua das Palmeiras.
Agora que o megaempreendimento foi aprovado, os membros do Cope – principalmente aqueles que votaram contra sob o pretexto de proteção ao Patrimônio Histórico – deveriam votar sobre a responsabilização de imóveis abandonados na região. Alguns históricos, outros não.
A carcaça do prédio do Edifício América, compreende-se, é um imbróglio jurídico muito acima do Cope. Mas a casa azul ao lado da Câmara – a famosa ‘casa do Jaime’ – se tornou um risco à segurança pública estando aos pedaços, sequer tendo teto e mantendo uma pesada sacada segurada apenas por uma frágil fachada sem suportes robustos. Sacada que, um dia, pode vir a matar alguém. E aí dirão: “nossa... quem diria que isso poderia acontecer... foi repentino”.