Facebook e China impulsionam recuperação da Bolsa

Facebook e China impulsionam recuperação da Bolsa
Foto: Imagem meramente ilustrativa

Friday, 29 April 2022

Real supera força do dólar e tem dia de valorização, apesar dos riscos.

Um rali de investidores em busca de oportunidades no setor de tecnologia nos Estados Unidos espalhou otimismo nos mercados globais de ações na tarde desta quinta-feira (28).

Ventos favoráveis também sopraram da Ásia, onde promessas de estímulos do governo da China voltaram a valorizar o setor de commodities metálicas, um dos mais importantes da Bolsa de Valores brasileira, que reverteu a queda do início da sessão para fechar no azul pelo segundo pregão consecutivo, após sete baixas diárias anteriores.

O índice de referência Ibovespa subiu 0,52%, a 109.918 pontos. As ações da Vale subiram 2,47%, dando a maior contribuição positiva ao mercado doméstico.

"A alta da Vale está corrigindo uma sequência de quedas provocadas pelo lockdown chinês", comentou Charo Alves, especialista da Valor Investimentos.

Permissões para a reabertura de fábricas e o afrouxamento do confinamento para contenção da Covid em Tangshan, principal centro produtor de aço da China, também contribuíram para a recuperação do setor de ferro e aço.

A taxa de câmbio brasileira recuou pela segunda vez, apesar da ampla valorização do dólar contra as principais moedas mundiais. A queda da moeda americana foi de 0,54%, que fechou o pregão cotada a R$ 4,94.

​Na Bolsa de Nova York, o índice de referência S&P 500 saltou 2,47%, impulsionado pelo setor de tecnologia. O indicador Nasdaq, que acompanha empresas de médio porte desse segmento, escalou 3,06%. O Dow Jones ganhou 1,85%.

As ações Meta Platforms, controladora do Facebook, dispararam 17,63% um dia após a companhia ter divulgado números de usuários diários ativos acima das estimativas.

Apesar do cenário otimista refletido pelos ganhos nas Bolsas, investidores passaram boa parte do dia buscando proteção em ativos ligados à moeda americana enquanto avaliavam dados da economia dos Estados Unidos, cujo PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 1,4% no primeiro trimestre —primeiro tombo desde o segundo trimestre de 2020—, embora os gastos dos consumidores estejam em alta.

"Era amplamente esperada uma alta de 1% no PIB americano, mas esse resultado negativo estressou o mercado quanto a uma possível recessão ou desaceleração da economia mundial", disse Alves.

Desorganizações na cadeia mundial de suprimentos durante a pandemia e agravadas pela guerra na Ucrânia explicam um cenário de dificuldade para o crescimento econômico e inflação crescente provocada pela redução da oferta.

A inflação reforça a expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) irá subir agressivamente os juros nos Estados Unidos para, por meio da restrição ao crédito, tentar frear os preços. O efeito colateral é a valorização dos títulos do Tesouro do país, que passam a atrair dólares até então aplicados em ativos mais arriscados, como é o caso da Bolsa e da renda fixa do Brasil.

O preço do barril do petróleo Brent subia 2,21% no início da noite, a US$ 107,65 (R$ 527,44). É a terceira alta seguida após uma sequência de quedas provocadas pelo temor de desaceleração na China devido à política de combate ao coronavírus. A matéria-prima, porém, se mantém em um patamar historicamente elevado desde o início da guerra, contribuindo para a alta da inflação global.


>> SOBRE O AUTOR

Redação

>> COMPARTILHE