Inflação nossa de cada dia: rede parcela pacote de Doritos
Foto: DivulgaçãoWednesday, 15 June 2022
Pessoas em toda a internet mostram outros itens com preços surreais.
A alta dos preços, que já é sentida no bolso do consumidor em itens da cesta básica, legumes e carnes, chegou aos lanches. Segundo uma publicação feita no microblog Twitter, uma rede de varejo está vendendo um pacote de Doritos de 300g por R$ 21,99, parcelando o pacotinho no cartão. A publicação, que já tinha 4.384 compartlhamentos no fim da tarde desta seguna-feira (dia 13), diz: "A situação do Brasil está tão crítica que o supermercado está até permitindo o PARCELAMENTO DE UM DORITOS (é sério, meu amigo postou no stories)".
Os comentários sobre o tuíte de @artevillar1 dão conta de outros preços para lá de estratosféricos. A internauta @wwhylia publicou a foto de caixas de morangos numa gôndola com a seguinte legenda: "13 reais numa bandeja de morango (e nem foi em mercado "chique" tipo pão de açúcar/zona sul)". Logo depois, outra pessoa (@GabriellaEmartt) respondeu: "No meu bairro está 15 reais"
Logo surgiram outros posts sobre preços absurdos no Twitter. A internauta @Eori_fontelli publicou a foto de um açougue que parcela as compras em duas vezes.
Em outro post, o usuário @otafullmiga publicou o vídeo de uma gôndola cheia de embalagens de Nutella com alarmes antifurto.
De São Paulo, a usuária @xykazuha postou a foto de um pacote de Doritos por R$ 28,50, dizendo: "Eu moro em São Paulo, zona norte e tá assim aqui". Já o internauta @cafezinpreto publicou a imagem de um pacote de Ruffles por R$ 28,99: "E a pérola aqui na minha cidade".
O internauta @chokitodecarne mostrou o preço de pimentões amarelos, que saem a R$ 22,90, criticando: "Eles chamam isso aqui de 'oferta'".
A alta chegou também às populares Havaianas. No Twitter, @liviavelocci publicou a imagem dos chinelos da Minnie sendo vendidos a R$ 79,90. Em seguida, criticou: "Absurdo!!!!! Quase o preço da cesta básica!!!!!!!!!", apresentando em seguida a imagem de uma cesta básica sendo comercializada por R$ 97,90.
Alimentos são os vilões da inflação
Os alimentos se tornaram o principal vilão da inflação brasileira — os preços gerais da economia subiram 12,13% nos últimos 12 meses, mas a alimentação no domicílio (que exclui comida comprada em restaurantes) subiu 16,12%. No último mês, a alimentação e os transportes responderam por 80% da alta geral dos preços no país.
Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 777,93), seguida por Florianópolis (R$ 772,07), Porto Alegre (R$ 768,76) e Rio de Janeiro (R$ 723,55).
Em cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 548,38) e João Pessoa (R$ 567,67).
Com base na cesta mais cara do país, registrada em São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência seria de R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o piso nacional de R$ 1.212.