Itaú eleva de 1,6% a 2% projeção para crescimento da economia

Itaú eleva de 1,6% a 2% projeção para crescimento da economia
Foto: Reprodução

Friday, 08 July 2022

Para justificar revisão, instituição menciona dados mais fortes no mercado de trabalho e ampliação do pagamento de benefícios sociais, prevista na PEC dos Benefícios que tramita no Congresso.

O Itaú elevou nesta sexta-feira (8) sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2022 de 1,6% para 2%.

Para justificar a revisão, a instituição menciona dados mais fortes no mercado de trabalho e a ampliação do pagamento de benefícios sociais para o segundo semestre, prevista na PEC dos Benefícios que tramita no Congresso.

“(As medidas da PEC) devem impactar positivamente a economia no período”, disse. Para 2023, o banco manteve em 0,2% sua expectativa de alta do (PIB) Produto Interno Bruto.

O Itaú também revisou a projeção de taxa de desemprego para de 11% para 10,5% neste ano e de 12,3% para 11,2% em 2023.

Apesar da melhora, o banco ressalta que sustentabilidade fiscal está voltando a ser um desafio relevante, por conta da possível trajetória dos gastos públicos a partir do ano que vem.

“O próximo governo terá que definir sobre a continuidade dos auxílios que serão implementados no segundo semestre deste ano, além do arcabouço fiscal que será válido à frente, em uma economia emergente com dívida pública alta e juros elevados”, diz em nota.

Vale lembrar que o aumento de benefícios previstos na PEC vale só até o fim deste ano, mas há o temor no mercado de que o próximo governo mantenha os gastos acima do teto constitucional.

O Itaú também elevou a previsão para déficit primário de zero para 0,4% do PIB em 2022. Para 2023, passou de -0,1% para 1,5%. Já a previsão para a dívida bruta ficou em 79% e 84% do PIB neste ano e no próximo, respectivamente.

Para a taxa de câmbio, o Itaú manteve a expectativa em R$ 5,25 por dólar para o final de 2022 e R$ 5,50 por dólar para o final de 2023, mas alerta que a “rapidez do movimento recente aumenta o risco da depreciação projetada para o próximo ano ocorrer antes”.

Sobre o IPCA, inflação oficial, o Itaú reduziu novamente a projeção para 2022 de 7,5% para 7,2%. “Além das diversas medidas de redução de impostos incidentes nos preços de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações já consideradas na nossa última revisão, incorporamos também o efeito da fixação do PMPF (preço médio ponderado ao consumidor final, utilizado no cálculo do ICMS) de gasolina e GLP na média dos últimos 60 meses”, disse em nota.

Para 2023, a estimativa foi mantida em 5,6%.

O Itaú manteve sua expectativa de Selic a 13,75% ao ano no fim de 2022. Para 2023, a projeção é de cortes apenas na segunda metade do ano, para 9,75% a.a.

Cenário global

A estimativa para o crescimento do PIB global em 2022 foi para 2,9%, de 3% anteriormente, e para 2,6%, de 3% anteriormente, em 2023, “com maior risco de recessão nos EUA e na zona do euro”.

Para a economia dos Estados Unidos, o Itaú prevê expansão de 2% (2,7%, anteriormente) em 2022 e 1% (de 2%) em 2023.

“O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve continuar com uma estratégia de realizar logo o aperto monetário necessário (voltando a subir a taxa básica de juros em 0,75 p.p. em julho, com taxa terminal em 4,0%-4,25%) devido à inflação elevada”.

Para a Europa, a projeção de crescimento do PIB ficou em 2,5% em 2022 e em 0,7% (2,0%, anteriormente) em 2023, “mas um racionamento de energia representa risco negativo”.

“O Banco Central Europeu (BCE) iniciará a alta das taxas de juros mais tarde que outros países (alta de 0,25 p.p. em julho, seguida de dois acréscimos de 0,50 p.p. em setembro e outubro e 0,25 p.p. em dezembro, encerrando em 1,0%), mas, uma vez que a economia já mostra sinais de desaceleração, a instituição pode não ir muito longe com o ciclo de aperto monetário”.

O banco ressalta que a China é exceção e deve ter crescimento forte no segundo semestre de 2022. “Mantemos as projeções de expansão do PIB de 4,2% em 2022 e de 5% em 2023”.


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Redação

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