Segunda edição do Girls Gang lota o Yeha Noha

Segunda edição do Girls Gang lota o Yeha Noha
Foto: Rick Latorre

Sunday, 12 August 2018

O projeto, de iniciativa da fotógrafa Thainara Felippi, mais uma vez reuniu dezenas de mulheres no mais encantador espaço de Blumenau.

Alguns dizem que ser mulher é, antes de tudo, um ato político. Um brado revolucionário, para outros. Também há aqueles que afirmam que o feminino é a graça em um temporal. Mas a verdade é que ser mulher é tudo isso e muito mais. Aquém do que um homem pode entender. É o sublime encontrando-se o mais próximo possível da realidade, onde todo um Universo cabe em apenas um indivíduo. Mas, acima de tudo, ser mulher é ser livre. E poder usar dessa liberdade como lhe aprouver.

Em um mundo patriarcal inundado pelo cinismo e pela descrença, onde ‘culturas’ oprimem suas mulheres e a mídia as objetifica, torna-se cada vez mais necessário que haja união entre elas para que possam, enfim, exigir o respeito e a admiração que tanto merecem.

O mundo que nossos pais construíram fracassou. O Sistema vê um colapso iminente e o planeta começa a dar sinais de que a Natureza já não suporta mais a forma como vem sendo destratada. Maniqueísmo, fanatismo e pragmatismo proselitista estão polarizando uma sociedade cada vez mais frágil. O patriarcado nunca pôde manter a harmonia sozinho. Réles alucinação arrogante.

Eis que a nova geração surge mais consciente. Onde antes havia descaso com o lixo, hoje há reciclagem. A imposição egoísta sobre os animais deu lugar à empatia. E as pessoas começam, mesmo que aos poucos, a entender a importância do respeito. De dar tudo de si para tornar o mundo onde vivem um lugar melhor. Sem bandeiras, partidos ou crenças individuais.

A ignorância do passado já não encontra mais morada. Comentários misóginos deploráveis tem sido cada vez mais combatidos. Discussões começam a ser embasadas na seara da razão, não da crença cega. Um novo Iluminismo afasta a era de trevas onde vivíamos. René Descartes sentiria orgulho.

Claro que, como todas as batalhas, essa será difícil de ser vencida. O mundo ainda está repleto de abusos morais, olhares oblíquos maledicentes repletos de segundas intenções, julgamentos morais hipócritas, exploração sexual, desigualdade de gênero e abominações deploráveis como a institucionalização do estupro no Congo, a completa rejeição à menininhas recém-nascidas na China, as leis humilhantes do Oriente Médio ou à ‘tradição’ da excisão na Etiópia. Mas é dando o primeiro passo que se começa uma jornada. E é fortalecendo cada elo que uma corrente se torna forte. Então é fascinante ver mulheres de todos os lugares, idades e origens se unindo. A nova aurora do empoderamento real.

Quando a fotógrafa Thainara Felippi idealizou a primeira edição do evento em junho a repercussão foi enorme. Um encontro de mulheres para trocar vivências, comercializar produtos, aprender sobre Esoterismo, saborear comida vegana, respirar arte e se inspirar com a Natureza no ambiente perfeito: o espaço Yeha Noha, um paraíso no meio de Blumenau.

Os responsáveis pelo lugar, Murilo da Silva e Carolina de Souza, conseguiram criar um solar de paz, equilíbrio e boas vibrações através do amor e do capricho com o qual cuidam no espaço e cativam as pessoas. O Yeha é mais do que um ponto de encontro: é um ideal.

E que dia ideal para ocorrer a segunda edição do Girls Gang foi esse sábado ensolarado (11/08).

Debaixo de um céu de brigadeiro dezenas de pessoas – na grande maioria mulheres – puderam aprender sobre Yoga com Juliane Schmitt, Astrologia com Emily Rosa, florais com Beatriz Rolim, cristais com Victória Bernardi e trocar experiências com a psicóloga Ana Carolina Friggi Ivanovich, num local repleto de respeito e compreensão.

Além de fogueiras, a segunda edição do Girls Gang contou com sushi vegano da chef Jaqueline Kroplin, tatuadoras, atrações musicais como a excelente A Somah, dupla de rap formada por Nathasha Mayer e Stella Villar, que abordam de forma única o dia-a-dia e percalços desse desafio que é ser mulher.

Outra atração foram as lojinhas, como a Semente Baby de bodies infantis, a Essencial Pet com os mais adoráveis acessórios e roupinhas para o seu amigo de quatro patinhas, a Necklaces, a G Bolsas Artesanais, a A-Gridoce Moda Sustentável (com lindos kimonos), a Trip Art Acessórios Artesanais da querida Débora Tridapalli e o admirável projeto Brechó DesapegArt, da adorável Jennifer Avi e da iluminada Caroline Nuss.

Sem esquecer, claro, da presença mais do que especial da massoterapeuta Bruna Kretzer.

São atitudes como a criação desse evento que solidificam ainda mais a cada dia a força feminina. São lugares como o Yeha que mostram que ainda há muita energia boa neste mundo que precisa, mais do que nunca, de ajuda. E são pessoas como as supracitadas – e tantas outras que não caberiam aqui – que estão plantando sua semente para tornar o mundo um lugar melhor.

Que venha o terceiro Girls Gang, cada vez maior. Que a força das mulheres ganhe cada vez mais destaque. E que, assim como inspiram e são inspiradas, essas nobres almas consigam libertar o mundo que a própria humanidade agrilhoou num calabouço de falsas convicções.

Parabéns, meninas. Parabéns, Yeha, E que venham muitos outros Girls Gang!


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Ricardo Latorre

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