Batalha de Rap na Prainha coroa o final de semana

Batalha de Rap na Prainha coroa o final de semana
Foto: Rick Latorre

Monday, 25 February 2019

Apesar de o abandono da prefeitura com a Prainha, o evento foi mais uma vez um sucesso.

Nesse domingo aconteceu na Prainha mais uma ótima batalha de rap. Um público muito respeitoso e engajado encheu o local para prestigiar os confrontos entre duplas.

Ao todo 32 MCs – divididos em 16 duplas – se digladiaram no melhor espírito esportivo levando o público ao delírio na concha acústica da Prainha. Entre rimas e beats alguns confrontos usavam de ‘marra’ e outros tiravam onda, num ótimo programa para uma tarde de domingo.

Estrelando o evento rolou um pocketshow do Ice Black. A Batalha teve a organização de Bruno Mendes, Vitor Zager e do meu amigo Ramon Lima, sempre presente, além de a presença do músico Nathan Couto (ex-Garrafas Voadoras).

A 25° Batalha da Prainha teve o importante apoio do Brasilic Superfood Bar, Fivebucks Company, Flow Store, Movimento SkateShop e Síntese Criativa. Quem apoia a cena merece ser citado em propaganda de graça, sim. Porque a cena cultural de uma região é, talvez, seu mais forte elemento identitário. Que muitas mais batalhas sempre aconteçam.

Infelizmente, quem mais poderia apoiar – o Poder Público – se furta dessa obrigação. Enquanto o prefeito brinca de blogueirinha no Instagram a Prainha está deixada às traças com a estrutura da concha acústica aparentemente avariada. Um espaço público não merece cuidados ou só merece se for o Parque Ramiro Ruediger?

No passado surgiu aquela desculpa dantesca de ‘revitalização da Prainha’ que o ex-prefeito João Paulo Kleinübing (envolvido em diversos tipos de denúncias) e o birutão de posto de gasolina Popô (Napoleão Bernardes, o que prometeu não fazer nada e, de fato, não fez) iniciaram. Seis anos se passaram e o que era para ser um parque está abandonado no meio da cidade.

Na época fontes ligadas ao Executivo garantiram que o parque teria sido fechado por conta de vizinhos na Ponta Aguda reclamando do ‘Vamos Siúni’ e chegaram até mesmo a usar o grotesco termo “higienização social”. Higienização seria escorraçar a maioria dos aspones que trabalham em cargos comissionados e nada fazem além de gastar dinheiro público.

A questão agora é saber se Hildebrandt – que tem claras intenções de concorrer à prefeitura em 2020 – vai realmente revitalizar a Prainha ou se vai achar que eleitorado é germe enquanto espera que a concha acústica caia na cabeça de alguém para dizer que foi “uma fatalidade”.

Ou, pior, interditar o espaço de novo porque é a forma mais barata e covarde de dizer que está fazendo algo.

Mas vamos torcer para que as autoridades tragam mais dignidade aos usuários de um dos locais mais bonitos da cidade e que mais pessoas como os organizadores da Batalha apareçam, levando cultura democraticamente a todos.

Parabéns aos organizadores, apoiadores e participantes. Nos vemos na próxima.


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Ricardo Latorre

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