Mais uma vez, Batalha da Prainha é sucesso total
Foto: Rick LatorreMonday, 01 April 2019
Enquanto uma classe política asquerosa e frouxa foge de suas obrigações, a Cultura é mantida viva pelas mãos de pessoas unidas e engajadas em lutar pelo que acreditam.
Nesse domingo (31/03) aconteceu a 26° edição da Batalha da Prainha, reunindo dezenas de pessoas entre poetas, curiosos e o já fiel público da cena local.
Nesta edição do evento aconteceram batalhas de conhecimento, onde os MCs a se confrontar precisavam se ater a temas aleatoriamente escolhidos que iam desde ‘verdade’ até ‘infância’ em oito confrontos que se afunilavam em rounds levando a plateia ao delírio.
Antes do evento principal houve um slam de poesia com o mestre de cerimônia Abraão 504.
As poesias eram declamadas sem batida... algumas explicitando posicionamentos políticos e, outras, experiências de vida. Jurados davam as notas. A poetiza Elisa, cujos versos eram carregados de verdade e vasta bagagem cultural sendo recitados por uma postura altiva e uma voz muito bem empostada numa interpretação incrível, foi a grande vencedora do slam.
Nas batalhas, os MCs se superaram. Eu, ex-lutador, sempre me sinto como no octógono ao ver que por mais fulminante que seja a encarada entre os poetas, no final o espírito de irmandade sempre prevalece. E o evento desse domingo não foi diferente: desde iniciantes até veteranos, a batalha teve seu ponto forte com Will Criss e JG, dois MCs borbulhando ‘sangue nos olhos’ e com muito a dizer, sendo que Criss sagrou-se campeão da batalha dessa edição.
Depois do evento, que teve o DJ Leocadio nas pick-ups e contou com Pedro Slim como mestre de cerimônia, aconteceu um pocket show com Lilith, Plano de Fuga e com o MC NsW, um artista talentosíssimo com uma voz potente que já havíamos conhecido no Yeha Noha.
É impressionante como as pessoas, unidas, conseguem devolver a vida a locais condenados. A Prainha, que já foi um dos mais agradáveis lugares da cidade, foi devastada pela boçalidade medíocre do ex-prefeito João Paulo Kleinübing (citado por corrupção na operação ‘Tapete Negro’), pela covardia cínica do também ex-prefeito Napoleão Bernardes (citado em delações premiadas na ‘Operação Lava-Jato’) e pela inércia oportunista do atual prefeito Mário Hildebrandt (acusado pelo ex-presidente da Câmara de Vereadores de comprar medalha com dinheiro público).
Enquanto essa escória – eleita sob pretexto de fazer algo de útil à sociedade enquanto apenas beneficiam seus próprios interesses – desprezam aquilo pelo qual deveriam lutar, pessoas de bem como os organizadores da Batalha e amigos – sejam Viti, Nobru, Ramon, entre tantos – fazem aquilo que deveria ser de obrigação do Estado: não deixar a cultura morrer.