Sabe aquela ocasião onde as pessoas se juntam com o único propósito de propagar a arte e levar música e cultura ao maior número de pessoas possível? Temos exemplos aos montes no Brasil e um deles inclusive aqui pertinho, em Itajaí (SC).

Formada por Victor Dalferth (teclados e violão), Fábio Pádua (flauta), William Fedrizzi (violoncelo) e Hyndira Borba (percussão), a Óros Boros tem se destacado na região e fora dela não apenas pela musicalidade diferenciada, mas também pela disposição dos artistas em quebrar qualquer tipo de barreira.

As primeiras apresentações aconteceram nas próprias calçadas do nosso Litoral, ao alcance de qualquer um que estivesse passando no momento pelo local. O grupo também levou a experiência pros palcos e fez sua estreia na penúltima edição da BOI Convida no ano passado, em evento promovido pelas Bandas Organizadas Independentes.

Pouco depois já eram uma das atrações da ReVirada Bruxólica e estavam com uma viagem marcada para o Uruguai. Essa por conta própria e com uma única meta: musicalizar o trajeto e tocar ao vivo sempre que a oportunidade surgisse.

No caminho, uma pequena parada em Pelotas (RS), onde alguns vídeos foram registrados pelo designer Gabriel Floss. Confira um deles abaixo:

Depois de passar por Punta Del Este, a chegada em Montevideo, no Uruguai, aconteceu neste fim de semana. O grupo conseguiu chegar a tempo de participar de uma das maiores feiras de artesanato da América Latina que acontece na cidade.

Foram apresentações em calçadas, restaurantes, bares, na frente de lojas. E o grupo ainda ficaria por lá mais uma semana se não fosse o despautério cometido na manhã desta terça-feira (14/02).

Mesmo com o alarme ligado, o carro que levava a banda com seus pertences foi arrombado e uma bolsa com todos os cabos que ligam os instrumentos foi roubada.

Quem conhecia os integrantes sabe que eles sequer saíam de suas casas por aqui sem seus instrumentos. Se você os encontrasse na mesa de um bar, eles estariam com os instrumentos do lado. Se não estivessem do lado, com certeza estariam no carro.

O furto cometido ontem é mais uma prova de que a criminalidade não tem o mínimo de consideração e respeito por qualquer traço de humanidade alheia. Roubar músicos, médicos, professores e tantos outros cidadãos de bem é uma afronta inconcebível dentro de qualquer sociedade equilibrada.

Não que a gente espere que exista ética ou moral entre os bandidos, mas existe solidariedade de sobra entre as pessoas que não fazem parte dessa fatia marginalizada que bate a cabeça na direção contrária. E é com essas pessoas que estamos conversando neste texto.

Sem sua principal fonte de renda e sem poder exercer sua arte, a Óros Boros está programando seu retorno e naturalmente toda a ajuda que pudermos dar será bem-vinda.

A música não pode parar. Não podemos deixar a arte morrer e nem permitir que a cultura sofra golpes oriundos de qualquer infortúnio. Quem conseguir contribuir financeiramente para que eles retomem seus recursos pode fazer um depósito na conta de Hyndira de Borba Palhano (CPF: 079.979.419-83) no Banco do Brasil (agência: 3420-7, conta corrente: 156199-5).

Para quem não puder, fica o convite para conhecer melhor o trabalho do grupo e inclusive assistir eles ao vivo quando a situação voltar para a sua normalidade.

Hyndira é também artista plástica e possui um vasto catálogo de desenhos incríveis carregados de cuidadosos traços mitológicos. Ela atuou também como professora de música antes de iniciar o projeto com os atuais parceiros e inclusive construir um palco para ensaios dentro de sua própria casa.

Victor é figura mais do que conhecida das noites blumenauenses. Tocou durante tempos na Baywatch Hot Stars e depois integrou a Novos Vintages antes de se mudar com mala e cuia para Itajaí, onde conheceu William e Fábio, criadores da fantástica e saudosa Caravana Gypsy, que apresentava uma proposta bastante semelhante a da Óros Boros.

Abaixo você confere mais um vídeo registrado por Gabriel Floss poucos dias atrás.

Conheça e curta a página da Óros Boros. Basta clicar aqui.

E quem puder ajudar, faça.

A música agradece.

E aplaude.