Metrô e BEC perdem e ficam de fora das finais

Monday, 18 August 2025
Times de Blumenau frustram torcedores e não conquistam o esperado acesso à primeira divisão do Campeonato Catarinense.
O sonho acabou. Aconteceu neste fim de semana o desfecho das semifinais da Segundona Catarinense, onde os classificados das partidas de volta conquistariam antecipadamente as vagas para a elite do futebol estadual no ano que vem. A expectativa era grande na cidade para que a decisão pudesse contar com as duas equipes locais, mas isso não aconteceu.
No sábado (16), o Metropolitano foi até Brusque enfrentar o Carlos Renaux depois de um empate no primeiro jogo, onde quem vencesse o confronto sairia classificado. A pressão dos mandates era natural, mas o Verdão conseguiu equilibrar as ações para não levar sufoco na primeira etapa. Ainda assim, quem abriu o placar foram os donos da casa, aos 35 minutos com Hebert, depois de uma cobrança curta de escanteio. O empate não demorou para sair e veio após uma falha da zaga do Renaux, que viu Dudu se aproveitar de um momento de desatenção e cruzar rasteiro para Patrick complementar para o fundo das redes.
Apesar das alterações no intervalo, o time de Brusque conseguiu aproveitar o abafa no início do segundo tempo e voltou a ficar na frente com Cássio, de cabeça, aos sete minutos do segundo tempo. Depois disso, o embate ficou truncado e após um desentendimento entre os jogadores, Patrick e Barcellos foram expulsos, um de cada lado. O clima quente também se estendeu para as arquibancadas, quando torcedores do Verdão jogaram cerveja no adversário que se preparava para cobrar um lateral. Com o cronômetro passando, o Metrô se jogou ao ataque para buscar o empate, que levaria a decisão para os pênaltis. E na parte final do confronto, ele quase veio. Vitinho recebeu um cruzamento rasteiro que passou pelo goleiro e o encontrou com o gol aberto, mas foi atrapalhado pelo zagueiro e não conseguiu desviar para dentro.
Com o placar de 2x1, o Carlos Renaux volta para a primeira divisão do futebol catarinense depois de 42 anos e o Metropolitano, infelizmente, vai ter que tentar o acesso novamente no ano que vem. Mesmo roteiro de seu conterrâneo BEC, que apesar da melhor campanha na primeira fase, ficou pelo caminho com requintes de crueldade.
Ontem (17) no SESI, mais de três mil torcedores estiveram presentes para apoiar o Blumenau a conquistar o sonhado acesso que poderia vir após mais de 28 anos de luta e de sofrimento. Com uma derrota na bagagem vinda do primeiro jogo, o BEC sabia que precisava corrigir os erros e aproveitar efetivamente as oportunidades criadas. E o começo foi bastante promissor, com chances agudas nos primeiros momentos e o gol de cabeça de Diego Jardel aos sete minutos da primeira etapa. A torcida explodiu em festa e o Tricolor parecia ter a devida noção de que era necessário mais um gol para conseguir a classificação direta, mas não demonstrou planejamento pra isso. O Camboriú tinha como arma eventuais contra-ataques esporádicos, mas estava mais focado e isso se traduziu na improvável virada no placar que aconteceu subitamente em menos de três minutos, para a descrença de quem estava torcendo pelo time da casa. Aos 28’, após perder a bola na intermediária, a defesa viu Wermeson cruzar à meia-altura para um único atacante que se jogava pra dentro da área, no meio de três zagueiros. A bola bateu na cabeça de Jardeu e subiu, encobrindo Gledson e entrando no ângulo, empatando a partida para os visitantes. Logo depois, uma falta despretensiosa fora da área foi o que bastou para que a equipe sediada em Imbituba calasse as arquibancadas (e o morro, que também estava com público). Na cobrança, Jotavê acertou o travessão e a bola bateu nas costas do goleiro do BEC, 2x1 para o Camboriú.
O primeiro tempo ainda teria dois lances de forte emoção, quando Wermeson quase ampliou acertando novamente a trave e o Blumenau quase empatou com um chutaço de Vinícius Jaú, defendido espetacularmente pelo goleiro Wellington. Na volta do intervalo, o BEC parecia determinado a mudar a história e criou algumas chances, que quando acertavam o alvo, paravam nas mãos do arqueiro adversário. Na única oportunidade que teve na etapa final, o time laranja ficou cara a cara com Glédson, que fechou o gol e evitou um estrago ainda maior. O Tricolor tentava jogadas laterais com Paul Henry e mais centralizadas com Diego Jardel, mas não conseguiu reverter a pressão em gol. Wellington, apesar da cera, foi o nome do jogo e é o grande responsável por colocar o Cambura na final, já que também foi decisivo na classificação contra o Juventus nas cobranças de penalidades. Apesar da boa campanha na primeira fase, o BEC não alcança seus objetivos e mesmo tendo a Copa SC para disputar em setembro, vai amargar novamente a Segundona ao lado do Metrô em 2026.
Sobre os finalistas, não há o que contestar. O Carlos Renaux foi quem menos perdeu na competição e foi recompensado pela boa campanha realizada até aqui. O Camboriú não despontava como favorito, ficou com a última vaga do mata-mata graças à derrota do Nação em casa para o Tubarão na última rodada. Entrou como azarão contra o Juventus e contra o BEC, mas passou por cima de qualquer desconfiança apresentando um bom futebol em campo.
Ontem, hoje e durante a semana, não serão poucas as piadas de que Blumenau sonhava com uma final em casa e acordou sem nenhum de seus representantes classificados pra ela. Faz parte. Que a decepção desse ano sirva de combustível para uma melhor organização no calendário de 2026 e que esse o sonho do acesso duplo seja adiado apenas por mais esta temporada.
A cidade merece ter um futebol forte, com seus dois times. Exemplos por perto temos muitos, de Brusque à Chapecoense, passando até pelo Marcílio Dias, que tem participado de competições nacionais nos últimos anos.
Blumenau também pode. E vamos continuar batendo nessa tecla.