São Silvestre 100 anos: africanos dominam e brasileiros garantem o pódio

Wednesday, 31 December 2025
Etíope Muse Gizachew e tanzaniana Sisilia Panga vencem edição histórica; Fábio Jesus e Núbia de Oliveira brilham com a terceira colocação.
A centésima edição da Corrida Internacional de São Silvestre, realizada na manhã desta quarta-feira (31) em São Paulo, entregou toda a emoção prometida para o seu centenário. Com um final eletrizante na categoria masculina e a quebra da hegemonia queniana no feminino, a prova reafirmou a força dos atletas africanos, mas também celebrou a resiliência do atletismo brasileiro, que conquistou o terceiro lugar em ambas as categorias.
Muse Gizachew vence no sprint final
Na prova masculina, o etíope Muse Gizachew protagonizou um dos momentos mais marcantes da história recente da competição. Nos últimos 50 metros da reta de chegada, Gizachew arrancou em um sprint surpreendente para ultrapassar o queniano Jonathan Kipkoech, cruzando a linha com o tempo de 44min28s.
O brasileiro Fábio Jesus Correia garantiu a terceira posição (45min06s) e aproveitou o destaque para fazer um desabafo sobre a realidade do esporte no país. "É muito treino e dedicação. Que pena que o Brasil não incentiva o atletismo. Eu treino na rua porque não liberam as pistas para a gente", declarou o atleta baiano.
Top 5 Masculino:
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Muse Gizachew (Etiópia) – 44'28"
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Jonathan Kipkoech (Quênia) – 44'32"
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Fábio Jesus Correia (Brasil) – 45'06"
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William Kibor (Quênia) – 45'28"
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Reuben Poghisho (Quênia) – 45'46"
Sisilia Panga quebra hegemonia no feminino
Entre as mulheres, a tanzaniana Sisilia Panga impediu a sequência de vitórias do Quênia, que dominava o topo do pódio desde 2016. Panga completou o percurso em 51min08s, seguida pela queniana Cynthia Chemweno.
A brasileira Núbia de Oliveira repetiu o excelente desempenho de 2024 e assegurou novamente o terceiro lugar. Com uma marca 42 segundos menor que a do ano passado, Núbia celebrou a evolução. "Meu objetivo era ser melhor que no ano passado e consegui. A prova de hoje me deu ainda mais confiança para continuar o trabalho", afirmou.
Top 5 Feminino:
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Sisilia Ginoka Panga (Tanzânia) – 51'08"
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Cynthia Chemweno (Quênia) – 52'31"
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Núbia de Oliveira (Brasil) – 52'42"
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Gladys Pucuhuaranga (Peru) – 53'50"
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Vivian Kiplagati (Quênia) – 54'12"
O Jejum Brasileiro
Com os resultados de hoje, o Brasil chega a 15 anos sem vitórias no masculino (o último foi Marílson dos Santos em 2010) e a 19 anos no feminino (Lucélia Peres em 2006). Apesar do jejum de títulos, a presença constante de atletas como Fábio e Núbia no pódio mantém viva a esperança de um retorno ao topo na próxima década da "corrida mais tradicional do Brasil".