Protestos são provocados por alegada falta de transparência
Foto: DivulgaçãoMonday, 07 November 2022
José Medeiros (PL) afirma que o ministro Alexandre de Moraes não possuía legitimidade para comandar a disputa pelo Palácio do Planalto, já que seria, segundo ele, supostamente ligado a Geraldo Alckmin.
O deputado federal José Medeiros (PL-MT) concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 7, para falar sobre as manifestações em estradas brasileiras contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência do país. Representante dos eleitores do Mato Grosso, Medeiros comentou a situação em seu Estado, que continua com mobilizações, diferentemente da maioria das demais localidades. Segundo ele, os protestos nas cidades ou bloqueando rodovias foram provocados pelo que chamou de “falta de legitimidade” do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, para conduzir o pleito. “Quando você começa um processo que não é transparente, você acaba chegando a esse tipo de coisa. Eu tinha essa preocupação desde o início. Tanto é que pedi o afastamento do ministro Alexandre de Moraes desse processo, porque eu temia que algo dessa magnitude acontecesse. Eu sempre disse, ele era funcionário de um dos candidatos. Ele foi para o ministério da Justiça de Temer por causa de um desses candidatos e foi para o STF por causa de um desses candidatos. E esse candidato estava na eleição. Não fazia sentido. E aí ele [Moraes] vai para o pleito eleitoral tomando medidas só para um lado. Então, quando sai o resultado da eleição, obviamente que uma parte sai com gosto de caixão velho na boca. Aí está o nexo causal de tudo isso. Para acabar de ter a cereja no bolo, ele passa impressão de que o processo está maculado, porque quem abre a boca e diz alguma coisa sobre o processo, ele censura. Quando se cala a boca das pessoas, fica complicado. Quem bagunçou isso tudo tem nome, foi o ministro Alexandre de Moraes, e mais um ou dois coleguinhas dele”.
“Eu não disse que o Moraes é ligado ao Lula. O Moraes sempre foi ou secretário do Alckmin ou alguma coisa do Alckmin, ele foi, sim, para o Ministério da Justiça por causa do Alckmin e foi para o STF por causa do PSDB. Ele não tinha isenção alguma para manejar esse pleito. Ponto. E outra, a menos que se tenha um viés totalmente totalitário, as pessoas têm direito de se manifestar, a menos que a nossa Constituição não valha para nada, como alguns ministros não estão obedecendo a ela em nada”, completa o deputado. Ele ainda defendeu que é possível que os cidadão peçam qualquer coisa dentro de um regime democrático, até mesmo intervenção militar e golpe de Estado. “O artigo 5º [da Constituição Federal] diz que as pessoas podem se manifestar. Não vai ser o Moraes que vai dizer o que as pessoas podem ou não pedir. Na democracia, você pode pedir, querer ou almejar qualquer coisa, desde que você não esteja em um estado de exceção, como agora, como se dita o que as pessoas devem querer ou não. Se importou o pensamento dos ditadores da Venezuela, da Nicarágua, e se quer implantar o que a gente deve falar ou não falar”, argumentou.
Medeiros ainda criticou a militância ligada à frente de partidos que forma a base de apoio de Lula, como também a imprensa livre: “O PT quando não tá mentindo, tá roubando, quando não tá roubando, tá mentindo. E isso também contamina um pouco a militância, principalmente na questão da mentira. O que nós vemos é que a América Latina está toda contaminada. Na Nicarágua tem até uma lei agora que quem falar qualquer mentira, quer dizer, mentira do ponto de vista do Daniel Ortega, vai preso imediatamente. Aqui no Brasil está caminhando muito próximo disso. O pensamento contrário aqui, ele está proibido. O que a gente sente é que essas pessoas não tem nada de democráticas. A democracia são elas. Democracia é o Lula e o pensamento delas. Se você for contra elas ou pensar diferente delas, você está contra a democracia e o Estado de Direito. Por que essas pessoas todas estão aí [paralisando estradas]? Porque elas estão sabendo que, a partir de agora, o comércio e as vidas delas está em total perigo. Nada mais tem segurança, não tem segurança jurídica mais para nada. Elas estão no último espasmo, no desespero, porque não sabem o que vai acontecer com a vida delas. Interessante é que esse mesmo fato aconteceu quando Bolsonaro foi eleito. E tudo normal, principalmente para essa militância do jornalismo brasileiro”.
Questionado se se sente seguro para exercer sua inviolabilidade parlamentar, o deputado José Medeiros disse acreditar que pode perder suas redes sociais ou ser preso a qualquer momento atualmente no Brasil. “Minha esposa e filhas vivem apreensivas, sem saber em que momento serei preso ou que minhas redes serão retiradas do ar. Eu vivo em constante desespero aqui em casa. Isso é um absurdo que a gente, em um país que se diz livre, a gente viva numa tensão dessa. Eu vou falar, sempre falarei, hoje mesmo protocolarei o quarto ou quinto pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, mas porque eu penso que as pessoas que votaram em mim não pode ficar sem uma representação. Enquanto eu tiver esse mandato, vou fazer a representação 100% dele. Não vai ser o Moraes que vai me impedir. Mas eu sei que talvez seja por pouco tempo, porque a legitimidade que a maioria, e eles dominam os meios de informação, e a verdade que fica é a deles. E vão demonizando os que se contrapõem. A tendência é daqui a alguns dias, ou cassem os mandatos ou vá prendendo um por um”, finalizou.