O MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) identificou ao menos doze empresários e agentes políticos, incluindo um vereador, que financiaram e organizaram manifestações e bloqueios antidemocráticos no estado. A informação é do procurador-geral de Justiça catarinense, Fernando da Silva Comin.

"Existe uma organização atuando por trás nos bastidores, incentivando lideranças comunitárias, do movimento dos caminhoneiros e pessoas comuns a irem à frente, incitarem a prática desses atos", disse Comin em entrevista à rádio CBN Floripa.

O procurador não revelou os nomes dos suspeitos para não comprometer a investigação, mas disse haver ao menos uma dúzia de investigados no estado —incluindo agentes políticos eleitos, com mandato vigente.

"O Ministério Público vela pela livre manifestação de maneira adequada, pacífica e ordeira", disse. "Esse grupo por trás está incitando atos antidemocráticos e violentos".

De acordo com o balanço mais recente da PRF (Polícia Rodoviária Federal), 1.087 manifestações foram desfeitas nas estradas e rodovias federais do país desde o dia 30 de outubro. Os militantes dizem não reconhecer a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas e pedem "intervenção federal".