Léo Lins está proibido de deixar SP por mais de 10 dias
Foto: DivulgaçãoFriday, 19 May 2023
Humorista Léo Lins retirou do ar vídeo polêmico com piadas preconceituosas, mas material foi repostado no YouTube por outros canais.
Atendendo a um pedido do Ministério Público de São Paulo, a Justiça determinou que o humorista Léo Lins remova do YouTube um programa especial com mais de uma hora de duração. No vídeo de comédia, chamado “Perturbador”, Lins tece, segundo a decisão judicial, “comentários odiosos, preconceituosos e discriminatórios contra minorias e grupos vulneráveis”. Entre outras medidas, o humorista está proibido de deixar a cidade de São Paulo, onde vive, por mais de 10 dias.
No programa especial, Léo Lins faz piadas sobre portadores de deficiência, pessoas idosas, religiões e escravidão, entre outras. Embora o vídeo original, com mais de 3 milhões de visualizações, tenha sido tirado do ar, cópias do material foram repostadas no YouTube por outros canais, todos com a hashtag “CensuraNão”.
Além de não poder sair da cidade de São Paulo sem autorização judicial e de remover o vídeo “Perturbador” do ar, o humorista está proibido de transmitir ou divulgar qualquer material com conteúdo depreciativo ou humilhante envolvendo minorias. Além disso, deverá comparecer mensalmente em juízo para “informar e justificar suas atividades”.
A multa em caso de descumprimento das medidas é de R$ 10 mil por dia.
O que diz Léo Lins
Procurada, a equipe de Léo Lins informou, por nota, que o humorista considera a decisão uma “censura”. “O show não violou nenhuma norma do YouTube, estava inclusive monetizado. Mas o Ministério Público passou por cima da plataforma e considerou o show um ato criminoso.”
Na nota, Lins afirmou que vai aguardar o julgamento e espera “não ser preso”. Sobre as medidas que será obrigado a cumprir, disse: “Preciso ir uma vez por mês prestar esclarecimentos das minhas atividades para uma autoridade. Mas já adianto aqui o que eu faço: escrevo piadas, vou na academia, assisto filmes e séries e cuido dos meus gatos”.
Já o advogado de Léo Lins, Rodrigo Barrouin, informou que vê a decisão como censura e que prepara as medidas cabíveis junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo.