Dias atrás, o deputado Ivan Naatz (PL) fez uma séria acusação sobre faturamento irregular na compra do novo prédio da Câmara dos Vereadores. Disse ter farta documentação provando que o prédio custaria milhões a mais do que valeria e fez diversas outras acusações igualmente graves. Como de costume... muito barulho por nada. E isso é alarmante.

Ontem (23/05) o presidente da Casa, Almir Vieira (PP), apresentou parecer da procuradoria sobre a denúncia, mostrando que a compra estaria amparada em critérios técnicos, o que descartaria qualquer idéia politiqueira de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

A verdade é que o valor já havia sido definido pela própria Comissão de Avaliação Imobiliária do Município e, portanto, a procuradoria concluiu que o processo seguiu as regras da ABNT para definir o preço do imóvel. Ainda assim, Almir esclareceu que os vereadores podem sentir-se à vontade para criar a CPI (que exige apenas cinco votos) quando quiserem.

Ano que vem acontece eleição municipal e, tradicionalmente, Naatz deverá se candidatar a prefeito. O que justificaria todo o barulho que tem causado agora.

Contudo, não podemos esquecer que o debutado já traz de longa data o costume de acusações falsas e criação de espantalhos. Se puxarmos 20 anos pela memória, lembraremos de um desagradável debate entre prefeituráveis onde Naatz chamava o então candidato Décio Lima (PT) de “mentiroso” o tempo inteiro. Mesmo que a amizade entre Lima e Lula fosse de conhecimento público – como ficou claro na enchente de 2008 – Naatz gritava, dizendo que Décio fingia ser amigo do então presidente da República. Realmente uma lástima.