Mercado reduz novamente estimativa de inflação

Mercado reduz novamente estimativa de inflação
Foto: Imagem meramente ilustrativa

Monday, 19 June 2023

Essa é a primeira vez, desde dezembro de 2021, que o mercado vê uma alta do PIB acima de 2% para este ano. Apesar da queda na estimativa de inflação, projeção para este ano ainda supera o teto da meta definido pelo governo, que é de até 4,75%.

Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação desse ano de 5,42% para 5,12%, passaram a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) - que superou a barreira dos 2% - e também uma queda mais pronunciada dos juros básicos da economia.

As informações constam no relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central. O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia.

A queda na projeção de inflação deste ano aconteceu após a divulgação do IPCA de maio, que somou 0,23%. Em doze meses até maio, a inflação oficial somou 3,94%. Os números vieram bem abaixo das estimativas do mercado financeiro.

Mesmo com o recuo na projeção de inflação do mercado para 2023, ela ainda segue superando o teto da meta definida pelo governo, fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ela será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Se a projeção do mercado financeiro se confirmar, este será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo governo. Em 2022, a inflação somou 5,79%.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro caiu de 4,04% para 4%. A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

  • Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem.
  • Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.

Crescimento da economia

Para o crescimento do PIB deste ano, a projeção do mercado financeiro avançou de 1,84% para 2,14% na última semana.

Essa é a primeira vez, desde dezembro de 2021, que o mercado projeta uma alta do PIB acima de 2% para este ano.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.

O aumento na projeção de crescimento da economia ocorre após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, que apontou expansão de 1,9% na comparação com os três últimos meses do ano passado. O resultado ficou acima das expectativas de economistas.

Já para 2024, a previsão de crescimento do mercado financeiro recuou de 1,27% para 1,20%.

Taxa de juros

O mercado financeiro reduziu a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 12,50% para 12,25% ao ano para o fim de 2023. Atualmente, o índice está em 13,75% ao ano.

Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia caiu de 10% para 9,5% ao ano. Com isso, o mercado segue estimando queda do juro também no próximo ano.

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 recuou de R$ 5,10 para R$ 5. Para o fim de 2024, caiu de R$ 5,17 para R$ 5,10.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu de US$ 59,2 bilhões para US$ 61,2 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo avançou de US$ 55,3 bilhões para US$ 57,8 bilhões.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano recuou de US$ 80 bilhões para US$ 79 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso continuou também em US$ 80 bilhões.

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Redação

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