Moro é absolvido pelo TSE
Foto: DivulgaçãoMonday, 03 June 2024
Ex-juiz da Lava-Jato diz que julgamento foi 'técnico e independente'; PT ainda estuda se vai recorrer.
Um dia depois de ter sido absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senador Sergio Moro disse, nesta quarta-feira (22), sentir orgulho do Judiciário brasileiro pelo julgamento "técnico e independente" e também agradeceu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Muita gente, sem conhecimento, afirmava que era impossível a preservação do meu mandato. Que eram favas contadas, até com certo desrespeito ao Judiciário, e o meu mandato seria cassado. Aí nós temos que nos orgulhar do nosso Judiciário que mostrou essa independência", afirmou o senador.
Moro foi absolvido por unanimidade no TSE. A ações que pediam a cassação do senador e ex-juiz da Lava-Jato foram movidas pelo PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moro era acusado de abuso de poder econômico e uso de caixa dois durante a pré-campanha eleitoral de 2022.
Após o resultado no TSE, o PL não deve recorrer da decisão. Já a equipe jurídica do PT ainda avalia o que fazer e vai discutir a questão com os dirigentes da sigla. Caso o PT decida recorrer, o mais provável é que apresente um recurso extraordinário, para que o caso seja avaliado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como o placar foi unânime, existe pouco espaço para questionamentos na própria corte.
Em maio, quando o Tribunal Regional Federal do Paraná (TRF-PR) negou o seguimento das ações, Moro chegou a procurar Bolsonaro, a quem serviu como ministro da Justiça e apoiou nas eleições de 2022, para que o PL desistisse de recorrer ao TSE. Mesmo assim, a direção do partido, comandado por Valdemar Costa Neto, decidiu seguir na empreitada contra o ex-juiz.
Nessa quarta, Moro fez questão de agradecer o ex-presidente por ele ter tentado impedir o diretório do PL no Paraná de apresentar recurso ao TSE.
"O presidente Bolsonaro e a bancada aqui no Senado pediram, após o julgamento no Paraná, que não fosse interposto nenhum recurso. Infelizmente as lideranças locais do PL do Paraná, notadamente Paulo Martins e Fernando Jacobo, não acolheram esse pedido do presidente Bolsonaro e da bancada do PL", afirmou o senador.
Moro também agradeceu o apoio de colegas senadores e do presidente da Casa durante o processo na Justiça.
"Sempre tive apoio dos meus pares senadores e da liderança do Senado, que tem feito um grande trabalho. O senador Rodrigo Pacheco, por exemplo, tem conseguido pautar coisas importantes no Senado. Não fosse ele, não teria sido pautado o PL do fim da saída dos presos temporários, não fosse ele não teria sido pautada essa importante PEC antidrogas", declarou Moro.
Nos bastidores, Pacheco conversou com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, sobre os julgamentos de Moro e do senador Jorge Seif (PL-SC), que também é alvo de um processo de cassação na corte. Ele pediu para que os dois tivessem um julgamento “justo”. O caso de Seif começou a ser analisado, mas ainda não foi concluído.