Deputada é cassada por usar fundão para harmonização facial
Foto: DivulgaçãoThursday, 20 June 2024
Parlamentar foi acusada de usar R$ 9 mil dos recursos destinados à campanha de 2022 para realizar o procedimento estético.
A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá por pagar uma harmonização facial com dinheiro da campanha de 2022, informou nesta quinta-feira (20) que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A acusação é de que a deputada cassada, que ficou conhecida nos anos 2000 por interpretar a índia Crocoká na novela “Uga Uga”, usou R$ 9 mil de recursos da campanha eleitoral para pagar o procedimento estético. A prestação de contas da parlamentar foi rejeitada por unanimidade pelos desembargadores.
A assessoria de Silvia Waiãpi informou que as contas já haviam sido julgadas e aprovadas pelo TRE-AP. Em nota, a assessoria da parlamentar informou que a deputada e seus advogados não foram intimados o julgamento.
Atriz de novela e minisséries
Antes da carreira política, Silvia Wiãpi teve trabalhos na TV e em minisséries entre os anos 2000 e 2017.
Na novela “Uga Uga” (2000), ficou conhecida pelo papel da índia Crocoká, contracenando com Claudio Heinrich e Marcos Pasquim. Ela também atuou em miniséries como “A Muralha” (2000), “A Cura” (2010) e “Dois Irmãos” (2017).
Silvia foi atleta no Clube Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. Em 2011, tornou-se a primeira indígena membro do Exército.
De 2018 a 2022, ocupou o cargo de secretária de Saúde Indígena no governo federal. Em 2023, o nome de Silvia foi incluído no inquérito que apura os atos golpistas no Distrito Federal.
Entenda a denúncia contra a deputada
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP) Eleitoral, o procedimento estético foi feito em mais de uma sessão em um consultório odontológico em Macapá, sendo a primeira no dia 29 de agosto de 2022. Nesse mesmo dia, Silvia recebeu os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
Na época, a coordenadora de campanha de Silvia, Maete Mastop, procurou o MP Eleitoral para registrar a denúncia.
O MP pontuou que os depoimentos descreveram que Silvia transferiu dinheiro da conta da campanha para a conta pessoal da coordenadora. Em seguida, a coordenadora fez o pagamento pela harmonização, no valor de R$ 9 mil, por ordem da então candidata.
O advogado de Maete informou que ela foi induzida ao erro e que buscará alterar a condição de acusada para testemunha. Em nota, a defesa descreveu que após perceber o ato a coordenadora procurou o MP.
Além da coordenadora de campanha, o profissional que fez o procedimento estético também prestou depoimento. A representação feita pelo MP Eleitoral apresenta ainda comprovantes de transferências bancárias e de pagamentos feitos na clínica.