Prisão de Eike Batista pode desmontar BNDES e refletir em Lula

Prisão de Eike Batista pode desmontar BNDES e refletir em Lula
Foto: Divulgação

Wednesday, 01 February 2017

Durante o governo petista o empresário, que era amigo de políticos influentes, se tornou um dos homens mais ricos do mundo.

Nesta segunda-feira (30/01) o empresário Eike Batista voltou dos Estados Unidos para se apresentar à Justiça, que já tinha um pedido de prisão contra ele.

Aparentando calma no aeroporto, Batista chegou ao Brasil, onde foi preso imediatamente e até o final da tarde daquele dia já estaria com a cabeça raspada por procedimentos padrões do presídio. Por não ter nível superior, ficou em uma cela com outros acusados da Lava-Jato que também nunca cursaram uma faculdade.

A prisão do empresário colocou diversos setores do país em xeque.

A exemplo disso, na Economia, ele foi beneficiado com R$ 10 bilhões em empréstimos por parte do BNDES em onze anos. Curiosamente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social procrastinou a cobrança de suas dívidas por mais de uma vez, deixando uma grande lacuna de ‘por quês’.

Analistas econômicos afirmam que Eike não foi o único dono de empresa petrolífera a enriquecer às custas de amizades com pessoas no BNDES, para eles o banco tinha uma relação quase simbiótica com a Petrobras, de quem estava, inclusive, fisicamente perto.

A prisão do dono da OSX pode abrir uma verdadeira ‘caixa de Pandora’ que levará luz às formas mais obscuras de enriquecimento que ligavam políticos influentes com megacorporações através de propinas, lobby e trocas de favores.

Informações ainda não oficializadas dão conta de que Eike estaria disposto a fazer uma delação premiada e, com isso, poderia praticamente implodir a política brasileira.

O milionário que se tornou bilionário durante a Era Lula foi apresentado ao ex-presidente petista pelo ex-governador e atual presidiário Sérgio Cabral (PMDB). Desde então, usando desde influência até informações privilegiadas, Batista criou um verdadeiro império que conseguiu superar o reinado de nióbio de seu pai Elieser no nordeste.

Aliás, o preso Marcos Valério, ex-tesoureiro do PT, havia dito na CPI dos Correios: “O dinheiro do mensalão não é nada, o grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio (sic) O ministro José Dirceu estava negociando com bancos, uma mina de nióbio na Amazônia”.

Para quem não sabe, o nióbio é um mineral que só pode ser encontrado no Brasil, sendo fundamental para a fabricação de turbinas, satélites, foguetes, aviões, mísseis, centrais elétricas e ligas de aço fortificadas.

A pergunta que ainda fica no ar é: com as ações de suas empresas a preço de banana e suas propriedades já sendo tomadas em nome de sua dívida bilionária quem irá pagar as dívidas de Eike?

De qualquer forma, sua prisão pode representar o primeiro prego definitivo na tampa do caixão de um sistema político falido baseado num complexo de redes de corrupção que levaram o Brasil de potência em expansão a piada internacional em poucas décadas.


>> SOBRE O AUTOR

Ricardo Latorre

>> COMPARTILHE