Câmara dá indícios do colapso da CPI das Merendas

Câmara dá indícios do colapso da CPI das Merendas
Foto: Divulgação

Wednesday, 19 February 2025

Mal redigida e com uma finalidade questionável, a proposta de investigação parece não avançar na Procuradoria e dá a impressão de que morrerá antes mesmo de nascer.

A grande expectativa para a sessão legislativa municipal desta terça (18) era de que a Procuradoria da Câmara manifestasse seu parecer sobre a CPI das Merendas. Mas isso não aconteceu.

A tecnicidade do pedido – protocolado pelos vereadores petistas Adriano Pereira e Jean Volpato – foi duramente criticada por diversos parlamentares, como Bruno Cunha (Cidadania). Sua mira focava muito mais no atual prefeito do que no anterior, soando mais como manobra política para o desgaste do governo que acabou de começar do que como algo com um objetivo prático.

Tanto que os vereadores Jovino Cardoso (PL) e Almir Vieira (PP) tentaram retirar suas assinaturas.

Como dissemos a exatos sete dias atrás, o projeto de Comissão Parlamentar de Inquérito era questionável e consideravelmente mal redigido. Praticamente natimorto. E eis que, pelos bastidores da Casa do Povo, diz-se que ela provavelmente não verá a luz do dia, de fato.

A tentativa de CPI que coloca Egídio Ferrari (PL) na berlinda enquanto ignora seu sucessor Mário Hildebrandt (PL), real responsável pela situação, causou grande mal-estar político, afinal, desgastaria uma administração que acabou de começar enquanto relevaria o que a anterior fez. Isso forçou a prefeitura a articular e escancarou sua impressionante inabilidade de manter um diálogo claro e proativo com os parlamentares da cidade.

Depois de muito barulho, tudo indica que a Procuradoria irá constatar que a proposta de CPI contém vício de constitucionalidade quando finalmente emitir seu parecer.

Essa situação só demonstra a necessidade (urgente) que o novo Executivo tem de articular. Ferrari é uma pessoa bem intencionada que tem feito um bom trabalho e certamente deseja deixar um grande legado. Para isso, no entanto, ele vai precisar de uma base de apoio legislativa bem maior. E, para tanto, uma das únicas alternativas será o diálogo desapaixonado com todos os lados que, antes de mais nada, exigirá que sua equipe aceite a realidade que eles mesmos criaram com algo que pode até soar como 'fé ingênua e imatura'.


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Ricardo Latorre

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