Os mais jovens não vão se lembrar do antigo Colégio Dr. Blumenau. Fundado por um conhecido professor de Química Orgânica, ele adotou o nome de S.O.S. Vestiba em de 1994. Acomodada em um amplo prédio com três andares e um mezanino, a escola foi uma das maiores da região, mas não teve uma vida longa. O imóvel foi vendido para a prefeitura em 2021 por R$ 7,7 milhões.

O objetivo inicial era utilizar a sólida construção como um braço da Secretaria de Educação – a Casa do Professor – mas tal idéia jamais foi executada... e os motivos nunca ficaram claros.

O prédio conta com um amplo pátio, diversas salas de aula, banheiros, teve uma cantina de tamanho considerável quando operava como escola e recebeu um elevador quando abrigou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes). O pátio, anteriormente usado para as aulas de Educação Física, passou a servir como um amplo estacionamento. Em frente ao edifício principal, há uma casa anexa que abrigava a Educação Infantil nos anos 90.

Localizado na Rua Capitão Santos (Garcia) – muito próximo ao Terminal Fonte e com saída também para a Rua Manaus – o prédio estava sendo utilizado como depósito e era frequentemente alvo de ladrões de fiação e vândalos. Com uma área de 5.526 m² - o dobro da atual Câmara dos Vereadores – o local deve ser a nova sede do Legislativo em breve... considerando todos os pareceres positivos a respeito da importante mudança.

Na manhã dessa segunda (24) – o presidente Ito de Souza (PL) – convidou os demais vereadores, servidores públicos e imprensa para uma visita técnica ao local. Além de Ito, também foram ao evento o vice-presidente Diego Nasato (Novo), os secretários Cristiane Loureiro (Podemos) e Egídio Beckhauser (Republicanos), bem com os vereadores Alexandre Matias (PSDB), Gilson de Souza (União), Jean Volpato (PT) e Silmara Miguel (PSD), além de representantes de outros parlamentares.

Durante a visita, pôde-se ver o tamanho da estrutura e o quão funcional ela é. Com amplos lances de escada em dois locais estratégicos e um elevador, o enorme número de salas que pode ser usado para diversos fins vai ter a mesma circulação livre e adequada que exigia na época em que era um colégio e precisava escoar inúmeros alunos nas horas do sinal.

O pátio central – onde acontecia parte do recreio – poderá ser usado para assembléias populares, consultas públicas e até mesmo descanso, tendo inclusive um pequeno palco amador já pronto.

Mas uma das coisas mais impressionantes é o tamanho do local que pretende-se usar como plenário. Se o atual ‘aquário’ comporta apenas 100 pessoas e tem uma estrutura adaptada, o novo comportará cerca de 600 pessoas e será feito para atender cada demanda específica do Legislativo Blumenauense.

Até agora, não há pontos negativos sobre a mudança:

1. Vai custar muito mais barato;
2. Vai ficar pronto muito mais rápido;
3. Por ficar pronto em apenas um mandato, não vai correr tantos riscos de imprevistos;
4. É um prédio funcional perfeitamente apto às mudanças necessárias;
5. A Câmara não pagará mais aluguel;

Se o prédio atual não atende mais as demandas que lhe são impostas e reformas efetivas são vazias justamente pelo imóvel ser alugado, o novo prédio custará muito menos, poderá sanar todas as necessidades que vierem, fica próximo do Centro, de um grande terminal de ônibus e dois supermercados, além de postos de gasolina e restaurantes.

Soaria, inclusive, poético pensar que o local que abrigou uma escola (grande incubadora que guia as crianças rumos aos seus futuros) se tornaria a Casa do Povo, sede da democracia municipal. Seus alunos que, bons filhos, à 'Casa' tornariam.

"Vejo com bons olhos a possibilidade de utilizar um imóvel já existente para sediar a Câmara Municipal, desde que isso represente uma alternativa economicamente viável e eficiente para os cofres públicos. Sair do aluguel de R$ 87 mil mensais é uma medida positiva, assim como a valorização da região onde o prédio da PBM está localizado. No entanto, é fundamental garantir que os custos da reforma sejam justificados e mantidos no menor patamar possível, assegurando que essa mudança realmente represente uma economia para a cidade no médio e longo prazo" – disse o vice-presidente Diego Nasato, concluindo – "Diante da estimativa de que a construção de um novo prédio custaria cerca de R$ 30 milhões, o reaproveitamento do imóvel pode ser uma solução inteligente, desde que seja realizada com responsabilidade e transparência".

O prefeito Egídio Ferrari (PL) demonstra otimismo em relação ao projeto. A Procuradoria Geral do Município, comenta-se nos bastidores, está otimista. E o atual presidente, Ito, já demonstrou a coragem e a retidão para dar um passo de tamanha magnitude. A ideia, que partiu do diretor financeiro da Câmara – Júlio César Pereira– foi realmente impecável e, por ora, dá todos os indícios de sucesso.

Agora resta saber se o destino do local que outrora criou bons alunos será o berço-criador de boas leis.