Prefeitura exonera três cargos de Cristiane Loureiro

Prefeitura exonera três cargos de Cristiane Loureiro
Foto: Divulgação

Wednesday, 12 March 2025

Decisão ocorreu logo após a vereadora votar contra o projeto de alterações do Issblu enviado à Câmara pelo Executivo.

A vereadora Cristiane Loureiro (Podemos) foi pega de surpresa pela exoneração de três cargos comissionados ligados a ela. Apenas duas pessoas seguem como seus indicados.

A decisão aconteceu depois da sua postura contra os interesses da prefeitura no Issblu.

Fato

O Instituto Municipal de Seguridade Social do Servidor de Blumenau (Issblu) – desde sua gênese – apresenta uma série de questões que carecem de adequação. A prefeitura mandou uma proposta que mudaria diversos pontos na entidade: alguns de teor técnico, outros de teor político.

O Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau (Sintraseb) organizou um pequeno movimento de pessoas para militar pela causa que afirma defender e, logo, o que era para ser uma simples votação se tornou uma polêmica.

  • O prefeito Egídio Ferrari (PL) precisava aprovar a pauta para conseguir manter sua administração seguindo sem maiores transtornos;
  • Os servidores ficaram inseguros a respeito de algumas mudanças;
  • O sindicato percebeu que perderia poder político;
  • E os vereadores – cada um deles – agiu de acordo com sua própria convicção e histórico.

Cristiane Loureiro tem grande proximidade com muitos servidores e, portanto, optou por ficar contra a mudança. Um movimento tão natural para ela como foi para Gilson de Souza (União), Adriano Pereira (PT) ou Jean Volpato (PT). Ainda assim, a Câmara aprovou as mudanças.

Esse é o Jogo da Democracia: vence quem tem mais votos.

Ela, que sempre foi leal à gestão Hildebrandt e agora tentava uma aproximação da gestão Ferrari, foi pega totalmente de surpresa ao saber que pouco depois da sua posição, perdeu três de seus cinco indicados. A impressão que ficou pelos corredores é de retaliação.

Opinião

Mexer com o Issblu era a certeza de cutucar um ninho de vespas. Mas era necessário. O prefeito sabia que não tinha outra opção, mas também entendia que o ato compraria uma briga com o Sintraseb, cuja única aptidão é fazer baderna.

Por outro lado, uma boa base dos apoiadores políticos de Loureiro estava posicionada contra as mudanças que o prefeito propunha. Ela não poderia ficar contra seus eleitores.

Estivemos com ela nessa terça (11), onde ela afirmou que sua decisão não pegou a prefeitura de surpresa porque ela já os havia avisado de sua postura anteriormente. E as datas das mensagens não mentem. Sua postura pode ter desagradado a vontade da prefeitura, mas em momento algum foi desleal. Até porque todo político entende a importância de agradar sua base.

Foi retaliação? Difícil dizer. Mas o histórico de Egídio Ferrari o mostra como alguém compreensivo e leal, afastando um pouco essa possibilidade tão arbitrária.

Talvez tenha sido uma questão de ingestão do séquito à sua volta. Basta lembrar que, assim que seu governo começou, sua equipe exonerou de forma atabalhoada dezenas de cargos ligados aos seus próprios aliados, criando um mal-estar sem precedentes para si.

É realmente espantoso que isso esteja acontecendo justamente nesse momento, onde finalmente o prefeito e a Câmara firmam sua aproximação, sua relação com a Mesa Diretora é excelente e o seu líder de governo começa a ser desenhado na possível forma do vereador Almir Vieira (PP). Tudo está se encaminhando muito bem para que um erro tão crasso seja permitido.

Fica o espanto e a expectativa de que esse erro logo possa ser reparado.


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Ricardo Latorre

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