Conversamos com o vereador Diego Nasato

Conversamos com o vereador Diego Nasato
Foto: Sim...eu peguei do Facebook.

Monday, 28 April 2025

Inteligente e versátil, o vereador do Partido Novo contou um pouco sobre sua trajetória política e apresentou bons valores, tanto pessoais quanto partidários.

Quinta-feira, 24 de abril. Já passava das 19 horas quando comecei a conversa com o vereador Diego Nasato (Novo), atual vice-presidente da Casa. A conversa anterior à gravação já estava acontecendo mais de uma hora antes e transcorria de forma tão agradável e natural que poderia estender-se muito mais do que aquilo.

A Câmara de Vereadores de Blumenau – infelizmente – padece de um grande mal histórico: carece de grandes mentes exercendo os cargos dos quais dispõe e, na conversa, Nasato deixa muito perceptível que é uma das pessoas mais inteligentes a passar pelo Legislativo Municipal.

Com interesses diversos que iam de dinossauros a cosmologia ainda na juventude, é um observador atento com bagagem eclética e excelente vocabulário (algo raro hoje em dia).

No passado, jamais considerara tornar-se uma pessoa pública. Vindo de uma família tradicional do Badenfurt, cresceu enquanto o conhecido restaurante de sua família também se desenvolvia, criando um vínculo profundo com a comunidade.

Interessado pelo mundo que o cercava desde a tenra idade, buscava formar sua opinião com embasamento enquanto forjava sua própria personalidade. Foi essa avidez cultural que despertou seu interesse por História, Geografia, Geopolítica e, consequentemente, Política.

Acompanhando fóruns online sobre a economia global, começou a se questionar a razão de o Brasil não ser um lugar desenvolvido e identificou os padrões compartilhados por nações ricas.

“Eu percebia que existia uma receita para o sucesso e essa receita passava pela Economia de Mercado, pela liberdade, pelo republicanismo nas nações e eu comecei a forjar o meu viés liberal ali na internet, acompanhando e, em determinado momento, eu vi que no Brasil surgiria um partido chamado Partido Novo... comecei a acompanhar ele antes de ele ter seu registro deferido em 2015, e pensava: pô, tomara que esse partido venha, porque vem diretamente da sociedade civil, e prospere a ponto de eu poder votar em candidato do Partido Novo no futuro. Defendia abertamente a privatização das empresas públicas, que eu acredito, combate ao Estatuto do Desarmamento, que eu acredito que as pessoas têm que ter o direito à legítima defesa, previsto no Estatuto do Partido Novo”, conta.

Ele lembra que tomar a responsabilidade pela mudança e agir para que ela aconteça é um pressuposto da visão liberal. Dessa forma, e mantendo coerência com sua visão de mundo, filiou-se ao partido algum tempo depois de sua criação para ser agente ativo de uma sociedade melhor.

Lá dentro, com o passar dos meses, conheceu outros três filiados com ideais em comum e começaram a apresentar a ideia da agremiação para empresários e amigos.

Seu envolvimento foi tamanho que, quase 10 anos após ingressar na sigla, elegeu-se vereador com 3.483 votos. “Quando o meu partido surgiu, o Partido Novo, com um viés privatista, no bom sentido da palavra, era o único partido de direita do Brasil. E após a formação do Partido Novo, surgiu o fenômeno do Bolsonaro, que foi eleito presidente em 2018”, relembra.

“Antes da existência do Bolsonaro, só se falava em direita, em privatização das empresas dentro do Partido Novo” – pontua, frisando sua vanguarda política.

Para o futuro, ele pretende usar seu mandato para combater ao máximo o inchaço da máquina pública, lembrando que o governo acumula recursos que raramente usa de modo sábio. Ele relembra que, no feriado que passou (Tiradentes), a revolta que gerou a Inconfidência era sobre 20% de impostos (1/5)... hoje, 236 anos depois, pagamos quase 40% (2/5).

Ele relembra que seu partido prioriza eficiência, valores, não tolera corrupção (com uma firme comissão de ética), além de primar pela transparência, citando, como exemplo, o fato de que seu mandato não gasta nenhum centavo com verbas de gabinete, não usa carro oficial e que ele subsidia do próprio bolso as diárias com viagens (como Florianópolis ou Brasília).

Sua posição em relação à prefeitura é clara: “tudo que o governo tiver interesse em privatizar, em conceder, em entregar, para quem sabe de fato gerir, vai ser fruto do nosso apoio”.

Sobre a administração Lula, critica: “A gente tem, hoje, um governo preocupado em extração de petróleo, pesquisa de petróleo, e não consegue entregar saneamento básico. O país vive uma crise em praticamente tudo que o governo coloca a mão”.

Usa o exemplo das empresas de telefonia para mostrar como o acesso à telecomunicação melhorou com a privatização e, assim, provar seu ponto.

A respeito do futuro, revela que não tem a intenção de seguir uma ‘brilhante trajetória política’, pois entende que a renovação é necessária inclusive no Legislativo Municipal. Mantendo coerência, afirma que não será candidato a vereador de novo, mas está aberto a novas vagas eletivas (como deputado, por exemplo) caso seu partido deseje sua participação. “Eu tenho um compromisso já público com os meus eleitores e com a comunidade de não voltar a concorrer uma terceira vez como candidato a vereador consecutivamente”, conclui.

“Isso tem a ver com aquilo que eu acredito, que é a renovação dentro dos cargos do Poder Legislativo, e tem a ver com os primórdios do Partido Novo quando ele restringir isso inclusive estatutariamente. Então, daqui a quatro anos, eu não serei candidato a vereador novamente.”

O que, honestamente, é nobre, porém triste, porque nossa cidade carece de lideranças legislativas com inteligência, caráter e rígidos valores bem determinados.

Diego Nasato é uma pessoa culta, com excelentes capacidades cognitivas, bem preparado para exercer o cargo que atualmente exerce e mantém retidão moral. Tem uma trajetória política admirável (apesar da pouca idade) e é muito bem avaliado por seus pares.

Traz projetos importantes e, muitas vezes, capazes de expor a burrice de quem se pensa inteligente.

Foi uma conversa extremamente agradável e edificante que ocorreu em seu gabinete enquanto a tarde se tornava noite. E, sim, eu esqueci completamente de fazer uma foto.


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Rick

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