Senado ouve ministro da Previdência sobre fraudes no INSS

Thursday, 15 May 2025
"Governo apresentou resposta firme contra fraudes, afirma ministro".
O ministro da Previdência Social disse que o governo deu uma “resposta firme” ao esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas, com ações conjuntas da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União e da Advocacia-Geral da União. Segundo ele, as operações resultaram no bloqueio imediato de R$ 2,56 bilhões de 12 entidades, além da suspensão de descontos em folha e da criação de uma força-tarefa jurídica específica para combater irregularidades.
O ministro também afirmou que foi dada prioridade à comunicação transparente com os beneficiários, com a notificação de 27 milhões de segurados via aplicativo (pelo Meu INSS). Ao alertar para o risco de golpes, ele ressaltou que o INSS não faz ligações ou envia SMS, e que todo o processo de ressarcimento será digital e simplificado para evitar filas nas agências.
'Ladrão entrou na casa entre 2019 e 2022', diz Wolney
Wolney afirmou que, em 2019, começaram a chegar denúncias de descontos irregulares nas aposentadorias. Segundo ele, o “ladrão entrou na casa” entre 2019 e 2022 devido ao fim da revalidação, que levou 11 empresas a se credenciarem ao INSS.
— Descobrimos que essas instituições eram 100% fraudulentas e se estabeleceram nesse período — declarou.
Benefícios da Previdência são a maior entrada de dinheiro em 65% dos municípios
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, enfatizou que o Brasil tem 99,3 milhões de assegurados, quase "duas Argentinas" e que são injetados recursos da ordem de quase R$ 1 trilhão por ano na economia brasileira a partir do pagamento de aposentadorias e pensões.
De acordo com o gestor da Previdência Social, em pelo menos 65% dos municípios a maior entrada de dinheiro é através dos benefícios pagos pelo INSS. E nos outros 35%, fica atrás apenas dos Fundos de Participação dos Municípios.
— A Previdência Social é um patrimônio do povo brasileiro, é um fator de proteção social. Sempre foi estimulado, defendido, valorizado em todos os governos do presidente Lula — disse o ministro.
Ministro diz que vai às 'últimas consequências' para apurar fraudes
O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, classificou as fraudes no INSS como “um assunto de extrema gravidade, que indignou o Brasil”. Segundo ele, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou a apuração do caso “até as últimas consequências, para que nenhum aposentado saia no prejuízo”.
Comissão abre reunião para ouvir Wolney Queiroz
Presidida pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), a Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) deu início à reunião para ouvir o ministro da Previdência, Wolney Queiroz. Ele deve falar não apenas sobre as fraudes em descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, mas também sobre políticas públicas da pasta no acompanhamento e na modernização das práticas gerenciais e de prestação de serviços públicos, inclusive quanto à responsabilidade fiscal, dos recursos e dos gastos públicos sob a gestão do INSS, e de medidas de transparência e prestação de contas e de informações à população a serem adotadas pela pasta ministerial, inclusive quanto à responsabilidade fiscal, dos recursos e dos gastos públicos sob a gestão do órgão.
INSS já notificou aposentados sobre descontos indevidos
O INSS notificou esta semana cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas que tiveram descontos associativos nos últimos anos. Os beneficiários do INSS que tiveram valores descontados a pedido de entidades nos últimos cinco anos poderão verificar os valores e contestá-los, por meio do app Meu INSS e do telefone 135, a partir da quarta-feira (14). Os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Randolfe Rodrigues (PT-AP) comentam as ações já tomadas pelo governo e sugerem o que ainda pode ser feito para punir os responsáveis e proteger os aposentados. Ouça a reportagem da Rádio Senado.
Governo destaca ações tomadas; oposição quer punições
A descoberta pela Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, de descontos indevidos em benefícios do INSS, estimados em R$ 6 bilhões, causou reações no Senado. Enquanto a oposição pede a apuração das irregularidades, inclusive por uma comissão parlamentar de inquérito, o governo destaca que identificou e já interrompeu as irregularidades, demitindo os responsáveis. Assista no vídeo da TV Senado o que disseram os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Jaques Wagner (PT-BA) sobre o caso.
Para Girão, Estado tem que ser firme para proteger aposentados
Já Eduardo Girão, em seu requerimento para ouvir Wolney Queiroz, ressalta o impacto social dos descontos irregulares: "O golpe afeta diretamente a segurança financeira de pessoas idosas, muitas delas em situação de vulnerabilidade, tornando-se alvos fáceis para organizações criminosas. A resposta do Estado, portanto, não pode ser tímida nem protocolar — exige total transparência, rigor investigativo e responsabilização exemplar dos envolvidos", afirmou no seu pedido à comissão (REQ 20/2025 – CTFC).
Moro quer esclarecer porque ministério demorou a agir contra fraudes
Um dos autores de requerimento para ouvir o ministro da Previdência, Sergio Moro destaca que apesar das insistências e da presença da alta cúpula do ministério, nenhuma medida concreta foi tomada até março de 2024, quando o INSS publicou novas regras para autorizar descontos em aposentadorias. Até então, o caso já seria alvo de investigações da CGU e do TCU. "Análise das atas de 23 reuniões do conselho revelou que o tema só foi oficialmente discutido em abril de 2024, quase dez meses após o primeiro alerta. Nesse período, segundo auditoria da CGU, os valores descontados chegaram a R$ 250 milhões por mês, triplicando em menos de um ano", argumenta o senador em seu requerimento (REQ 18/2025 – CTFC).
Wolney Queiroz presta informações à CTFC sobre fraudes no INSS
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, foi convidado a comparecer à Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), nesta quinta-feira (15), às 10h, para prestar informações sobre as fraudes relacionadas a descontos não autorizados por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O pedido de audiência foi feito pelos senadores Sergio Moro (União-PR), Dr. Hiran (PP-RR), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Rogério (PL-RO).