Diego Nasato: além da vereança

Diego Nasato: além da vereança
Foto: Divulgação

Thursday, 21 August 2025

Conheça um pouco mais sobre as ideais de Nasato sobre os principais problemas que atingem Blumenau.

Essa semana, conversamos com o vereador Diego Nasato (Novo).

Similar ao que fizemos com o vereador Bruno Cunha (Cidadania), extrapolamos a esfera da vereança. Apresentamos a Nasato problemas que afetam Blumenau do macro ao micro, indo de Brasília aos dilemas mais regionais.

Abaixo, a entrevista na íntegra:

O Brasil é conhecido pelo Agro forte, mas Blumenau não se notabilizou pela priorização à Agricultura e à Pecuária. O que você pensa disso? Mudaria algo? Como?

Blumenau sempre foi mais urbana e industrial, mas isso não significa que devemos negligenciar o setor agropecuário. Temos espaço para fortalecer a agricultura familiar, especialmente com tecnologia e incentivo à produção de alimentos para consumo local. Reduzir burocracia para produtores, abrir mercados diretos entre agricultores e consumidores e investir em capacitação pode gerar renda e melhorar a qualidade de vida no campo — sem criar dependência estatal.

A cidade que já foi um pólo da indústria têxtil se estabeleceu nos últimos anos como um grande centro da tecnologia informática. Como incentivar ainda mais o crescimento dessa atividade na região de forma similar à que os Estados Unidos fizeram na Baía de São Francisco, na Califórnia (o Vale do Silício)?

Blumenau já é referência nacional em tecnologia, mas podemos ir além. O papel do poder público não é criar empresas, e sim criar um ambiente favorável para que elas floresçam. Isso significa simplificar a burocracia, garantir segurança jurídica e incentivar a aproximação entre universidades, empresas e investidores. Podemos aprender com o Vale do Silício: eles cresceram porque havia liberdade para inovar, acesso a capital e um ecossistema colaborativo. Se dermos essas condições aqui, o talento blumenauense faz o resto.

Hoje há uma linha muito tênue no Brasil entre o que é cultura e apologia à degradação social. Você vê o fomento cultural como algo importante? E como separar o que de fato são manifestações culturais do que é banalização de más posturas travestidas de arte?

Cultura é fundamental para a identidade de uma cidade, mas não pode ser confundida com apologia ao crime, à violência ou à imoralidade. Defendo que o recurso público seja direcionado para projetos que valorizem a história, as tradições e a formação educacional e cidadã. O filtro deve ser objetivo: critérios técnicos, transparência e prestação de contas, não afinidade ideológica.

O que Blumenau teria autonomia para fazer com os programas assistencialistas do Governo Federal para amparar pessoas socialmente vulneráveis sem incentivar a indolência?

Assistência social deve ser um trampolim, não uma rede eterna. Podemos criar programas que ajudem o vulnerável a voltar ao mercado de trabalho, oferecendo qualificação, intermediação de emprego e apoio temporário. Isso combate a dependência crônica e estimula a autonomia.

Desde o governo Dilma o Brasil tem alocado uma grande quantia de recursos na educação superior, deixando a educação de base deficitária. O que o município poderia fazer – dentro das suas deliberações legais – para corrigir esse equívoco estratégico?

O município pode melhorar muito a educação de base investindo em gestão eficiente, formação continuada de professores e parcerias com a iniciativa privada para trazer novas metodologias. O foco deve ser o aprendizado real do aluno, com metas claras e transparência nos resultados, evitando o erro estratégico de priorizar o topo da pirâmide e esquecer o alicerce.

Como balancear o desajuste que Blumenau sofre com a centralização tributária em Brasília?

O sistema atual sufoca municípios como Blumenau. Enquanto Brasília arrecada a maior parte, sobra pouco para resolver nossos problemas locais. Precisamos lutar por mais repasses diretos e maior autonomia de gestão, além de trabalhar para gastar cada real com eficiência, provando que a descentralização funciona.

Com o crescimento das cidades também surge o aumento da violência. Seja pelas diferenças culturais ou pelo efetivo policial que tende não acompanhar as necessidades da comunidade, a Segurança Pública tende a ser a primeira baixa do crescimento urbano. Qual seriam as medidas profiláticas mais adequadas para evitar que Blumenau sucumba aos pés do crime (organizado ou não)?

Segurança não é só mais viatura na rua — é também iluminação pública, urbanismo inteligente, oportunidades de emprego e educação. Podemos investir em monitoramento por câmeras, integração entre as forças de segurança e programas que ocupem positivamente espaços públicos. Prevenção é mais barata e eficaz do que remediar.

Blumenau tem problemas estruturais flagrantes que acabam refletindo diretamente na economia local. É o caso do Aeroporto Quero-Quero e até mesmo da rodoviária. Como isso poderia ser contornado?

Precisamos destravar a infraestrutura. No caso do Aeroporto Quero-Quero, buscar parcerias público-privadas pode ser a solução para modernizar e ampliar sem depender exclusivamente do caixa da Prefeitura. A rodoviária também pode ser repensada como centro intermodal, atraindo mais fluxos de transporte e negócios para a cidade.

Nos últimos 15 anos nossa cidade tem sido castigada por certames licitatórios consideravelmente desvantajosos para a comunidade. Vai desde o contrato do esgoto com a BRK à concessão de ônibus da Blumob ou mesmo a nova Área Azul pela Rek Parking. No caso do contrato com a BRK, a Câmara está tentando consertar as irregularidades. Como fazer isso com todos. E, acima de tudo, como evitar que novos problemas similares a esse voltem a ocorrer futuramente?

Transparência e fiscalização são chaves. Para corrigir contratos ruins, precisamos de auditoria independente, revisão jurídica e, quando possível, rescisão ou reequilíbrio contratual. Para evitar novos erros, defendo processos licitatórios mais técnicos, com ampla concorrência e critérios claros que protejam o interesse público.

O partido Novo representa justamente uma forma nova de administrar a coisa pública. Quais seriam as maiores novidades que Blumenau teria se, um dia, tiver Diego Nasato como prefeito?

Teríamos uma gestão mais enxuta, focada em resultado e sem aparelhamento político. Isso significa menos cargos comissionados, mais meritocracia, prioridade para educação e segurança, incentivo ao empreendedorismo e total transparência — inclusive com todos os gastos online e auditáveis. A Prefeitura seria administrada como uma boa empresa: metas, indicadores e responsabilidade.


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Rick

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