Blumenews avalia os vereadores na legislatura 2017

Blumenews avalia os vereadores na legislatura 2017
Foto: Divulgação

Wednesday, 17 January 2018

Mais um ano começa e, com ele, mais uma avaliação dos vereadores do nosso município.

Entra ano, sai ano e a política – para a maioria das pessoas – parece não mudar. O BLUMENEWS passa doze meses freqüentando os corredores dos três Poderes, conversando com servidores, contribuintes e colhendo opiniões. Dessa forma, sempre que finda o ano, podemos fazer um balancete sobre as atividades do Executivo e salientar os destaques do Legislativo.

Claro que antes de ler a avaliação algumas coisas devem ser levadas em conta como, por exemplo: vereadores têm como função criar leis e fiscalizar a prefeitura. Ou seja, um vereador NÃO VAI poder asfaltar a sua rua e menos ainda colocar seu filho na frente das outras crianças em filas de creche. E, acima de tudo, o salário mínimo NÃO É responsabilidade nem dos vereadores, nem do prefeito, deputados estaduais ou governador. Vamos criticar? Claro! Mas vamos nos ater àquilo que REALMENTE é de deliberação deles.

Adriano Pereira

O petista Adriano Pereira, que passou anos em atividades como voluntário e líder comunitário na Velha Grande, foi a maior prova que as eleições passadas trouxeram de que o eleitor tem, pelo menos recentemente, valorizado o trabalho. Afinal seus ex-colegas de sigla contavam com ‘vantagens’ que não ajudaram a eles em nada.

Enquanto o ex-presidente da Casa, Vanderlei de Oliveira, usava como podia (e não podia) a ‘máquina’ da presidência a seu dispor para impulsionar sua campanha, Jefferson Forest ganhava cada vez mais mídia como um parlamentar que só fazia criticar e gritar. Sem a estrutura da presidência e a disposição para gerar controvérsias (nem sempre necessárias), Adriano confiou em seu trabalho na Grande Velha e na premissa de que ‘quem não briga, vence a guerra’.

Como único representante do PT, ele apresentou cerca de mil requerimentos, agiu intensamente como fiscal e representou os interesses de sindicatos, bem como de servidores públicos. Sempre muito presente na região da Velha e bem quisto por grande parte dos moradores da região, o vereador também conta com uma equipe muito boa de gabinete, como é o caso – e merece menção – de Wagner Schanaider.

Deixando o proselitismo político da maioria dos entrevistados de lado (afinal o PT passa por sua pior crise desde que surgiu e a tendência é piorar) foi quase um consenso que Adriano só não conseguiu fazer um trabalho melhor – como havia feito nos anos anteriores desde que eleito pela primeira vez – por conta das vezes em que precisou se afastar do cargo.

O trabalho de Adriano, realmente, é muito bom. Mas e aquele bigode? Seria promessa?

Almir Vieira

Único representante da quase esquecida ‘Operação Tapete Negro’ em Blumenau, Almir Vieira (PP) é o vice-presidente da Casa e quase nunca se indispõe, preferindo usar terceiros para isso.

Geralmente envolvido com assuntos como abastecimento de água, Segurança Pública e regularização fundiária, teve seu trabalho elogiado por alguns líderes comunitários ao Noroeste da cidade, mas também duramente criticado por outros, que inclusive lhe imputam culpas e disseminaram informações que, sem provas, se relegam a boatos.

Alguns de seus defensores citaram seu esforço pelo sucesso do programa Lar Legal. Contudo, seus detratores afirmam que ele poderia ter interesses mais pessoais por trás disso.

De qualquer forma o projeto é uma realidade, mesmo que venha sendo investigado por ser usado para que empresas lucrem. Mais informações podem ser vistas no pronunciamento do desembargador Lédio Rosa de Andrade, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em sua visita ao plenário no último mês do ano passado, neste link aqui (basta clicar nele).

Alexandre Caminha

Autor de nove leis em vigência, Caminha (PROS) está no seu primeiro mandato.

Dono de um admirável histórico a frente do Procon (além de ser um hábil piloto/cinegrafista de drone) ele atuou muito na fiscalização em relação às operadoras de telefonia e distribuição energética (algo que começou fazendo ainda no Procon).

Entre aqueles que apreciaram sua Legislatura ele foi elogiado pela criação de leis como as que incentivam a utilização de terrenos públicos municipais em desuso para manutenção de hortas comunitárias e outras que impedem que empresas desrespeitem seus clientes ou lhes faltem com qualquer tipo de atendimento a necessidades especiais mais específicas.

Seus críticos, por outro lado, acham que Caminha se focou demais em apenas as áreas nas quais se sente mais preparado (até pela experiência no Procon, supracitada) e com isso limitou-se. Também houve algumas críticas sobre a indicação de projetos e até criação de leis que invadem a Iniciativa Privada. Porém, mesmo aqueles que não foram tão simpáticos à sua legislatura admitem que seus erros não foram graves e que podem ser suplantados com experiência.

Alexandre Matias

Certamente o vereador com o menor número de eleitores vegetarianos em Blumenau, o tucano é filho do ex-presidente do Samae, Valdair Matias, que começou muito mal na autarquia e foi melhorando aos poucos. A expectativa é que seu filho também melhore aos poucos.

Representante de um grupo de interesses muito específico, Matias é a prova de que um governo fraco tende eleger um líder fraco. Autor de Projetos de Lei quase sempre irrelevantes e que beneficiam pouco além de grupos distintos (como o esquecível ‘Dia do Som Automotivo), ele tem pouca ou quase nenhuma importância no cenário municipal.

Os que apreciaram seu mandato afirmam que a lei que prioriza o atendimento de crianças autistas é uma prova de sua boa legislação. Já os que não apreciaram também citam essa lei, afirmando: “mas foi só essa... e uma lei válida em doze meses é muito pouco”.

Em personalidade, Matias lembra muito o ex-vereador Fábio Fiedler (que pode estar desaparecido, ou ter ido parar na Record... ninguém se importa). Com a diferença de que tem menos carisma, não tem a mesma relevância para o DCE da Furb (o que, nesse caso, é um ponto positivo para Matias) e tampouco 1% do talento que somos obrigados a admitir que Fiedler tinha quando líder do governo de João Paulo Kleinübing (PSD).

Resta-nos ser otimistas e torcer para que Alexandre descubra o quanto antes que uma comunidade municipal não se resume a algumas patotas do Stammtisch.

Pensando bem... #SaudadesFabio.

Bruno Cunha

Bruno Cunha (PSB) é um fenômeno. Praticamente uma unanimidade. Sete a cada dez pessoas com quem conversamos o considerou o melhor e mais ativo vereador de Blumenau no ano de 2017.

Exemplo real do dito ‘sangue novo’ e da alegada ‘política nova’, Bruno não se envolveu em polêmicas, não sujou as mãos ou trocou farpas. Apenas trabalhou. E trabalhou muito bem. Com a melhor equipe de gabinete da Câmara (incomparavelmente a frente das outras) ele marcou presença fortemente nas redes sociais, nas comunidades, nas sessões e estava em quase todos os grupos de voluntariado da cidade ao mesmo tempo.

Boicotado por mesquinharias do próprio partido, ele foi o autor de projetos de grande repercussão midiática como a garantia do direito de animais a morarem em apartamentos e a criação de multa para quem os ferir. Só com esses dois exemplos ele já ganhou boa parcela do eleitorado.

Seus defensores – e são absurdamente muitos – têm listas de projetos de Lei e ações comunitárias das quais participou. Como advogado, realmente ele soube como usar a estrutura legislativa municipal e, principalmente, como dar publicidade aos seus atos. Já seus críticos acreditam que ele pode estar usando a estrutura municipal para tentar uma eleição a um cargo mais elevado e questionam se ele estaria pronto, por exemplo, para a Alesc.

Mas o fato é que Bruno Cunha é um fenômeno e que em 12 meses fez o que há parlamentar a quase 30 anos sem fazer. E, nesse ponto, temos que concordar: sua atividade e conhecimento legislativo são realmente excepcionais.

Gilson de Souza

Ao contrário do que alguém da imprensa disse de forma leviana sobre seus colegas, Gilson não é um vereador ‘bobalhão’ (impossível usar esse termo sem se sentir de volta aos oito anos).

Professor por formação, ele foi o autor da lei que obriga o Seterb a divulgar o destino das multas (acabando, em tese, com a caixa-preta da autarquia e botando em xeque colegas de Câmara que se valiam de desinformação para tentar aplicar atos de desonestidade). Um dos vereadores – junto com Bruno Cunha – mais econômicos da Casa, Gilson também alcançou grande aprovação entre todas as pessoas ouvidas e é outro tido como ‘real exemplo de uma nova política’.

Geralmente consciencioso, tem muitos simpatizantes que ressaltam sua importante atuação pela Educação numa cidade que tem carecido tanto nessa área. Já seus críticos afirmam que ele mudou muito de postura em relação ao governo tucano e alegam acreditar que, moralmente, ele não deveria aceitar ter cargos por indicação no Executivo.

Mas o fato é que 2017 foi um excelente ‘primeiro ano’ para o professor Gilson. O que falta agora é tomarmos um café... algo que eu fiquei de fazer no começo do ano passado e, passou quase  um ano, ainda não fiz. Mas faremos.

Ito de Souza

O vereador Ito (PR) é alguém de personalidade mais rústica e, por mais de uma vez, nos disse que nossos constantes ataques aos envolvidos no Tapete Negro o ajudaram a se eleger. Algo que, pelo visto, pode ser visto de forma bastante positiva.

Muito bem quisto entre associações de moradores por conta de sua constante busca de recursos e envolvimento com o esporte amador, ouvir sobre seu trabalho foi uma grata surpresa, pois poucas pessoas tinham críticas realmente fundamentadas contra ele.

Até conselheiros municipais elogiaram seu trabalho e entre os elogios estava a sua autoria da lei que criou a Escola Aberta, que propicia um espaço saudável para várias comunidades poderem ter atividades onde as pessoas possam passar um tempo de qualidade. Já as críticas geralmente eram pessoais e tinham mais a ver com “ele me ofendeu com uma brincadeira”. Ou seja, nada que realmente deponha contra seu trabalho enquanto vereador.

Jens Mantau

‘Decano’ da Câmara Municipal de Vereadores, o tucano tem feito parte da vida pública blumenauense a mais tempo do que muitos dos nossos leitores têm de vida.

Tendo um forte trabalho comunitário na região Norte – como a Vila Itoupava – e com uma agenda rigorosa de visitas e telefonemas, Jens Mantau mantém o mesmo eleitorado fiel desde seu primeiro mandato. Talvez não seja o bastante para se tornar deputado, mas certamente tem sido o bastante para mantê-lo vereador nas últimas décadas.

“Ele faz muito pela região. Esses novos terminais que estão fazendo e a ligação ali pra (cidade de) Luís Alves são tudo coisas dele” disse um dos seus eleitores, frisando que ele sempre está presente na vida de quem votou nele e verifica o andamento de obras. Por outro lado, um crítico afirmou: “o camarada é vereador a vida toda e não tem projetos grandes no nome dele... por isso nunca foi prefeito, deputado ou nem líder desse governo”.

Outra crítica que lhe é feita – e dessa vez por algumas associações de moradores – é a de que ele beneficiaria clubes de Caça e Tiro com verbas que poderiam vir a beneficiar mais do que apenas um nicho da comunidade.

Eu, pessoalmente, discordo de muitos dos discursos dele que visam defender um governo que está às vias do indefensável, mas é inegável que seu trabalho no Norte da cidade é ímpar e que sua pessoa é muito simpática. Além de ter um tucano de pelúcia (provavelmente um assessor) que ele sempre levava a reuniões do PSDB.

Jovino Cardoso

Ex-vice prefeito e ex-presidente da Câmara, o vereador Jovino (PSD) é como os filmes de Sacha Baron Cohen (como ‘Borat’ de 2006, ‘Bruno’ de 2009 ou ‘O Ditador’ de 2012): não há meio termo com ele... ou você ama, ou você odeia. E as opiniões se dividem muito.

Legitimamente autêntico (por mais redundante que pareça a sentença) ele é muito respeitado por muitas pessoas de comunidades mais carentes que já puderam contar com a sua ajuda e, eventualmente, criticado por suas posturas polêmicas. Jovino tem se tornado o maior crítico do governo ‘popônico’ (que vem de Popô, ou Napoleão) e não poupa o ex-aliado.

Enquanto vice-prefeito ele foi boicotado e os próprios secretários de pastas e gerentes à época assumiam fazer uma espécie de assédio moral contra ele. Frequentemente o vereador é alvo de boatos com pouco fundamento ou denúncias que se mostram meras manobras políticas.

Não foram poucas as pessoas ouvidas que disseram não gostar dele antes de conhecê-lo e, posteriormente, terem mudado de opinião e compreendido que geralmente boatos não passam disso: boatos. Mas, claro, também há seus críticos com embasamento bem com os preconceituosos que lhe são antipáticos, por exemplo, pelo fato de ele ser evangélico.

Seus defensores alegam, com afinco, que ele sempre atende todas as pessoas que entram em contato com ele e quase sempre consegue resolver os problemas de comunidades menos abastadas. E, certamente, esse perfil de ‘vereador do dia-a-dia’ é algo que se encaixa nele. Contudo, seus críticos afirmam que ele quase nunca apresenta Projetos de Lei realmente importantes. Ou seja, ele faz a parte de fiscalizar, mas esquece da parte de legislar.

Talvez seu ato de maior relevância em 2017 tenha sido conseguir a extinção das câmeras de monitoramento que transformavam Blumenau em uma espécie de ‘nono círculo do Inferno das multas’. Uma de suas bandeiras tem sido combater o que ele (e quase todo mundo) chama de ‘indústria da multa’ e que realmente tem servido ao município muito mais como caixa eletrônico do que como medida efetiva para coibir acidentes.

E o que Blumenau mais espera de Jovino em 2018 é que ele continue avidamente atento a cada derrapada do prefeito para poder, com um sarcasmo contagiante, criticar a administração municipal. E que, quem sabe, gaste um pouco menos no gabinete.

Marcelo Lanzarin

Se a vida fosse um filme, Lanzarin seria o Jack Griffin, da obra ‘O Homem Invisível’ do lendário H.G. Wells (por motivos óbvios). Mas se fosse um seriado, ele seria o Godines, do ‘Chaves’ (porque você só lembra que ele existe quando o vê).

Incrivelmente ele não teve NENHUM defensor, enquanto vereador. Até houve quem o elogiasse quando secretário de Saúde, mas simplesmente esqueceram que ele ocupa um cargo na Câmara. Também se esquecerem dele para criticar. Mas ele certamente não é um fruto de alucinação coletiva, então só a sua falta de expressão já é um indicador negativo de sua vereança.

A verdade é que Marcelo Lanzarin é uma pessoa amável, mas não é um bom vereador. Na melhor das hipóteses está esquentando uma cadeira que não usa e pagando (muito bem, aliás) servidores que não lhe tem colocado de forma significativa no radar político local.

Marcos da Rosa

O atual presidente da Câmara está no seu segundo mandato e sempre se mostrou um vereador consciencioso e usa de forma comedida seu poder de ‘voto de Minerva’.

Marcos (DEM) é um membro respeitado da Assembleia de Deus e há cinco anos recebe consecutivamente a medalha Alferes Tiradentes como vereador mais atuante e, ao que parece, não deixou as responsabilidades da presidência mudarem essa disposição.

Combatente ferrenho dos agora populares narguilés (mais uma moda passageira, como a praga da ‘paletas mexicanas’), ele foi o autor da lei que proíbe o trote universitário nas ruas da cidade e que incentiva através de abatimentos fiscais empresas a apoiarem o paradesporto.

Tendo atendido aproximadamente duas mil pessoas, Marcos encontra vários defensores que afirmam que seu trabalho é incansável e que sempre que solicitado ele prontamente atende aqueles que lhe procuram. Já entre seus críticos houve reclamações sobre ele deixar com frequência a mesa durante as sessões para resolver assuntos pessoas, inclusive viajando para tanto.

Além, claro, dos comentários (ignóbeis) de preconceito em relação à fé que ele professa.

Oldemar Becker

Becker (DEM) poderia ser apenas um senhorzinho com pouca instrução. Mas ele é mais complexo que isso. Às vezes ele parece não saber nem o que está fazendo no Plenário, mas outras vezes ele tem propostas de extrema relevância. É como se ele fosse um filme sendo rodado por dois diretores diferentes. Uma verdadeira concha de retalhos.

Confuso desde a primeira sessão que participou (na qual o então vereador Jefferson Forest o induziu a enfurecer sem querer uma audiência composta por protestantes raivosos com tarifas de ônibus) Becker ora parece incapacitado, ora parece desinformado; ora parece dissimular, ora parece ter boas ideias.

Vítima de boatos infundados no passado, o democrata teve uma base de apoio esse ano muito menor do que a que teve na avaliação do ano passado.

Seus apoiadores ressaltam sua atitude e o fato de que, mesmo quando seus projetos bem elaborados (como o brinquedo para cadeirantes) não passam pela Câmara, ele encontra meios alternativos. Já seus detratores afirmam que ele não tem a menor capacidade de exercer o cargo que exerce e alguns, inclusive, o apelidaram de ‘Tiririca’.

Mas Becker é uma pessoa simpática que, dando o exemplo, conta com o apoio de servidores com necessidades especiais em seu gabinete. Isso, por si só, é um gesto inspirador, ao menos.

Ricardo Alba

O Alba (Patriota) começou muito bem o ano. Mostrou ser proativo. Fez vários projetos. Mas, como diriam os atletas, “queimou na largada” e parece que perdeu o fôlego no final.

Muitas pessoas já ficavam desconfiadas do vereador por ele ter sido um dos organizadores da maior marcha da história de Blumenau pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), afirmando que ele apenas usou o megaevento para angariar votos e notoriedade. Se era a intenção, ele conseguiu. Entrou na Câmara alegando ter um “jeito novo de fazer política” e, com isso, depôs contra si mesmo.

Ao divulgar publicamente sua alegada ‘economia’ de gabinete, afirmando a plenos pulmões ser o vereador que mais economiza na Câmara, ele provou fazer exatamente a velha política: usar os outros de degrau com o intuito de promover a si mesmo. O que é, no mínimo, deselegante.

E a própria dita economia faz pouco sentido. Como um mandato que gasta tanto em produções de vídeo (entre outros) e paga pelas mesmas se o que alega gastar mal daria para as contas de telefone. Ao invés de fazer as pessoas pensarem que ele é nobre por tirar o dinheiro do próprio bolso, ele faz as pessoas se questionarem sobre haver alguém por trás das cortinas (e do Portal Transparência) pagando as contas. E em troca de que, se houver.

Encontrar pessoas isentas para falar sobre ele foi um desafio. Muitas pessoas – mas muitas MESMO – têm rixas pessoais contra ele. Geralmente ex-colaboradores de campanha. Mas os que o defendem batem na pouco convincente tecla do “ele gasta pouco” e os que o atacam afirmam que ele conseguiu a façanha de ser expulso do próprio partido depois de uma tentativa desleal, segundo as fontes, de prejudicar o atual diretor do Procon, César Cim.

Tomara que Alba aproveite suas férias para recarregar a energia e conseguir voltar a ter fôlego e assim, quem sabe, retomar a credibilidade que tinha há exatos 12 meses.

Sylvio Zimmermann

Dizer que Sylvio (PSDB) é um homem culto seria pleonasmo. Ao deixar de ser o líder de um governo fraquíssimo, ele provou sua enorme inteligência. Então o vereador –e, quem sabe, futuro prefeito de Blumenau – deixou os bairros para os vereadores que são de bairro, as leis para os advogados e iniciou sua jornada legislativa mergulhando em projetos inovadores.

Autor da Lei da Inovação (que beneficia empreendedores), idealizador do novo Portal de Transparência da Câmara, incentivador do Turismo através de leis que beneficiam cervejeiros,  proponente da criação da Secretaria de Relações Internacionais e um calígrafo (literalmente) de mãos cheias, Sylvio Zimmermann está num patamar muito elevado de consideração pública.

A maioria das pessoas que falaram sobre ele o elogiaram. Seja sua educação, capacidade, escolha certeira dos servidores de gabinete, articulação ou esforço para alavancar a economia local, seu nome foi muito bem citado pela maioria esmagadora das pessoas ouvidas. Os poucos que o criticaram usaram argumentos que tem pouca ligação com seu mandato, como “muitas vezes o povo não entende as palavras que ele diz na televisão”.

Certamente Sylvio Zimmermann – que nunca se gabou de fazer ‘nova política’ – está fazendo. E mais certamente ainda deve muito a sua esposa, a brilhante jornalista Cristiane Soethe Zimmermann.

E, como prometido, não deixem de conhecer e se inscrever no canal dele clicando aqui.

Zeca Bombeiro

Ah... o Zeca... o que dizer dele que já não tenha sido dito? Uma mistura de Joe DeRita com Oliver Hardy e Zacarias (dos Trapalhões), ele é um caso a ser estudado.

Durante a campanha eleitoral se apresentava como “quem trouxe o helicóptero Arcanjo para Blumenau” quando, na verdade, quem o fez foi o governador através de um grupo de deputados estaduais. Mas o sufixo ‘bombeiro’ denota credibilidade ao nome ‘Zeca’.

Não que ele seja uma má pessoa. Muito pelo contrário. Ele é apenas desastrado. Do tipo que pode tropeçar atrás de um armário, cair em uma cama e quebrá-la sem querer. Ou que simplesmente esquece-se de pagar um velho amigo por um serviço muito pessoal prestado. Não por maldade. Apenas esquecimento. Quem sabe Alzheimer? Não parece maldade.

Incrivelmente nenhum dos entrevistados elogiou o pobre homem. E as críticas quase sempre vinham acompanhadas de acusações. Algumas sobre bares outras sobre placas de rua. Enfim. Nada publicável ,  tudo sem provas. Mas quase todos o chamaram de ‘mendigo de votos’ (não que políticos não o sejam, profissionalmente, por definição) e outros questionaram: se clubes privados são obrigados a ter salva-vidas (e tentaram até com recantos naturais da Nova Rússia), por que os Clubes de Caça e Tiro amigos do Zeca não têm? Mas não tem? Vai saber...

Em 2018 só nos resta esperar mais peripécias causadas por esse jeito estabanado do Zeca. Algo à Rowan Atkinson.


>> SOBRE O AUTOR

Ricardo Latorre

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