Morte de Charlie Kirk expõe grave ferida moral

Thursday, 25 September 2025
É hora de criminalizar o discurso que incentiva a violência política... para ambos os lados.
No dia 11 desse mês completou 24 anos que terroristas destruíram o World Trade Center, matando milhares de pessoas. Contudo, no dia anterior outra tragédia ocorreu.
O influenciador conservador Charlie Kirk estava em um evento na Utah Valley University, em Orem, como parte da sua turnê ‘American Comeback Tour’, onde palestrava para uma enorme audiência e logo abriria o microfone para dialogar com seus discordantes.
Ele acreditava que quando casais param de conversar, há divórcio. E que quando nações cessam a diplomacia, há guerra. Justamente por isso, sua trajetória foi marcada pelo esforço em ouvir seus discordantes e debater civilizadamente seus pontos. “Prove me wrong”.
Contudo, por volta do meio-dia, ele foi baleado e morto enquanto discursava.
O assassino seria Tyler Robinson (22 anos) que – de acordo com a Promotoria – estaria envolvido com militância universitária de Esquerda, além de se relacionar com uma pessoa transsexual (ou em processo de transição de gênero). Ele teria, inclusive, confessado o tiro a essa pessoa, chegando a pedir que apagasse suas mensagens confessórias.
O FBI começou a caçada assim que descobriu sua identidade. No Discord, o assassino já demonstrava que se renderia. Seu pai o convenceu a se entregar e diversas autoridades locais afirmam que pedirão sua pena de morte. O presidente Donald Trump anunciou a intenção de classificar a organização extremista Antifa como terrorista.
Dois pesos, duas medidas
O que veio depois do trágico homicídio de Kirk, foi uma ópera de horrores. Jornais mais comprometidos com militância do que com a verdade o acusaram de extremismo e diversos psicopatas comemoraram a morte do rapaz.
Veículos como o UOL difamaram a vítima. O Globo tentou ligá-lo à Invasão do Capitólio de 2021. E uma jornalista chamada Rebeca Oliveira, da Folha de S. Paulo, buscou antigos tweets de Kirk para ligá-lo a preconceitos e usar sua crença armamentista para dessensibilizar seu assassinato. Algumas dessas agências de notícias tentaram ‘corrigir’ sua posição ao perceber ter causado indignação, mas já era tarde demais.
Esse duplo-padrão é algo bastante comum – e até banalizado – no mundo. E no Brasil.
Quem não lembra quando o historiador Mauro Iasi (PCB), citou Bertolt Brecht, quando esse disse que alguém de Direita merece um bom paredão de frente para uma boa espingarda munida de uma boa bala oferecendo-lhe, depois de uma boa pá, uma boa cova, terminando com a frase: “com a Direita e o Conservadorismo, nenhum diálogo... luta”.
Não muito diferente, há uma figura bastante caricata e anedótica chamada Jones Manoel (sem partido), que já afirmou que o ódio de classe deve ser estimulado e que o trabalhador deve acordar diariamente querendo esfolar seu patrão.
Isso não seria discurso de ódio? Os artigos 286 e 287 do Código Penal falam sobre incitar e fazer apologia a atos criminosos.
Então... isso não é ilegal?
Ou eu posso dizer que um fictício Carlos Comunista merece um belo corte na sua bela garganta com uma bela faca para então realizar uma bela desova de seu belo cadáver em um belo lixão porque eu acordo todos os dias com vontade de esfolá-lo por ser um mau funcionário?
Não posso. E sabe por quê? No Brasil, só é discurso de ódio a manifestação que ultrapassa a crítica ou opinião transformando-a em incitação, discriminação ou hostilidade contra grupos ESPECIFICAMENTE considerados historicamente vulneráveis.
Traduzindo: se você é homem, branco, cristão, heterossexual e de Classe Média está permitido que desejem a sua morte, tortura, expropriação ou qualquer outra forma de violência.
Enquanto figuras risíveis como Ian Neves, Paulo Galo, Thiago Torres e Humberto Matos pregam a tomada armada do poder e a violência política, o status quo normaliza tal verborragia. Com a mesma intensidade que ataca qualquer um que não aceite sua doutrina.
Essas pessoas usam rótulos vazios como ‘fascista’ ou ‘nazista’– não para atacar seus adversários ideológicos – mas sim para desumanizá-los. Afinal, ninguém ficaria ao lado de um nazista real. Com isso, dão vários sinais sutis para que gente psicótica do seu espectro político faça aquilo que eles mesmos não têm a coragem para fazer: matar seus supostos inimigos.
Discursos tão perigosos como o Nazismo são proibidos por lei, mas o Comunismo, não.
Curiosamente, o partido de Adolf Hitler matou aproximadamente 12 milhões de civis documentados, podendo chegar a 21 milhões (democídio amplo), mas a Ideologia Comunista – que matou de 100 a 148 milhões de pessoas – é legalmente permitida.
Um vírus social que deturpa a História, combate a lógica, se infiltra nas instituições e fomenta a violência contra os opositores com a mesma ferocidade que condena seu direito à legítima defesa. Qualquer um que não seja uma presa vulnerável é pintado como um monstro.
A tradição política do Século XX – possivelmente nazista ou soviética – dizia: “Acuse o adversário do que você é, chame-o do que você faz”. Hipócrita e delirante.
Até porque, a grande fraqueza dessas ideologias patológicas é justamente o senso comum.
Quase como uma seita disfarçada de movimento político, essas pessoas crêem cegamente em doutrinas que sequer conseguem compreender. Fingir que a violência contra homens é menos grave, que um branco não pode sofrer nenhum tipo de preconceito étnico, que a lógica da biologia reprodutiva é menos importante do que uma percepção pessoal ou que a família nuclear é um problema (apesar de garantir o sucesso da espécie humana há 300 mil anos) são formas de desestruturar alguns dos maiores alicerces que sustentam a sociedade como ela é.
E órgãos como a Mídia, o Judiciário e a Burocracia apenas validam isso, transformando a sociedade em que vivemos em uma refém indefesa da paranóia de uma minoria cujo desejo esquizofrênico superou a vontade da maioria. E isso é o começo do fim.
Para Aristóteles – lá na Grécia Antiga – a Democracia era o governo onde o poder pertence à maioria dos cidadãos. Alexis de Tocqueville a definiu como a ‘soberania da maioria’. Contudo, pensadores como Herbert Marcuse (da Escola de Frankfurt) começaram a crer que a maioria deveria ser ‘contida’ para que apenas os grupos identificados como ‘oprimidos’ possam ter voz. Essa tolerância repressiva está na gênese do Marxismo Cultural.
Dessa forma, o forte deve se deixar ferir pelo fraco, o próspero deve ceder o fruto do seu trabalho para o desafortunado e o sábio deve se curvar ao ignorante.
Justamente isso que temos visto.
Movimentos criminosos como o MST e o MTST invadem propriedades privadas ao seu bel prazer. Mendigos andam pelas ruas enquanto mulheres têm medo de passar por eles. A maior parte do seu salário é roubada de você e vai para as mãos de gente que não trabalha (muitas vezes sequer querendo trabalhar). Lésbicas são chamadas de transfóbicas quando se negam a ficar com pessoas trans. O policial é retratado como um criminoso enquanto o criminoso que ele caça é pintado como a vítima que nunca foi.
A verdade é que vivemos na Coitadolândia e, querendo assumir isso ou não, estamos todos contaminados. Quando há um acidente de trânsito entre um carro e uma motocicleta, quase sempre as pessoas se compadecem do motociclista mesmo sem sequer saber o porquê da colisão. Afinal, a moto é pequena e o carro é grande.
O ladrão foi baleado pela vítima quando tentava fazer mal à sua família? Quase imediatamente é retratado como um pobre injustiçado quase inimputável. É a ‘Ditadura do Miserável’.
E precisamos ser realistas: Democracia não é — e nunca foi — o governo de pequenos grupos que gritam mais alto, mas sim a expressão legítima da vontade da maioria, limitada apenas pelo respeito aos Direitos Humanos Básicos.
Assim sendo, essas minorias identitárias são, talvez, o maior risco para a Democracia hoje.
Seus dogmas estão envenenando a sociedade. Pessoas se veem coagidas a fingir concordar – e até gostar – de coisas só para não soar preconceituosas. Funk é uma música burra cantada por gente sem talento que constantemente faz apologia ao crime e sexualiza menores, mas no delírio coletivo em que vivemos é quase uma obrigação dizer que o ‘MC Escrotinho’ é o novo Vinícius de Moraes. Favela é um erro social onde boas pessoas vivem presas em labirintos escuros, esgoto a céu aberto e na mira do tráfico. Mas dizer isso é taxado com aporofobia (mesmo que ninguém queira morar lá).
Uma alucinação social – apoiada pelas autoridades com as piores intenções – que renega o passado e tenta construir um futuro baseado num sonho demente onde a família e a monogamia são os maiores dos problemas. Alguém precisa contar a eles de onde vêm os bebês?
“Um dia vamos precisar provar novamente que o céu é azul”, disse Winston Churchill. O problema é que, nos dias de hoje, Johann Wolfgang von Goethe tem mais razão que nunca ao dizer: “Os sábios têm de se calar para não ferir os tolos”. Ambas as frases, de autoria atribuída.
Somos uma maioria silenciosa refém de uma minoria estridente apoiada por juízes, jornalistas, políticos e burocratas que agem como os déspotas esclarecidos do Século XVIII.
E enquanto a lógica é tratada como tabu, a Ciência ganha ares de heresia.
Não podemos mais dizer que só existem dois gêneros. O Art. 140, §3º do Código Penal comparou ‘ofensas’ à identidade de gênero ao racismo, mas não determinou com exatidão o que configuraria ‘ofensa’. Com isso, a Suprema Corte Brasileira praticamente criminalizou a Biologia. O que faremos depois disso? Vamos prender Galileu Galilei (de novo)?
O inimigo agora é outro: o Extremismo
O exercício do livre pensar está sendo cerceado mais e mais a cada dia.
A Catedral – conceito criado pelo ideólogo americano Curtis Yarvin – seria uma manifestação das elites culturais cujo papel consistia em difundir suas crenças pelas universidades, escolas, imprensa, teatros, rádios, televisões e pelos Poderes constituídos. Uma poderosa rede de influência independente de voto popular. Algo muito antidemocrático, inclusive.
Muitas pessoas, hoje, têm medo de questionar os absurdos que nos impõem. Afinal, assédio jurídico tem se tornado uma arma popular nesses ‘Tempos Modernos’ que Chaplin não viu.
Àqueles que não se intimidam com o poder da burocracia ou mesmo com o boicote promovido pelos formadores de opinião, é guardado um destino ainda pior: eles se tornam ‘o inimigo’. Nazistas, racistas ou qualquer coisa que os desumanize. A tinta que pinta o alvo.
Lembrando que aquilo que funda a ordem mundial liberal na qual vivemos hoje foi exatamente a Segunda Guerra Mundial. É por isso que palavras como nazista e fascista são tão usadas para rotular os detratores. Por que não mongóis, espartanos ou vikings? Porque essas palavras não teriam o apelo emocional e a rejeição que se esperava que tivessem. Criar rótulos serve para mitigar o senso crítico e alienar seguidores que se tornam um rebanho feroz.
Isso coloca um lado contra o outro. Uma batalha de narrativas. Berço ideal para o extremismo.
O cientista político holandês Cas Mudde define o extremismo como a oposição aos valores fundamentais da democracia liberal, ressaltando sua rejeição ao voto popular e fazendo uma pequena distinção: “Radicais aceitam a Democracia, mas querem transformá-la profundamente. Extremistas rejeitam a Democracia em si”.
Charlie Kirk foi uma vítima enquanto praticava seu direito inalienável de expressar sua opinião. Extremo foi quem o matou. Mas dúzias de manchetes de jornal e centenas de militantes buscaram culpá-lo de alguma forma. Talvez, para eles, a razão do assédio seja a minissaia...
Ainda mais grave do que isso, houve figuras grotescas que comemoram o crime. Que aplaudiram o fato de duas crianças terem ficado órfãs. Foi o caso do escritor Eduardo Bueno, que fez vídeos debochando, gargalhando e batendo palmas para o homicídio. Bueno soa neurastênico e sem nenhuma inteligência emocional conhecido por semear o ódio.
Mas ainda pior do que ele, são as pessoas que pensam estar seguras atrás do anonimato. Assim como Marcos Dantas, um professor universitário aposentado que desejou que a filha de apenas cinco anos do apresentador Roberto Justus fosse guilhotinada só por ser rica.
Como visto, a violência política não se restringe aos militantes americanos, aos imigrantes na Europa ou aos grandes centros brasileiros. O perigo está até mesmo nos locais mais seguros, como é o caso de Santa Catarina, nosso belíssimo estado.
Na semana passada, a Polícia Civil deflagrou uma operação contra suspeitos de ameaçar de morte o governador Jorginho Mello (PL). Incluindo um servidor municipal da prefeitura de Benedito Novo. Nas conversas os acusados cogitavam esfaquear Jorginho e até utilizar um artefato incendiário. Algo absolutamente incomum para os padrões catarinenses.
Um problema que precisa ser combatido
Em todo o mundo ocidental as esquerdas validaram o fato de que elas podem matar e depois tripudiar da morte dos discordantes. Pessoas como Elias Jabbour, que de forma mais sórdida (e pouco inteligente), disse que é a favor da pena de morte, mas só se for no Socialismo.
Discursos lisérgicos como o da jornalista Milly Lacombe, que afirmou que “a família tradicional, branca e conservadora brasileira [...] é a base do Fascismo”. Talvez uma pessoa que projete seus problemas e frustrações pessoais em um modelo de vida do qual aparentemente já desistiu. Uma comunicadora que foi condenada pela Justiça por ter mentido sobre o ex-jogador Rogério Ceni no programa Arena SporTV em 2006.
Já está na hora de uma vacina que combata esse vírus social disseminado por pessoas frustradas que encontram na pura e simples inveja um combustível para alimentar sua raiva.
O Princípio da Ação e Reação – conhecida como a Terceira Lei de Newton – enuncia que “A toda ação corresponde uma reação de igual intensidade, mesma direção e em sentido oposto”. Vale para a Física, mas também vale para a Sociedade.
O discurso político vai ficar mais violento. O fenômeno do Desokupa, surgido como uma resposta à onda de ocupações urbanas na Espanha em 2016, é um pequeno exemplo.
Política é um jogo de poder. O Brasil vive preso numa eterna espiral entre os anos 60 e os anos 80. Seus líderes políticos ainda pensam com a mentalidade daquela época: parte deles cativa nas casernas do Regime Militar e outra parte aprisionada nos sindicatos do ABC Paulista.
A Constituição Federal de 1988 foi profundamente influenciada pelo Constitucionalismo Social e feita sob os rancores da Ditadura. É garantista e dá mais estabilidade aos seus burocratas do que seria racional fazer. Se tivesse sido feita um ano depois – logo após a queda do Muro de Berlim – certamente seu Zeitgeist seria outro e a tornaria completamente diferente.
Um poder estabelecido que, apesar de jurar ser o oposto dos militares de 1964, caça seus opositores de igual forma. O Grupo Jovem Pan corre o risco de perder suas outorgas.
E isso é uma violenta tentativa de censura. Como foi com a Revista Cruzóe, em 2019.
Prática que deve ser enfrentada de todas as formas diplomáticas possíveis antes que as pessoas abram mão da diplomacia. Não queremos que o mundo nos veja como vimos o Nepal.
O diabo mora nos detalhes
Desumanização. Colocar rótulos negativos nas pessoas atribuindo a elas algo que elas não são é desumanizar. Diferente de dizer que alguém que rouba é ladrão, você não pode chamar de homofóbica uma pessoa só por não querer ter uma experiência homossexual.
Assim as palavras perdem o sentido. Pessoas com baixíssima cognição – que sentem com grande intensidade, mas são incapazes de um mínimo gerenciamento emocional – desenvolvem raivas profundas por qualquer um que pensa minimamente diferente. Sem perceber o tamanho da ignorância exposta nos atos que cometem.
Na semana passada publiquei uma nota meu Facebook dizendo que iria excluir contatos que comemoram crimes. Deixei claro que não gosto de Lula, Bolsonaro, Alexandre de Moraes ou Silas Malafaia, mas também expliquei que não desejo o mal de nenhum deles. Disse que pessoas normais não desejam a morte dos outros. Que não podemos comemorar, seja a morte de Marielle Franco, seja a facada que Bolsonaro recebeu durante sua campanha eleitoral.
Eis que um senhor sem grande compreensão de texto mandou que eu me olhasse no espelho ou buscasse na minha consciência. O analfabetismo funcional na sociedade contemporânea não é apenas acadêmico, mas também voluntário: as pessoas só estão dispostas a entender o que querem. Lêem as manchetes e pensam saber sobre assuntos que desconhecem completamente.
Para Thomas Paine – pai ideológico da Revolução Americana, “discutir com uma pessoa que renunciou à lógica é como dar remédio a um homem morto”.
E ninguém renuncia mais a lógica do que um tolo doutrinado.
O excesso de complacência com aquilo que choca em busca de uma recompensa vindoura é justamente o elemento que ajuda as seitas a crescerem. Há momentos em que a mente aberta envenena o estado natural das coisas. Há coisas inaceitáveis. Tolerância demais é fraqueza.
Um trabalhador não pode ser obrigado a dar 53% do fruto do seu trabalho para um vagabundo acomodado com uma bolsa. Uma lésbica não pode ser forçada acariciar o pênis de uma pessoa trans por medo de soar transfóbica. Uma pessoa honesta não pode receber menos atenção do Judiciário do que um criminoso reincidente a quem é oferecido até um casaco.
Tratar criminosos como pobres vítimas da sociedade nada mais é do que um sentimento de superioridade de quem se vê tão acima dos outros que trata o elemento que optou por delinqüir como um mero animal sem consciência de seus atos. Arrogância pura e simples.
E não concordar com esse circo é um direito desrespeitado por turbas ensandecidas que te rotulam, desumanizam, perseguem, insultam, agridem e, às vezes, matam.
Afinal, se você é um ‘fascista’, pode morrer. Mas essas pessoas sequer sabem o que significa a palavra.
O Fascismo foi criado por Benito Mussolini após a Primeira Guerra Mundial. Pregava um nacionalismo extremo, culto à figura do líder, um único partido político, militarismo expansionista, propaganda massiva, controle ideológico e economia cooperativista. Mais próximo da União Soviética do que dos Estados Unidos.
Mussolini não era conservador e muito menos de Direita. Ele foi sindicalista. Seu movimento misturava a hierarquia direitista com estatismo e mobilização das massas esquerdista. A Esquerda Comunista, durante a Guerra Fria, se apropriou do termo ‘fascista’ como rótulo para todo inimigo político. Isso virou um hábito retórico que persiste sem ligação real com a História e sem nenhuma lógica minimamente aceitável.
(Lembrando que – ao contrário dos americanos – Stalin queria se aproximar de Hitler e da Alemanha na Segunda Guerra. E só não o fez porque os nazistas violaram o Pacto Germano-Soviético em 1941 invadindo a URSS. Mas o ‘nazista’ é você...).
Dessa forma – aparando as arestas e deixando tudo muito claro – é quase óbvio dizer que nada tem métodos mais fascistas hoje em dia do que os Antifa (Movimento Antifa).
Em sua obra ‘O Fascismo Eterno’, o filósofo italiano Umberto Eco aponta que fascistas rejeitam a Ciência e a crítica. Como exemplo, citemos uma verdade básica da Biologia: um homem não pode se tornar cromossomicamente uma mulher (XX)... ele pode até se parecer com uma, mas não se transformar em uma. Essa frase é o bastante para gerar o ódio de pessoas que rejeitam a Ciência e crêem que isso depõe contra a sua existência.
Em seus postulados, Eco determina que a origem dessa ideologia nefasta está na frustração – individual ou coletiva – daqueles a quem almeja alcançar. Geralmente seus alvos são pessoas fragilizadas, marginalizadas ou rejeitadas que serão ensinadas a impor sua vontade à maioria mansa e, assim, realizar o sonho de muitos oprimidos: se tornar o opressor.
Isso lhe fez lembrar absurdos como os movimentos de defesa da Crackolândia?
Para essas pessoas, não há luta pela vida, apenas vida pela luta. Por isso elas sempre buscam inimigos e estão em constante beligerância. Oponentes invisíveis, inimigos imaginários e ameaças desconhecidas. Algo que George Orwell descreveu muito bem.
Aos poucos, seus ideólogos – sempre se vendo como moral ou intelectualmente superiores – começam a minar as diferenças que eles mesmos incentivaram, padronizando aqueles que conquistaram. Então surge a Novilíngua, que é uma simplificação excessiva do vocabulário vigente, criação de novas palavras e problematização das que já existiam anteriormente.
Um bom exemplo disso é a banalização das gírias de favela (simplificação do vocabulário), a tentativa de imposição dos pronomes neutros (criação de novas palavras) e a demonização de termos como ‘denegrir’ ou ‘criado-mudo’ (problematização do vocabulário vigente).
Ou seja: estamos sendo dominados pelos fascistas, mas eles não são conservadores brancos e heterossexuais que acreditam em Deus. São, justamente, os seus opositores.
Essa foi uma das razões pelas quais o presidente Donald Trump assinou, nessa segunda-feira (22) uma ordem executiva designando a Antifa como uma ‘organização terrorista doméstica’. A ordem instrui agências federais a investigar e desmantelar operações ligadas ao grupo.
Já aqui, abaixo da Linha do Equador, o Governo Federal brasileiro sequer aceita classificar facções como o Comando Vermelho e o PCC como organizações terroristas. Alega que o crime organizado não tem motivação política clara (por mais que o Comando Vermelho tenha sido fundado com o auxílio de guerrilheiros socialistas).
O Congresso tem debatido o assunto com urgência e reuniões bilaterais (Brasil-EUA) também tocaram nesse ponto. Mas, honestamente, nossos representantes têm pouca credibilidade.
Em Santa Catarina – após as ameaças de atentado contra a vida do governador Jorginho Mello – forças policiais iniciaram investigações intensas não apenas aqui, mas também em São Paulo e na Paraíba. O Governo Estadual intensificou a segurança em diversos pontos estratégicos, especialmente onde o governador faz visitas.
Em Blumenau, a situação continua pacífica, como de costume. Por enquanto.
A tradição local é de ordem, as instituições são fortes e o clima cívico é de respeito. Para o vereador Flávio Linhares (PL): “A nossa cultura aqui e nosso povo é bem informado, onde o discurso da extrema-esquerda não prospera e por isso a ‘violência política’ não tem vez. Por essa mesma razão a cultura de enaltecimento do crime e de idéias que ‘passam a mão na cabeça’ da vagabundagem também não avançam aqui”.
Complementando, o vereador Bruno Cunha (Cidadania) ressalta o: “Trabalho sério para vencer o extremismo político que gera violência”.
Se a Novilíngua matou os plurais nas frases ditas pelos jovens e transformou belas palavras como “mãe” em agressões contra pessoas biologicamente incapazes de gerar vida, as diferenças ganharam contornos cada vez mais agressivos com pessoas afirmando que a dita ‘reparação histórica’ já não é o bastante e que agora buscam vingança. Depois de 137 anos.
Mas também cabe a você não se permitir dominar.
Se for chamado de algo que não é, reaja juridicamente. Registre Boletim de Ocorrência, represente o ofensor criminalmente e entre com uma ação cível por danos morais. Falsa acusação pode ser entendida como calúnia (Art. 138 do Código Penal), difamação (Art. 139) ou injúria (Art. 140). Racismo é crime, previsto pela Lei 7.716/1989, assim como o nazismo (tipificado pelo mesmo texto).
Jean-Jacques Rousseau – em seu ‘Contrato Social’ – defendia a igualdade natural dos homens. Ele estava errado. Todos somos diferentes uns dos outros. Únicos. DNA, impressões digitais ou retinas são provas físicas. A incapacidade de fazer mal ao outro por discordância de opinião é a evidência moral. Não nos rebaixemos, mas também não nos permitamos subjugar.
Já está na hora de criminalizar os discursos de ódio para ambos os lados. Algo que não temos visto. Justiça. Talvez seja necessário até mesmo criminalizar o discurso comunista, já que ele sempre vem acompanhado de ameaças que comprovam o viés genocida que carrega em si.
Enquanto Dom Quixote caça moinhos de vento na Lestásia, abordemos os reais problemas que tem transformado a sociedade brasileira numa enorme colônia de leprosos.
Crime não é cultura. Bestialidade não é esperteza. Educação não é fraqueza. O sol é quente, a água é molhada e só existem dois sexos biológicos na natureza. Ninguém deve pagar pelos erros cometidos cem anos antes de nascer. O próspero não é necessariamente mau. Nem sábio exclusivista. Ou o forte é pecador. O belo não é subjetivo. O ético não é um tolo.
Você não tem culpa por ter nascido onde nasceu (independente de onde seja). Você é culpado apenas pelas escolhas que fez.
Que comecemos a punir os reais responsáveis. Sem vingança. Sem ódio. Sem revanchismo. Apenas justiça. Porque as vidas daqueles que vivem com retidão e ética não podem valer menos do que as vidas daqueles que querem (e fazem) o mal do próximo. Não teria por que continuar fazendo a coisa certa se, ao invés de recompensa, houver apenas o castigo.
Que Zeus freie a sanha de Ate antes que outro Homero escreva uma nova Ilíada. E que Billie Joe Armstrong continue dormindo, porque setembro ainda não acabou.