Primeira reunião da Câmara acontece nesta quinta

Primeira reunião da Câmara acontece nesta quinta
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Friday, 03 February 2017

Com exceção do Zeca Bombeiro, os vereadores dessa legislatura foram muito bem escolhidos.

Que experiência maravilhosa foi entrar na Câmara dos Vereadores, nessa quinta-feira (02/02) – para a primeira sessão do ano – e não ter que ver o Ivan Naatz (PDT). Foi purificador. Quase como aqueles momentos quando está amanhecendo e surge a certeza de um novo grande dia. Praticamente uma epifania.

No plenário havia autoridades como o prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) – que a gente gosta de chamar carinhosamente de Popô – e magnífico reitor da Furb, João Natel, promessa estadual para 2018. Além de jornalistas, assessores e os bajuladores de sempre.

A sessão teve o pronunciamento de duas autoridades religiosas (apesar de o Estado ser laico) e um longo pronunciamento do prefeito que, como sempre, se mostrou um orador excepcional.

Os 15 acentos estavam preenchidos e, com segurança, podemos dizer que essa é a melhor legislatura dos últimos 10 anos com exceção do Zeca Bombeiro (SD), que é de dar dó. Tinha até o Almir Vieira (PP), para não dizerem que não houve uma ‘cota para o Tapete Negro’.

Os estreantes Aiton ‘Ito’ de Souza (PR), Alexandre Caminha (PROS), Alexandre Matias (PSDB), Bruno Cunha (PSB), Gilson de Souza (PSD), Ricardo Alba (PP) e Sylvio Zimmermann (PSDB) mostraram que as pessoas que foram às urnas foram sabendo o que queriam e votando com critério.

Ito é um líder comunitário que nunca desistiu do seu sonho de ser vereador e, merecidamente, conseguiu chegar lá.

Caminha foi um dos mais competentes funcionários públicos da história de Blumenau, tendo um passado brilhante a frente do Procon.

Cunha, o segundo vereador mais votado, fez uma campanha limpa, numa plataforma digital e se tornou uma verdadeira febre... uma onda que virou um tsunami na reta final.

Gilson era o único nome limpo e confiável do PSD na cidade pós-Tapete Negro. Já se mostrou uma força a ser respeitada em 2012 e agora provou que aqueles que subestimaram seu potencial foram tolos ou muito incapazes de enxergar o que estava a frente.

Alba, filho do legendário professor Leonir Alba, esbanja simpatia, boa vontade e carisma. Tem uma história limpa e traz com sigo um currículo que prova sua competência para o cargo.

Sylvio é, em poucas palavras, o candidato que todo partido queria ter. Educado, culto, extremamente bem preparado, muito bem relacionado e dono de uma visão vanguardista única, o futuro prefeito de Blumenau subiu apenas o primeiro degrau rumo a uma carreira brilhante.

Mas também há bons nomes entre os parlamentares que ficaram, como Marcos da Rosa (DEM), Marcelo Lanzarin (PMDB), Adriano Pereira (PT), Jens Mantau (PSDB), Jovino Cardoso (PSD) e Oldemar Becker (DEM).

Marcos, um líder religioso, mostrou postura assertiva no passado e sempre procurou usar de um discurso conciliador nas demandas que lhe foram trazidas.

Lanzarin já foi Secretário de Saúde e tem experiência, não sendo essa sua primeira vez na Câmara. Seu trabalho como secretário pode ter deixado a desejar, mas foi um bom legislador.

Adriano é o exemplo vivo da oposição comedida: ele reclama de um descaso da prefeitura, traz à tribuna, vai ao Executivo e depois, se resolvido, não se esquece de agradecer. Essa postura faz com que a prefeitura atenda com maior atenção suas demandas e isso certamente pesou muito na apertada eleição do PT, que fez apenas um vereador esse ano.

Mantau segue há décadas na vereança. Tem seu eleitorado fiel e o conhece como a palma de sua mão. Defende os interesses das comunidades que representa e é acessível aos seus eleitores. Apesar de todo o tempo de experiência, esse homem nunca trabalhou menos ou suavizou na labuta.

Jovino é uma certeza: você ama ou você odeia. O ex-vice-prefeito desesperou colegas de partido ao se filiar no PSD porque, de fato, disputar vaga com ele é praticamente impossível, Popular entre um grande número de pessoas e ao mesmo tempo polêmico, ele divide opiniões e assim consegue votações cada vez maiores.

Becker é subestimado. As pessoas não lhe dão o valor que merece. Afinal foi ele que, mesmo depois de ter o projeto para brinquedos voltados à crianças com necessidades especiais negado na Câmara, conseguiu aprovação do Executivo. E certamente conseguiria, pois essa é uma demanda constitucional.

Como disse antes, tirando o Zeca – e dando um desconto pro Almir – é uma legislatura muito boa.

Agora esses 15 parlamentares (ou 14, se considerarmos competência) vão ter duras batalhas pela frente, como deliberar sobre a sede própria da Câmara (que hoje paga um aluguel extorsivo), o Plano Diretor, além de regulamentar atividades como o sepultamento de animais, a atividade do Uber e os vendedores ambulantes.

Neste novo mandato o prefeito Napoleão Bernardes - bonito que só ele - deverá sentir maior facilidade em aprovar seus projetos já que, na prática, ele tem o apoio de cerca de 12 dos 15 vereadores. E os três que não o apóiam têm flexibilidade e bom senso o bastante para pensar no bem da cidade.


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Ricardo Latorre

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