Mário Hildebrandt se torna, oficialmente, prefeito de Blumenau.
Foto: Eraldo SchnaiderFriday, 06 April 2018
E num flashback etéreo imagens de seu antecessor destruindo a cidade se intercalam com as de seu antigo rival político sendo hoje só mais um nome sem importância gastando dinheiro com outdoors.
Nesta quinta-feira (05/04) aconteceu, no Teatro Carlos Gomes, a posse de Mário Hildebrandt (PSB), agora oficialmente prefeito de Blumenau.
A solenidade que durou mais de duas horas contou com a presença do governador licenciado, Raimundo Colombo, do governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira, o que mostra que nossa cidade ainda goza de algum prestígio com o estado mesmo sendo tão negligenciada pelo governo do Estado.
Foi exibido um vídeo sobre as ‘conquistas’ do governo Napoleão. A produção foi muito caprichada, mas não ficou boa porque a história era péssima: ressaltar mudanças no transporte público, execução de obras e trabalhos de mobilidade soaram como uma piada de péssimo gosto. Blumob cospe na cara do cidadão diariamente, obras que custam milhões atrapalham o trânsito por meses e o asfalto, cada vez mais esburacado, tem beneficiado apenas aos mecânicos e donos de borracharias. Teria sido, pelo menos engraçado, se o vídeo terminasse falando sobre a ponte que elegeu o prefeito e ele finge ter esquecido de ter prometido ainda em 2012.
Hildebrandt esteve à frente da Secretaria Municipal da Assistência Social, da Criança e do Adolescente até 2012 onde fez um bom trabalho (apesar de ter, pelo menos um subalterno incompetente o bastante para prejudicar a cidade, mas sendo este uma indicação política e não do próprio Mário). Seus servidores sempre foram muito leais a ele e ele, por sua vez, a eles, pelo que se diz.
Comandando a Câmara dos Vereadores ele mostrou que dominava o conhecimento legislativo e, ao contrário de seu antecessor (Vanderlei de Oliveira) não se encastelou. Foi pró-ativo, acessível, justo e não usou sua imparcialidade como justificativa para covardia: sempre foi claro em relação às suas posições.
Por ser um político que quase sempre chegou aos lugares onde queria por ter buscado o apoio das pessoas certas, não se pode dizer muito sobre ele além de ser ‘visionário’ e saber fazer exatamente os amigos que deveria fazer. Mas sempre de forma passiva. Dessa vez – e talvez pela primeira vez – Mário Hildebrandt vai assumir as rédeas em uma situação onde ele precisa ter um comportamento ativo e, às vezes (guardadas as devidas proporções), agressivo.
Resta saber se ele vai conseguir arrumar o estrago causado pelo abandono completo e total incapacidade da administração tucana na cidade e fazer Blumenau, como diria a campanha de Donald Trump, ‘grande de novo’. Certamente ele há de se esforçar, uma vez que já se fala com frequência pelos corredores sobre suas intenções de se candidatar a prefeito em 2020.
A verdade é que a posse de Mário é uma prova de que o mundo dá voltas. Em um ano você está ouvindo desaforos e quase sendo agredido fisicamente pelo Ivan Naatz, no outro ano você é o novo prefeito enquanto seu antigo agressor se tornou tão irrisório que nem mais importância para ser piada de fanpage tem. A vida é feita disso.