O BLUMENEWS conversou com o vereador Sylvio Zimmermann

O BLUMENEWS conversou com o vereador Sylvio Zimmermann
Foto: Ricardo Latorre

Monday, 13 February 2017

Um dos homens mais cultos a pisar na Câmara, Sylvio acabou criando um novo padrão de candidato que muitos tentam, sem sucesso, copiar.

Na semana passada o BLUMENEWS conversou com o vereador Sylvio Zimmermann (PSDB), atual líder do governo na Câmara, e traz para você um breve perfil do parlamentar.

Administrador de competência inegável, Sylvio trabalhava em uma multinacional francesa estando postado na Ilha de Itaparica (BA) quando recebeu a notícia de que seria transferido para a Ásia. Foi quando decidiu voltar à Blumenau, sua cidade natal, para concluir seus estudos no curso de Administração.

Foi quando conheceu a jornalista Cristiane Soethe – que viria a se tornar sua esposa – e optou por fincar raízes definitivamente na cidade. Aliás, raiz em Blumenau é o que o vereador tem em toda a extensão da sua árvore genealógica repleta de figuras notáveis no meio político.

Descendente direito dos primeiros colonos que chegaram à nossa bela cidade antes mesmo da vinda do Doutor Blumenau, seus ancestrais participaram ativamente da vida pública e da formação do desenvolvimento no Vale do Itajaí, como foi o caso de Pedro Zimmermann, seu tio que era advogado e diretor-financeiro da Cia Jensen, se tornando vereador, deputado estadual e federal.

Assim como o tio, seu avô foi vereador, bem como seus bisavôs e trisavôs enveredaram-se pela vida pública em uma época em que a atividade era praticamente voluntária. Em sua família a política sempre foi um assunto recorrente. E não teria como ser diferente.

Uma vez de volta ao seu lugar de origem, ele foi convidado pelo embaixador Roberto Colin (hoje embaixador do Brasil na conturbada Estônia) – que na época conduzia a Secretaria de Articulação Internacional do Estado de Santa Catarina – para ser assistente de Cooperação Técnica Internacional, conduzindo o processo de guias as Relações Internacionais do estado.

Depois de ter se destacado neste, que foi sua primeira função pública, foi gerente de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina e d diretor de Desenvolvimento Econômico do município de Blumenau, onde começou a focar na Inovação.

Em 2012 o então candidato a prefeito Napoleão Bernardes o convidou para se candidatar a vereador. Até então, segundo diz, nunca havia pensado em deixar o Executivo pelo Legislativo. Aceitou o desafio fazendo 2239 votos, o que o habilitou como suplente na Câmara.

Nomeado diretor da Fundação Cultural de Blumenau, Sylvio desenvolveu um trabalho que há décadas não se via: com competência, transparência, comprometimento e sensibilidade. Fez o máximo para a sociedade conhecer o Arquivo Histórico, a revista Blumenau em Cadernos (uma das mais antigas publicações ininterruptas do Brasil) e trouxe duas exposições internacionais, sendo uma alemã com 6 toneladas de obras aberta simultaneamente aqui e em Hamburgo.

Além de incentivar a produção cultural local foi além e avançou nas políticas de Relações Internacionais até então ausentes em Blumenau.

“O presidente da Fundação Cultural lida com as mais elevadas expressões humanas: as artes e as Ciências" – afirma considerando o cargo um grande político e administrativo, além de técnico (por envolver áreas específicas como Museologia e Biblioteconomia).

Surpreendentemente ele afirma não ter sofrido com os temidos ‘egos artísticos’ e acredita que tenha sido porque a classe artística entendeu que não havia o que disputar, mas sim como contribuir para o fortalecendo o Sistema Cultural da cidade de Blumenau.

Antes de deixar seu cargo para disputar as eleições do ano passado, ele assumiu por um mês a vaga de vereador e nesses 30 dias crê que tenha deixado um legado pra sociedade: a Rota de Lazer. A Fundação Cultural consolidou o projeto e, enquanto vereador, ele garantiu que aquilo seria uma grandeza dos blumenauenses e não apenas de um governo ou indivíduo.

E foi naquela eleição que ele fez 3773 votos – um palíndromo numérico, como ressaltou – sendo que esse número, além de elegê-lo, tornou-o o vereador mais votado do PSDB em 2016 e o segundo tucano blumenauense mais votado na história do partido.

Calígrafo por paixão desde que iniciou um curso por correspondência na Escola de Caligrafia De Franco, escreveu cartas à mão em sua primeira campanha que entregou aos amigos pedindo votos. Curiosamente, nas duas eleições que disputou ele pediu votos apenas para os amigos que, segundo seu ponto de vista, podem depor em seu favor em relação à sua postura ilibada.

Algumas dessas pessoas haviam guardado por quatro anos a primeira carta manuscrita que ele entregou e isso, por si só, é um ato muito significativo. Assim como seu ato de tê-las escrito: “Isso mostra a relação quem tenho com as pessoas e, fundamentalmente, que se elas dedicam um pouco do seu tempo a mim, estou retribuindo dedicando meu tempo a elas também”, explica.

Ele entende seu envolvimento na vida pública como a junção de três fatores: sua genealogia sempre participativa no desenvolvimento da região, espírito crítico e vocação.

"Eu posso reclamar na frente da televisão, eu posso escrever nas redes sociais, eu posso viver de mal com a vida ou tentar usar os meus melhores esforços no sentido de fazer algo melhor para a minha cidade, para o meu estado e para o meu país", elucida sobre o direcionamento do espírito crítico.

Sobre a vocação, sua citação explica melhor do que a maioria das que possam ser encontradas na literatura: "quando, em algum momento, a gente se sente chamado para participar de alguma coisa sem uma explicação muito óbvia, talvez isso seja vocação".

Homem de cultura admirável, relacionamentos duradouros com amigos muito próximos, ele deseja que seus eleitores lembrem que votaram nele daqui a quatro anos e se orgulhem disso e garante que vai fazer o melhor trabalho pra todas as pessoas de Blumenau independente de posição política.

Para esse ex-lobinho que fez a promessa de fazer seu melhor possível sempre, não há outra forma de vai conduzir o mandado e é dessa forma que quer que as pessoas vejam o seu trabalho: como alguém que deu o seu melhor sempre.

Em relação ao convite para ser líder do governo, ele se diz honrado, pois sabe que o governo só escolhe quem confia. "É mais um desafio", brinca o vereador.

Na terça-feira (07/02) cumpriu sua primeira missão oficial no posto: pediu ao presidente Marco da Rosa (DEM) para colocar em pauta uma solicitação de autorização para a prefeitura contratar uma operação financeira com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para fazer melhorias na Rua Bahia, até pelo aumento de fluxo desde a inauguração do Complexo da Ponte do Badenfurt.

O pedido foi aprovado unanimemente pelos vereadores.

Em um mundo incerto, uma certeza que começa a se desenhar é: se em apenas 30 dias de vereança Sylvio Zimmermann deixou uma marca tão importante para a cidade, em quatro anos seu trabalho poderá trazer avanços indeléveis para Blumenau.

E eu, particularmente, cada vez tenho uma impressão ainda maior de que em 2018 votarei em João Natel (PMDB) para deputado e em 2020 em Sylvio Zimmermann para prefeito de Blumenau. Mas, terminemos o texto como palavras do próprio vereador: "O futuro a Deus pertence".


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Ricardo Latorre

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