Senador Dalírio Beber é investigado em esquema de corrupção

Senador Dalírio Beber é investigado em esquema de corrupção
Foto: Divulgação

Monday, 04 June 2018

O caso envolveria o beneficiamento dele e outros políticos por forças sindicais em troca de favores em algo que, grosso modo, poderia ser considerado lobby.

Na manhã da última quarta-feira (30/05) foi deflagrada uma operação da Polícia Federal que investiga irregularidades no registro de sindicatos no Ministério do Trabalho: a Operação Registro Espúrio.

Foram 64 mandados de busca e apreensão cumpridos em sete estados, além do Distrito Federal, onde os gabinetes dos deputados federais Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB) foram parte dos locais investigados, bem como as sedes nacionais do PTB e do Solidariedade, centrais sindicais, entre outros.

Além dos mandatos, a polícia também cumpriu oito mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária.

O crime teria sido descoberto há um ano, sendo um suposto esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares.

Além dos deputados supracitados, a Polícia Federal acredita que os senadores Cidinho Santos (PR-MT) e Dalírio Beber (PSDB-SC) participaram do esquema fraudulento investigado.

Os policiais crêem que mesmo sem ocupar cargos no Ministério do Trabalho, os senadores agiam como facilitadores entre entidades que desejavam favorecer e o atual coordenador-geral do Registro Sindical, Renato Araújo, que teria tido ajuda deles para a nomeação ao cargo.

As investigações têm apontado até agora que os sindicatos beneficiados ofereciam apoio aos políticos envolvidos em eleições ou até se filiavam a centrais indicadas por eles em contrapartida.

A Polícia Federal, apesar da imunidade formal dos senadores, viu elementos para pedir a prisão preventiva de ambos, que foi negada pelo ministro Edson Fachin, relator do caso, que considerou as provas insuficientes. Ainda assim houve busca e apreensão nos gabinetes, além de indiciamento e abertura de inquérito por conta de mensagens trocadas entre Araújo e os parlamentares pelo celular.

Em nota, Beber – senador blumenauense – afirma “estar absolutamente tranquilo e ciente da sua inocência, por não ter cometido nenhum ato ilícito”, como era de se esperar que dissesse.

Dalírio nunca foi exatamente um exemplo de nome ilibado na política. Desde seu início no ramo das imobiliárias não são poucos os rumores e sussurros depondo contra sua reputação (e bigode), mas seu erro mais grosseiro aconteceu em Blumenau. Ele era um dos homens que mexiam as cordinhas por trás do ex-prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) e, haja vista a situação em que Bernardes deixou a cidade, Dalírio assina como avalista um atestado de incompetência endossado pela sua participação insignificante no Senado.

A verdade é que Beber sempre soube que não era bom em fazer votos, então se tornou um nome de peso nos bastidores tucanos e – no mais lastimável exemplo da velha política que o brasileiro tem execrado cada dia mais – ‘herdou’ o cargo do falecido senador Luís Henrique da Silveira.

Agora é esperar para ver se os buracos criados por Dalírio foram apenas aqueles deixados por seu títere no asfalto de Blumenau ou se também esburacou sua própria carreira.

Lembrando, claro, que todos são inocentes até que se prove o contrário.


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Ricardo Latorre

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