O cenário político consolida cada vez mais Napoleão Bernardes para 2018

O cenário político consolida cada vez mais Napoleão Bernardes para 2018
Foto: Divulgação

Thursday, 23 February 2017

O atual prefeito conta com o carisma, o histórico de honestidade e a eloquência que podem transformar um homem no governador, mas será que ele vai abraçar essa oportunidade?

O cenário político em Santa Catarina nunca esteve tão disperso e, paradoxalmente óbvio, como tem estado nos últimos dois anos.

Raimundo Colombo (PSD), apesar dos pesares, tem feito um bom trabalho mantendo o estado razoavelmente incólume diante da crise que está devastando o país, porém não poderá se candidatar novamente, o que colocas as ficas de seu partido no deputado Gelson Merisio.

O PT está praticamente morto em solo catarinense e a probabilidade de emplacar um governador nunca esteve tão distante da realidade. Em um estado com vocação conservadora e de direita e, principalmente, em tempos de Lava-Jato, o partido e ex-presidente Lula tem perdido força e apoio, sendo frequentemente mencionado pelos esquemas de corrupção nos quais se manteve.

Prefeito de Blumenau por duas vezes, Napoleão Bernardes (PSDB) é aclamado por seus colegas de partido como um potencial candidato. E é. Recentemente tem se dedicado a visitar várias cidades do estado (bem como Florianópolis), onde sempre é recebido como celebridade, algo que faz parte do carisma e da personalidade de Napoleão. Se em algum ponto da história houve um momento propício para o PSDB emplacar um governador em Santa Catarina, é agora.

Alguns especulam que ele poderia ser vice de Merisio ou até de Udo Dohler (PMDB) para o cargo de governador, o que seria uma grande tolice caso ele aceitasse.

Merisio, apesar de trazer em sua bagagem a presidência da Assembléia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), é um político com pouca expressão diante das demandas necessitadas pelo Executivo Estadual, além de estar em um partido que teve a reputação maculada pelo envolvimento em várias situações suspeitas e, quem sabe, poderá ainda aparecer como uma das siglas estaduais beneficiadas na Lava-Jato (o próprio Colombo passou raspando).

Udo Dohler, atual prefeito de Joinville, apesar de ter uma competência inquestionável, não reúne consigo os atributos e o carisma necessários para fazer de um bom político um candidato em potencial ao governo do estado. Dessa forma, Bernardes sai na frente de ambos.

Pode-se, então, fazer a seguinte analogia: Napoleão Bernardes tem um tiro moderadamente fácil, mas tem uma bala só. O alvo é 2018. Ser vice é errar por centímetros.

Afinal, não podemos esquecer que em algum momento da História João Paulo Kleinübing (PSD) também teve uma chance enorme de se tornar governador, mas uma enchente, a reputação estraçalhada pelo ‘Tapete Negro’ e a situação de falência na qual ele deixou a prefeitura, fizeram sua chance ir embora para muito longe e, provavelmente, nunca mais voltar.

Será que Napoleão vai se contentar em aproveitar só um pedaço da oportunidade única que tem agora?


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Ricardo Latorre

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