Conheça melhor o candidato Giovani Seibel
Foto: DivulgaçãoWednesday, 03 October 2018
Filiado ao PSOL e de número 5000, ele é um conhecido entusiasta do uso de bicicletas. Conheça algumas de suas propostas.
O BLUMENEWS começou essa semana com uma série de perguntas aos candidatos a uma vaga como deputado federal que representam a cidade. Publicaremos por ordem de respostas, portanto sendo a primeira publicação a do candidato Giovani Seibel (PSOL) de número 5000.
Faltam ainda, pela ordem alfabética, os candidatos Ana Paula Lima, Ericsson Luef, Jorge Cenci, Jovino Cardoso Neto, Liliane Schuldt, Marco Antônio Wanrowsky, Marcos da Rosa, Rui Godinho e Rúbia Sagaz.
Uma de suas principais propostas é relacionada à mobilidade urbana. O país sofre hoje, em todos os grandes centros, com trânsito e congestionamentos. Como, enquanto deputado, você pretende atenuar esse problema, que é crescente.
Atualmente temos um número muito alto da chamada demanda reprimida, ou seja, pessoas que gostariam de utilizar um modal ativo e não fazem por falta de segurança ou infraestrutura. Falta de segurança que não está relacionada com furtos, mas insegurança no trânsito. Enquanto continuarmos construindo ruas para carros, pontes para carros e deixando de lado os modais ativos (pedestre, transporte coletivo, bicicleta, skate, roller, patinete, patins...) parece lógico que estamos incentivando o automóvel, logo, o número aumenta e os congestionamentos aumentam também.
A partir do momento que começarmos a dar condições adequadas e seguras para serem utilizados os modais ativos e sustentáveis, podemos fazer com que aquelas pessoas que estão presas no trânsito possam migrar para outra e mais agradável forma de mobilidade, deixando assim mais espaços para quem necessite do automóvel. Não somos contra o carro, somos a favor de investimentos iguais para todas as formas de mobilidade.
Citando a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.507) você afirma que os carros são os veículos de menor prioridade no trânsito. No entanto, considerando que a indústria e o comércio automotivo estão entre os mais importantes do país, você não vê como um risco à Economia propor a gradual substituição deles por meios alternativos de locomoção?
Obs: foi digitado o número da lei errado, o correto é Lei 12.587, já estou providenciado o ajuste.
A própria Lei 12.587 apresenta o automóvel como menor prioridade na mobilidade urbana. Ela destaca incentivos ao transporte coletivo, acesso restrito a motorizados em determinados locais, controle de poluentes, aplicação de tributos aos usuários de automóveis pela infraestrutura utilizada, determinação de faixas exclusivas ao transporte coletivo e modais não motorizados. A Política Nacional de Mobilidade Urbana prioriza as questões ambientais, a qualidade de vidas das pessoas, cidades melhores, menos poluentes, o transporte ativo e sustentável. Se pensarmos em cidades melhores não podemos ter a indústria e o comércio e do carro como prioridade na economia nacional.
Diminuir o uso do carro beneficia o ambiente natural, a qualidade de vida das pessoas, menos gastos com saúde pública, redução de acidentes, menos poluição sonora e atmosférica, maior aproveitamento do espaço urbano. A lei precisa ser aplicada. Este seria um dos grandes desafios que temos pela frente.
Vale destacar que Amsterdã, capital mundial da bicicleta fez isso, priorizou o modal ativo. Nova York passa atualmente por esse processo, um exemplo é a reformulação da Times Square.
Ao invés de planejarmos para os carros, precisamos criar espaços para as pessoas.
Janette Sadik-Khan – Cidades do futuro, cidades para pessoas -https://www.youtube.com/watch?v=zDs4XAJw1oM
Você sempre foi um grande ativista do bem-estar das pessoas e com a Ecologia. Quais as principais formas práticas – as maiores propostas – que um legislador federal pode usar para garantir mais acesso a meios limpos de produção, alimentação orgânica, vegana e respeito ao planeta (como tratamento de resíduos)? Quais leis você pretende criar para que o país se torne um lugar mais acolhedor àqueles que vivem a natureza?
Fortalecer a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.975/1999) que a define como um processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, habilidades, conhecimentos, competências e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade;
Dotar recursos para o incentivo da educação ambiental no âmbito escolar e em comunidades;
Retirar os incentivos e isenções fiscais das indústrias do agrotóxico;
Promover incentivos fiscais para a agricultura familiar, produtores orgânicos, pequenos produtores e para permacultura;
Incentivar o reaproveitamento da matéria orgânica através de compostagens;
Promover políticas públicas de gestão de resíduos baseados em Cidades Lixo Zero;
Ter uma atenção especial as áreas protegidas, unidades de conservação e territórios e povos e comunidades tradicionais.
Seu partido, o PSOL, tem uma margem de rejeição gigantesca principalmente na nossa região. Contudo você é um candidato moderado. Qual foi o seu processo de escolha do partido? E por que o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Jean Wyllys e do Guilherme Boulos?
As pautas que o Partido Socialismo e Liberdade defendem foi um dos motivos da escolha. Luta pelos trabalhadores, pela diversidade, pelos direitos, pelo respeito aos territórios, aos povos e comunidades tradicionais, pela cultura. Vi que poderia somar com a pauta da mobilidade ativa e sustentável e também a acessibilidade.
Outro ponto importante na escolha do PSOL foi por ele ser um partido que nunca apareceu envolvido com escândalos de corrupção.
Sempre faço questão de dizer que sou candidato e filiado ao PSOL. Não consigo me imaginar em outro partido. Tenho orgulho de fazer parte de uma equipe composta por Guilherme Boulos, Luíza Erundina, Marcelo Freixo, Glauber Braga, Chico Alencar, Tarcísio Motta, Ivan Valente, Jean Wyllys, Marquito, Leonel Camasão, Marielle Franco entre outras e outros.
Muito se diz, em Blumenau, que as pessoas deveriam usar mais suas bicicletas e menos seus automóveis. Muitas vezes é usada, para esse fim, a comparação com a Alemanha. Contudo as cidades mencionadas costumam ser municípios alemães em regiões frias e erigidos sobre planícies. Você acha possível se substituir o automóvel pelas bicicletas no dia-a-dia em Blumenau, cidade quente e repleta de declives?
Eu considero isso como uma muleta pra não pensar em investir na bicicleta. Se voltarmos um pouco no tempo, Blumenau era uma cidade repleta de bicicletas. Fábricas lotadas delas. O relevo da cidade era o mesmo e as bicicletas muito mais simples do que as de hoje, nem marcha tinham, e todos pedalavam.
Se você sair do Terminal da Glória no Garcia e for até a Itoupava Central esse trajeto todo não terá nenhum morro que impedirá o pedal.
O calor, o frio, a chuva, a neve estão presentes em várias cidades do mundo, e isso não impede que pessoas deixem de utilizar a bicicleta.
São mitos que temos aqui na nossa cidade e que percebemos que mesmo com as dificuldades do dia a dia o número de usuários da bicicleta vem aumentando, tanto como forma de mobilidade, como esporte ou lazer.
É importante salientarmos que as respostas do candidato Giovani Seibel (5000) foram colocadas na íntegra, respeitando a ordem de cinco perguntas por candidato,
Agradecemos a ele e esperamos que essas respostam tenham ajudado algum eleitor indeciso.