Conheça melhor a candidata Ana Paula Lima

Conheça melhor a candidata Ana Paula Lima
Foto: Divulgação

Thursday, 04 October 2018

Filiada ao PT e de número 1313, atualmente ela exerce mandato como deputada federal. Conheça algumas de suas propostas.

O BLUMENEWS começou essa semana com uma série de perguntas aos candidatos a uma vaga como deputado federal que representam a cidade. Publicaremos por ordem de respostas, portanto sendo a terceira publicação a da candidata Ana Paula Lima (PT) de número 1313.

Faltam ainda, pela ordem alfabética, os candidatos Ericsson Luef, Jovino Cardoso Neto, Liliane Schuldt, Marco Antônio Wanrowsky, Marcos da Rosa e Rúbia Sagaz.

Sua formação, como enfermeira, lhe dá uma posição privilegiada em relação aos problemas envolvendo a Saúde Pública, que carece cada vez mais de atenção. Enquanto deputada federal o que você tem em mente para melhorar essa situação no âmbito estadual?

A valorização do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos profissionais de saúde, especialmente da minha categoria, a Enfermagem, sempre pautaram minha atuação parlamentar. Neste sentido denunciei em diversos pronunciamentos o desmonte do SUS e o sucateamento dos serviços públicos, a exemplo do SAMU 192, que hoje sofre com falta de manutenção das ambulâncias, atrasos no atendimento e até mesmo ausência de espaços adequados para as equipes que fazem o atendimento de nossa gente.

Também realizamos diversas audiências públicas para debater o novo modelo de gestão do SAMU, que passou a ser centralizado em uma única central de regulação (eram oito centrais regionais!); a atuação da Enfermagem na rede de atenção básica; a dívida do Estado com os hospitais e os municípios; a precária situação dos mamógrafos em Santa Catarina (em 2016, apenas 38% estavam em condições adequadas); e sobre a pesquisa e uso da fosfoetanolamina, a “pílula do câncer”; entre outras ações.

É meu compromisso, eleita deputada federal, lutar pela valorização do SUS, com a retomada dos investimentos na saúde pública e a destinação de recursos para os hospitais públicos. Também garantir a saúde pública como um princípio e um direito de valorização do ser humano nas suas especificidades (mulheres, LGBT, negros, indígenas, etc). Além da valorização dos profissionais de saúde respeitando e reconhecendo a autonomia, atuação e importância de cada um no contexto geral da saúde.

Sua participação na Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) foi fortemente pautada pela defesa dos animais. Como você vê eventos como os rodeios? Mesmo os eventos nacionais como o de Barretos (SP) podem ser vistos como um risco ao bem-estar dos animais, como defendem muitas ONGs? O que você pretende fazer em relação a isso?

Meu mandato enquanto deputada estadual sempre fez a interlocução com organizações e ativistas dos direitos dos animais, tanto que todas as minhas proposições nessa área foram demandadas pelo movimento de proteção animal em Santa Catarina. Sou autora de vários projetos, hoje leis no estado, proibindo iniciativas que causam dor e sofrimento aos animais, a exemplo da puxada de cavalos, da exibição de animais em espetáculos circences e o aluguel de cães para guarda patrimonial. Assim como tramita na Alesc projeto de minha autoria proibindo os fogos de artifício sonoros, que causam sofrimento aos animais domésticos e silvestres, assim como às pessoas, principalmente crianças, idosos e doentes.

Como a farra do boi em Santa Catarina, os rodeios também são uma violência contra os animais, especialmente os bovinos, então não posso de forma alguma apoiar esse tipo de prática. Assim como sou contra a liberação da caça no Brasil, em tramitação no Congresso Nacional.

Tenho como proposta de atuação como deputada federal ampliar a parceria com entidades e ativistas da causa animal para denunciar e proibir práticas violentas contra os animais, a exemplo dos rodeios; legislar em favor de políticas públicas de proteção e direitos dos animais, demandados pela causa animal; junto com o movimento de proteção animal, lutar contra os retrocessos e perdas nas políticas públicas da causa animal.

Houve, meses atrás, uma PEC que dificultou a produção e comercialização de produtos orgânicos. Em contrapartida você foi proponente de um Projeto de Lei obrigando a venda de tais produtos nos mercados catarinenses. Você está preparada para confrontar o lobby ruralista, que ganha milhões com plantios feitos em escala industrial e fazendo uso de toda a gama de agentes artificiais para aumentar a capacidade de lucro?

A produção orgânica está vinculada à agricultura familiar, que é responsável por 36% da produção agrícola no país e em Santa Catarina envolve mais de 180 mil famílias, cerca de 1 milhão de pessoas. Considerando só a agricultura familiar, o estado ocupa a terceira posição nacional, respondendo por 10,2 % da produção (atrás apenas do RS e PR).

Para apoiar a mão-de-obra de homens e mulheres e manter a força de nossa agricultura familiar é fundamental a criação de diversos programas e políticas públicas. Aqui no estado aprovamos a Lei do Micro Produtor Primário Rural, que simplificou as obrigações tributárias, permitindo ao agricultor familiar vender legalmente seus produtos. O PL 0200.7/20018, sobre a comercialização de produtos orgânicos, vem neste sentido.

A produção orgânica desenvolveu-se em ritmo acelerado nos últimos tempos e por isso torna-se imperioso criar um espaço diferenciado para a exposição e venda desses produtos. A sociedade prima pela produção e consumo de alimentos mais saudáveis e harmonizados com as atuais demandas de preservação do ambiente. O conceito de orgânicos vai muito além de um produto sem agrotóxicos, transgênicos e fertilizantes sintéticos. O produto é resultado de uma agricultura baseada em sustentabilidade, cultivo natural, equilíbrio ecológico e respeito ao homem.

Nas eleições municipais blumenauenses em 2012 você era tida como a candidata favorita, chegando até a se cogitar que venceria no primeiro turno, mas acabou não entrando nem para o segundo. O que você aprendeu de lá para cá em relação ao contato com o eleitorado?

Todos os dias a gente aprende. Sempre fiz a minha campanha com muito respeito e aceitando a decisão das urnas. O contato com as pessoas é fundamental em qualquer situação, seja nas relações de trabalho, parlamentares no meu caso, e especialmente nas eleições. Cada processo eleitoral é diferente, mas especialmente nesta eleição, muito mais curta e com menos visibilidade devido às restrições de material, o corpo a corpo, o olho no olho, a boa conversa fazem a diferença. Além disso, neste pleito contamos com as mídias sociais, uma importante plataforma para expormos nossas propostas, ouvir e conversar com os eleitores.

Hoje, enquanto deputada estadual, você é vista como uma das maiores porta-vozes das mulheres na política local. Quais são seus projetos para garantir melhores condições de vida, segurança e trabalho para as mulheres?

Meu mandato de deputada estadual lutou em defesa dos direitos das mulheres, assim como a maior participação das mulheres na política e nos espaços de decisão. Com muito orgulho, em 2011 liderei o movimento que criou a Bancada Feminina na Alesc, justamente para fortalecer a atuação feminina no parlamento catarinense.

Em quatro mandatos como deputada estadual garanti vários espaços de debate para falar sobre as condições de vida e os direitos das mulheres. Posso destacar o Seminário Regional Pelo Fim da Violência Doméstica Contra a Mulher, etapa Blumenau (2017), com a presença da ex-ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e mulheres de todo o Vale do Itajaí. Neste sentido, sou autora do autora da Lei 16.620/2015, que cria o Observatório da Violência Contra Mulher em SC, um sistema integrado de informações.

Também propusemos e articulamos o amplo debate sobre o direito das mulheres no parto e pós-parto, através de quatro edições do Congresso Nacional do Parto Humanizado, realizados pela Alesc em 2015, 2016, 2017 e 2018 – este último em seis etapas regionais em SC (Blumenau, Criciúma, Joinville, Lages, Chapecó e Florianópolis).

Minha atuação na Câmara dos Deputados será firme na luta pelos direitos das mulheres, igualdade de gênero, fim da violência contra as mulheres e políticas públicas para mulheres. Também lutar contra os retrocessos na legislação trabalhista e previdenciária, que afetaram especialmente as mulheres com a retirada de direitos. E legislar em favor dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores

É importante salientarmos que as respostas da candidata Ana Paula Lima (1313) foram colocadas na íntegra, respeitando a ordem de cinco perguntas por candidato.

Agradecemos a ela e esperamos que essas respostam tenham ajudado algum eleitor indeciso.


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Ricardo Latorre

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