E eis que a secessão começa.

Membros do governo e vereadores da bancada aliada do prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) têm reclamado do vice-prefeito Mário Hildebrandt (PSB) que, segundo eles, microgerencia assuntos que competem a alçadas que ultrapassam seu gabinete, dessa forma quase passando por cima da autoridade do prefeito.

Com a proximidade das eleições e o nome de Bernardes cada vez mais valorizado no meio político – e sendo flertado por PMDB e PSD (apesar da expectativa de que se candidate a governador e não a vice) o prefeito tem ficado cada vez mais afastado de Blumenau e, com isso, seu vice tem tomado decisões e dito atitudes que vem criando desconforto dentro do governo.

Hildebrandt chegou a vetar nomes indicados pelo próprio PSDB, partido de Napoleão, indicados a cargos no segundo e no terceiro escalão. “Ele parece querer tomar o lugar do prefeito”, desabafaram.

Bem. Teoricamente o que ele está fazendo pode até não ser elegante, mas era algo esperado, afinal se Napoleão se tornar governador (e seria realmente ótimo para a cidade ter um governador daqui) Hildebrandt se torna o novo prefeito. Então, mesmo que suas ações sejam intrusivas e pouco agradáveis, é compreensível que ele vá treinando para o cargo que pode ter que assumir.

Assim como aconteceu com toda a choradeira das viúvas da Dilma com a assunção de Michel Temer (PMDB) como presidente da República, as pessoas parecem ter se esquecido (ou sequer percebido) que eleger Napoleão foi eleger Mario Hildebrandt junto e que se o atual prefeito se tornar governador o seu vice assume seu posto...

Desagradável ou não, era uma situação altamente presumível (até lógica, na verdade) e a prova disso é que o próprio prefeito não parece estar se importando, de acordo com os detratores (ao contrário do que ocorria entre ele e Jovino no mandato passado).