Minirreforma eleitoral é como chamar o eleitor de otário
Foto: DivulgaçãoWednesday, 18 September 2019
Aprovada em toque de caixa ela permite que advogados de políticos sejam pagos com o dinheiro público, recria a propaganda eleitoral fora de época e aumenta para R$ 3 bilhões o fundo partidário para o ano que vem.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) – grande traidor dos movimentos que articularam para que ele pudesse assumir o cargo no qual está – afirmou que o plenário irá rejeitar integralmente o Projeto de Lei que propõe a flexibilização das regras eleitorais e partidárias.
Isso é uma resposta às milhares de pessoas, entidades e organizações civis que pressionaram os senadores a votar contra essa abominação política.
Contudo, em reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foram rejeitadas as alterações legais, porém mantido o valor do financiamento das campanhas, conhecido como ‘fundão’. Prevê-se, para se ter uma ideia, que esse valor chegue a R$ 3 bilhões para as campanhas eleitorais municipais de 2020, que estão tão próximas de acontecer.
O projeto foi aprovado na surdina pela Câmara dos Deputados e é uma inadmissível regressão nas leis de transparência, uma vez que elimina a padronização da accountability (prestações de contas) dos partidos (existente desde 2017) e permite que o dinheiro do fundo partidário possa ser usado para pagar pelos serviços jurídicos e contábeis de filiados a siglas políticas.
Traduzindo: você vai pagar os caríssimos advogados do Lula.
Outro ponto polêmico dessa ridícula minirreforma eleitoral é a recriação da propaganda partidária em emissoras de rádio e televisão veiculada fora do período eleitoral (extinta desde 2017).
O cover do Bolinha da Luluzinha, Rodrigo Maia (DEM) – presidente da Câmara – disse que a casa não irá insistir nos pontos derrubados pelo Senado. Até porque o que mais o beneficia (o fundão), assim como aquilo que mais agrada ao seu partido (a propaganda partidária fora de época) já estão inclusos. Basicamente, a impressão que dá é de que boa parte dessa minirreforma dantesca foi criada para ser derrubada e, com isso, atenuar o efeito das aprovações que realmente interessam à elite política apodrecida desse país.