Brasil sobe uma posição em ranking do Fórum Econômico Mundial

Brasil sobe uma posição em ranking do Fórum Econômico Mundial
Foto: Reprodução

Wednesday, 09 October 2019

A falta de visão de longo prazo do governo é mencionada como um dos problemas mais urgentes que o país precisa enfrentar para pavimentar um melhor desempenho da economia.

O Brasil tem a 71ª melhor competitividade global entre 141 países, ganhando uma posição em relação ao ano passado, em ranking do Fórum Econômico Mundial. A falta de visão de longo prazo do governo é mencionada como um dos problemas mais urgentes que o país precisa enfrentar para pavimentar um melhor desempenho da economia.

Recuperação - Depois de despencar diversas vezes no ranking, o país registrou uma ligeira recuperação nos últimos anos. Em maio, o país ganhou também uma posição na classificação do International Institute for Management Development (IMD), escola de administração de Lausanne (Suíça), ficando em 60º lugar, à frente apenas de Croácia, Argentina, Mongólia e Venezuela.

Indicadores - Em seu novo “Relatório Global de Competitividade”, o Fórum Econômico Mundial avalia os países com base em 103 indicadores organizados em 12 pilares, usando as mais recentes estatísticas de organizações internacionais e pesquisa com grandes executivos. A pontuação varia de zero a 100, do pior para a melhor.

Pontuação - A pontuação da competitividade do Brasil é 60,9, ficando na média global — Cingapura, apontada como a economia mais competitiva do mundo, tem 84,8 pontos. Os Estados Unidos, Hong Kong, Holanda, Suíça, Japão, Alemanha, Suécia, Reino Unido e Dinamarca completam o pelotão dos dez principais.

Brics - O Brasil é considerado como apenas a oitava economia mais competitiva na América Latina e Caribe. E tem a menor competitividade entre os grandes emergentes sócios no Brics: China (28), Rússia (43), África do Sul (60) e Índia (68).

Simplificação de regulações - O ganho de uma posição neste ano é atribuído à simplificação significativa de regulações para começar e fechar negócios, o que impulsionou o pilar de dinamismo empresarial (+7,8 pontos, ou 67ª posição entre os 141 países). Também a inflação baixa e uma ligeira melhora na eficiência do mercado de trabalho (105ª) ajudaram. 

Inovação - A competitividade da economia brasileira se beneficia igualmente de uma alta capacidade de inovação, categoria em que o país está na 40ª posição. Mas o relatório, que foca desafios da Quarta Revolução Industrial, mostra que várias economias com forte capacidade de inovação, como Coréia, Japão e França, ou em crescente inovação, como China, Índia e Brasil, precisam melhorar a qualificação de seu pessoal e o funcionamento de seus mercados de trabalho.

Estabilidade macroeconômica - O relatório considera que, para o Brasil reforçar a competitividade na cena internacional, deve começar por progressos na estabilidade macroeconômica (hoje em 115ª posição). E que isso precisa ser acompanhado por maior abertura comercial (125ª), especialmente na redução das tarifas de importação aplicadas, de 12,5% na média (128ª) e de barreiras não tarifárias (135ª).

Excesso de burocracia - Também avalia que o Brasil precisa ter uma estabilidade governamental mais sólida (hoje na 130ª posição entre 141 países examinados). Menciona que líderes empresariais brasileiros consultados classificam excesso de burocracia (141ª) e falta de visão de longo prazo do governo (129ª) entre as prioridades mais urgentes para relançar a competitividade do país, seguidas de perto pelo combate a excessivas distorções tributárias (136ª).

Padrões sociais e ambientais - Para o Fórum Econômico Mundial, com a economia global tentando ser mais inclusiva e sustentável, espera-se mais e mais dos governos que adotem mais padrões sociais e ambientais, e que visão de longo prazo é um fator vital para alcançar esse objetivo.

Estagnação - A constatação, de forma geral, é de que uma década depois da pior crise econômica dos últimos tempos e de US$ 10 trilhões de estímulo fiscal, a maioria das economias continua com a competitividade estagnada. A situação é ainda mais preocupante num contexto de mudanças geopolíticas e tensões comerciais que alimentam as incertezas e podem precipitar a economia global numa desaceleração mais acentuada.

Fragilidade - O relatório destaca a fragilidade da base econômica de vários países emergentes e de menor desenvolvimento, o que os deixa especialmente vulneráveis a choques. Observa que, de seu lado, países como Suécia, Dinamarca e Finlândia estão tanto entre as economias tecnologicamente mais avançadas, inovadoras e dinâmicas no mundo, como asseguram melhores condições de vida e proteção social, e têm políticas mais coerentes e sustentáveis do que muitos de seus parceiros com similar nível de competitividade.

Poder de mercado - Outra constatação deste ano é a de que executivos de EUA, China, Alemanha, França e Reino Unido acham que o poder de mercado de grandes companhias se intensificou nos últimos dez anos.


>> SOBRE O AUTOR

Redação

>> COMPARTILHE