Protestos pedem nova constituição para o Chile

Protestos pedem nova constituição para o Chile
Foto: Divulgação

Sunday, 03 November 2019

Parlamentares votam reformas em lei trabalhista e em regras eleitorais, e Sebastián Piñera, pressionado, anuncia mais mudanças no gabinete.

Centenas de milhares de pessoas voltaram às ruas do Chile nesta segunda-feira (4) em mais um dia de protestos pelo país. De acordo com os jornais chilenos, os manifestantes pedem nova constituição ou mudanças profundas no texto.

Por volta das 18h30 (horário de Brasília), um protesto pacífico se formava na Praça Itália – ou Praça Baquedano – palco das maiores manifestações em Santiago. Momentos depois, forças de segurança começaram a dispersar a multidão com jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo, repetindo os confrontos que ocorreram mais cedo na capital e em demais localidades do país.

Pressionada, a classe política chilena se movimenta para aprovar reformas em diversas áreas. A Comissão do Trabalho do Congresso aprovou um projeto para reduzir jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais. Em outra frente, a Comissão de Constituição do Senado aprovou o fim da reeleição indefinida ao Parlamento.

O presidente Sebastián Piñera – que viu sua taxa de aprovação ruir em meio aos protestos – também anunciou novas mudanças na equipe de subsecretários.

Enquanto o centro de Santiago estava tomado por manifestantes, um terremoto de magnitude aproximada em 6 atingiu a região central do Chile. Não há relatos de feridos ou danos estruturais, nem alerta de tsunami para o país.

Impactos dos protestos no Chile

Autoridades estimam que 20 pessoas morreram devido à violência nas manifestações. Além disso, quase 150 pessoas tiveram ferimentos nos olhos nos protestos, a maioria por disparo de balas de borracha.

Por causa das manifestações, o Chile não vai mais receber a Conferência do Clima em dezembro. A nova sede será Madri, capital da Espanha. A reunião da Apec também acabou cancelada, e a final da Copa Libertadores prevista para Santiago está sob análise.

Os protestos e os conflitos também causaram impacto à economia chilena, que crescerá menos do que o previsto segundo estimativas apresentadas. O turismo também sente os efeitos da crise: as reservas dos hotéis de Santiago caíram pela metade, segundo subsecretaria do Turismo do Chile.


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Redação

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