Congresso aponta a importância da formação de profissionais da educação
Foto: Miriam ZomerThursday, 06 April 2017
Tema foi discutido em palestra que ocorreu na Assembleia Legislativa.
Com a palestra, "Autismo e Inclusão: Da teoria à prática", o doutor em Educação, Antonio Eugênio Cunha, concluiu os trabalhos do 2º Congresso Catarinense sobre Autismo, realizado ao longo de quarta-feira (05/04) na Assembleia Legislativa. De iniciativa da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, o evento abordou diversas temáticas voltadas ao autismo, com o objetivo de disseminar informações e promover novos conhecimentos, além do intercâmbio entre familiares e profissionais de diversas áreas, em especial da educação e da saúde.
Ao abordar o tema, o doutor Eugênio Cunha lembrou que muitas das teorias pedagógicas são fundamentadas no exercício prático, que por sua vez aplicadas são uma maneira de testar o resultado das teorias. Trabalhando há mais de 20 anos com a inclusão, Cunha avalia em seu convívio com inúmeras crianças diagnosticadas com diferentes síndromes, entre elas o autismo, que a teoria aliada a prática pode fazer a diferença no tratamento e evolução da criança.
Considerando boa a legislação voltada ao autismo, Cunha ressalta que somente a lei não basta quando não se tem o controle de como as coisas são realizadas dentro de sala de aula, em especial.
Segundo ele, ter uma lei que assegure os direitos do autista é fundamental, mas se preocupar com a preparação dos profissionais da educação que estão no dia a dia com essas crianças é ainda mais relevante. "É a preparação adequada, com os conhecimentos pedagógicos necessários para inclusão, é que vai possibilitar um avanço nessa temática. Nosso maior desafio e suporte para inclusão é a formação do professor, dentro do que ocorre em sala de aula. Não basta conhecer a teoria tem que saber aplicá-la em termos práticos".
Considerações de um olhar materno
Presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA) de Itajaí e mãe de uma criança autista, Isabel Cristina Reinert destacou a importância do debate. Ao considerar o preconceito ainda um ponto relevante, quando o assunto é o autismo, Isabel reforçou a necessidade de seminários, congressos, palestras, entre outras atividades que promovam o conhecimento e principalmente a abordagem do tema. "Essa possibilidade de conhecer melhor as maneiras, de como lidar com uma criança autista é extremamente relevante para o contato e desenvolvimento do autista. A sociedade precisa se conscientizar do que é o autismo".
Fora da teoria, na condição de mãe, Isabel disse que na prática a realidade é dura, uma vez que o preconceito ainda toma conta do assunto. Nesta vivência, ela prefere abrir cada vez mais o debate na tentativa de conscientizar que, muito mais do que ter que ensinar uma criança autista, é possível aprender com eles, a cada dia, a simplicidade da vida. "Em muitos momentos choramos, mas nos reestabelecemos sabendo que a cada dia é possível uma evolução, um aprendizado. Se olhar o autismo como algo simples, ele se tornará simples para a gente, mas se olharmos como algo sério, nos tornamos pessoas apreensivas".
Revisão: BLUMENEWS