Dois dos melhores e dois dos piores parlamentares da Direita
Foto: DivulgaçãoThursday, 05 December 2019
De empresário esforçado à jornalista oportunista; de líder de movimento civil até ex-ator pornô. Veja quem são essas figuras: nobres ou deploráveis.
No Brasil – em especial nas redes sociais – a polarização política está chegando ao limite do cabível. Se antes era Esquerda contra Direita agora ambos brigam entre si.
Os progressistas se dividem entre os defensores do criminoso condenado e ex-presidente Luís Inácio ‘Lula’ da Silva e o mentiroso compulsivo (e eterno derrotado em eleições presidenciais) Ciro Gomes. Já a direita tornou-se uma rinha entre aqueles que apoiam cegamente o presidente Jair Messias Bolsonaro (e seu filho Flávio, cujos indícios tornam cada vez mais provável a participação em caso de rachadinha) e seus antigos apoiadores que hoje, como críticos, são vistos como detratores e atacados por um grupo organizado de pessoas.
Como não esperamos algo de positivo vindo da Esquerda, vamos nos ater a Direita.
Desde os primeiros indícios contra Flávio Bolsonaro e suas atitudes suspeitas (inclusive votando contra os interesses do próprio pai) até a nomeação do dito esquerdista Augusto Aras para a PGR (quando, a promessa de campanha, era “exterminar os vermelhos do poder”), os conservadores entraram em cisão, ofendendo e rotulando gratuitamente uns aos outros.
No início do governo já havia acontecido algumas desavenças entre os críticos e os apoiadores de Olavo de Carvalho. Olavo é tido por muitos como um ser superior incapaz de errar, enquanto outros o taxam de paranoico alucinado e terraplanista. Nem tanto um, nem tanto outro. Olavo esteve certo, sim, quando alertou sobre o Foro de São Paulo e todos desmentiam, mas isso não significa que ele sempre tenha razão. Ele é um ser humano, sujeito a erros e acertos.
O mesmo não se pode dizer dos dois deputados citados com maus exemplos nesse artigo. As questões deles estão aquém de erros e acertos, mas sim tem relação com caráter.
Melhor: Arthur Moledo do Val (sem partido)
Aos 33 anos de idade, Arthur começou a ganhar notoriedade com seu canal no Youtube ‘Mamãe Falei’, onde ia a protestos de Esquerda questionar as pessoas e escancarar a hipocrisia em suas narrativas. Sempre com inteligência e educação, ele criou escola fazendo com que vários outros surgissem imitando o seu jeito único de ser e seguindo o lema “vamos questionar tudo”.
Eleito deputado estadual por São Paulo, Arthur deu um show de administração, reduzindo os gastos de seu gabinete e contratando o mínimo possível de assessores. Bateu de frente, por mais de uma vez, com deputados vagabundos (eles ficam magoados com essa palavra) em defesa do Estado de São Paulo.
Aceitou, por mais de uma vez, debater com o youtuber conservador Nando Moura (o mestre do capitalismo que poderia criar também cursos de como ofender e ridicularizar os outros das melhores e mais engraçadas maneiras), onde mostrou que vive seguindo seu próprio lema. Questionado por uma plateia hostil (de gente que, mais tarde, mostraria o caráter que tem), soube sustentar seus argumentos e com isso, certamente, angariou a simpatia de muitos eleitores.
Ontem, durante uma sessão onde os deputados paulistas discutiam a PEC da reforma trabalhista para os servidores daquele estado uma turba de desordeiros obviamente do PSOL e do PT começaram a agredir verbalmente a deputada Janaína Paschoal (PSL) e Arthur veio em sua defesa. A multidão garantista começou a gritar “vai morrer” dentro do órgão público.
Fazendo o que tem o costume de fazer, os meliantes tentaram intimidar Arthur de forma criminosa e ele respondeu de volta, os chamando de vagabundos (quase um pleonasmo).
Piorando a animosidade do bando de sindicalistas desocupados, os deputados Barba (PT), Luiz Fernando (PT), Ênio Tatto (PT) e Emidio de Souza (PT) invadiram a tribuna para agredir Arthur, que não recuou: montou 'guarda' e confrontou a camarilha de vagabundos. A sessão precisou ser suspensa e foi necessário acionar a polícia para garantir a segurança do deputado. A situação foi tão insólita que culminou até em petista mordendo deputado que defendia Arthur, como se estivesse no zoológico de onde veio.
Gritar “vai morrer” e tentar linchar um parlamentar dentro de um prédio público foi o mais execrável exemplo de vergonha política que São Paulo já viu. O mínimo que se espera, depois disso, é a cassação dos criminosos envolvidos nesse flagrante caso de ‘ódio do bem’.
Arthur, ao contrário deles, manteve sua postura. Enfrentou o arrastão de desocupados em defesa de Janaína e reafirma cada vírgula do que disse. O que apenas aumenta a sua aprovação. Se ele já era popular quando foi eleito e teve sua aprovação aumentada ao ser expulso do DEM por não compactuar com certas práticas da sigla, agora ele desponta com um dos favoritos à majoritária no pleito do ano que vem.
Pior: Joice Hasselmann (PSL)
Joice era uma jornalista que iniciou um canal no Youtube falando sobre política e, sempre que possível, criticando o PT. Tanto que Lula a processou (e ser processado por alguém como Lula é uma prova de que você está no caminho certo). Seu canal crescia bastante por conta de seu carisma e beleza, incentivando até a criação de outros canais semelhantes.
Ela foi demitida da Veja após um vídeo atacando Dilma e Lula, mas alguns dizem que nos bastidores ela nunca foi a pessoa mais fácil de lidar. Focando no Youtube, ela se aproximou de figuras públicas que poderiam beneficiar sua carreira e assim aliou-se a Bolsonaro.
Piada para muitas pessoas – por se apresentar não raras vezes de forma pedante tomando um espumante qualquer como se fosse um Goût de Diamants – ela colou sua imagem à de Bolsonaro durante sua campanha e foi um dos muitos exemplos de políticos que se elegeram por causa do presidente (embora a maioria se negue a enxergar isso).
Em troca do apoio que deu, ela se tornou líder do governo na Câmara Federal. Isso até o presidente do PSL, Luciano Bivar (cujo histórico passa longe de ser limpo), se desentender com Bolsonaro. Um áudio do ex-aliado, deputado Delegado Waldir (PL) – que deve sofrer de uma grave crise de 'rinite' pelas vezes em que funga nos vídeos – agravou ainda mais a situação, criando duas alas na sigla: os bivaristas e os bolsonaristas.
Hasselmann, mirando a Prefeitura de São Paulo e temendo perder para Eduardo Bolsonaro a chance de se candidatar, ficou contra o presidente que a elegeu. Ela realmente achou que seus votos eram dela e não dele (que ela pegou emprestado). A verdade só veio – como um tsunami – quando ela perdeu quase 800 mil seguidores. O maior cancelamento digital da história do Brasil.
Ressentida, ela depôs na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. Uma CPMI, diga-se de passagem, partidária e dantesca, uma vez que colocou pessoas de direita como Allan dos Santos (que gosta de cuspir em esfihas e crê que a masturbação mata os neurônios... mostrando que deve ser um grande praticante do onanismo), mas não ouviu o criminoso Glenn Greenwald, autor da matéria mais tendenciosa e mentirosa do ano, que implicou até na prática do crime da contratação de hackers: os chamados ‘ararahakers’ (por conta de um dos cibercriminosos ser de Araraquara).
Em depoimento, Joice afirmou que existe um esquema de destruição de reputações, cancelamentos digitais e robôs usado pelo presidente e pessoas próximas dele. Sabe-se que a prática não é incomum e que começou, inclusive, no governo Dilma (PT). Ela teria desgastado menos sua reputação já esgarçada se tivesse parado por aí.
Foi quando decidiu atacar a também deputada Carla Zambelli (PSL), chamando-a de psicopata, abortista e dizendo que algumas pessoas (entre elas, o presidente) acreditavam que Zambelli havia se prostituído na Espanha.
Além de uma urgente cirurgia de redução de estômago, Joice também precisa de bom senso.
Após perder metade de seus seguidores (o que significa que, ou ela mentiu sobre os robôs de Bolsonaro ou se beneficiava deles enquanto lhe foi conveniente), Hasselmann ria para a câmera enquanto Zambelli falava do aborto involuntário que sofreu, mostrando quem era a psicopata.
Assim como não entendeu que seus votos foram, na verdade, votos de Bolsonaro, Hasselmann está mostrando grande lentidão para enxergar as consequênvias de seus atos. Ela perdeu mais seguidores do que ganhou peso nos últimos meses. E, ainda assim, o que mais a incomoda (afinal, seu ego é quase maior do que ela mesma) é ser chamada de gorda ou apelidada de Peppa. Certamente o PT a receberia bem, uma vez que ela está fisicamente muito parecida com uma peça de mortadela.
Melhor: Carla Zambelli (PSL)
A deputada paulistana que despontou no movimento ‘Vem Pra Rua’ e teve – ao lado do Movimento Brasil Livre (MBL) – participação fundamental na convocação dos cidadãos para o impeachment de Dilma, ela tem sido a parlamentar com a maior aceitação na internet.
Leal ao presidente, foi ameaçada, difamada e atacada por todo o tipo de desafeto, até receber uma suspensão do partido simplesmente por ter sido leal a Bolsonaro, demonstrando caráter.
Zambelli não entra na citação como um bom exemplo por ter sido atacada de maneira covarde pela ex-colega recalcada supracitada, mas sim porque tem participado de forma ativa da construção de propostas para o país, divulgado de forma transparente o seu trabalho em suas redes sociais e por se manter fiel aos seus aliados desde o início da campanha.
Pior: Alexandre Frota (PSDB)
Se existe uma piada tão patética da qual até as piadas ririam, seria Frota. Sem nenhuma moral e sendo leal apenas aos seus próprios interesses, o ex-ator pornô é uma espécie fracassada de surfista de hype: o que ele julga que tenha apelo público, ele faz.
Começou como ator, tentando emplacar como galã nos anos 80. Fracassou. Atlético, tentou fazer personagens fortes ou anti-heróis em novelas. Fracassou. Ao ver a crescente popularidade dos esportes de combate nos anos 90, tentou uma carreira como lutador. Fracassou. No início do funk, criou um grupo musical (onde chegou até a querer que uma bailarina que o deixou devolvesse o silicone que ele havia, em tese, pago). Fracassou. Iludido pelo breve sucesso de revistas de nudez masculina para homossexuais, como a finada G Magazine, virou ator pornô tentando imitar subcelebridades que também tinham ido por esse caminho. Fracassou. Teimando em se manter nesse ‘ofício’, fez filme pornográfico com travesti para agradar o público LGBT. Fracassou. Ele certamente é um visionário, mas também um fracassado. Pelo menos, na iniciativa privada.
Ao ver o crescimento da onda conservadora, fingiu esquecer todo o seu passado dantesco e, como uma Madalena Arrependida, simulou também ser conservador para se eleger. Conseguiu. Contudo, sem obter vantagens no governo e incapaz de segurar a farsa por mais tempo, ele fracassou no personagem (afinal, nunca foi um bom ator) e migrou para o PSDB. Lá decidiu que faria oposição ao antigo aliado Bolsonaro. Fracassou, porque ninguém se importa com ele, se não para fazer troça.
Tentou puxar o saco do Pabblo Vitar (sim, o Pabblo tem um saco), chantagear uma deputada que ainda não revelou o nome com uma história provavelmente fictícia (como ele fez com Marco Feliciano, do PSC, no passado) e levou um bolo para uma CPMI.
Quem deve estar com medo agora é o deputado tiririca (PL), afinal depois que Frota entrou ele ganhou um concorrente de peso (e sem vergonha) para a vaga de palhaço do Congresso.