Parlamentares divergem sobre a reforma trabalhista
Foto: Solon SoaresFriday, 14 April 2017
. “Vão sobreviver e dar emprego para quem precisa”, justificou Nilson Gonçalves.
Os parlamentares divergiram sobre a reforma trabalhista patrocinada pelo governo federal e que começa a ser discutida na Câmara dos Deputados. “Após oito meses de ataque aos direitos dos trabalhadores e dos aposentados o governo criou um clima de terror”, declarou Dirceu Dresch (PT), referindo-se principalmente ao projeto de terceirização, inclusive das atividades fins, incluído no projeto de reforma trabalhista. “Vai precarizar os serviços públicos”, previu o deputado durante a sessão desta quarta-feira (12) da Assembleia Legislativa.
Nilson Gonçalves (sem partido) discordou do colega. “Estamos em uma democracia, tenho pelo deputado Dresch o mais profundo respeito, mas discordo literalmente e totalmente do seu discurso. Nos Estados Unidos quase todos os empregos são terceirizados, não tem décimo terceiro, férias são negociadas diretamente com empresários e todo mundo quer ir para lá ganhar a sua vida para depois voltar”, ponderou Gonçalves.
O representante de Joinville comparou o número de sindicatos dos países desenvolvidos com o Brasil. “Nosso país tem quase 17 mil sindicatos, outros países desenvolvidos têm 79, 80, e todos eles sustentados com o dinheiro do trabalhador”, lembrou o deputado, que garantiu que a flexibilização das regras beneficiará pequenos e médios empresários. “Vão sobreviver e dar emprego para quem precisa”, justificou.
Dresch reconheceu a divergência. “Realmente pensamos diferente. O Partido dos Trabalhadores sempre defendeu um estado forte, que pega o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa e constrói uma estratégia. Mostramos para o Brasil e para o mundo um grande programa de redistribuição de renda onde todos ganharam, principalmente os empresários, porque criamos um grande mercado consumidor”, rebateu o petista.