Máfia dos respiradores leva governador Moisés ao STJ
Foto: DivulgaçãoTuesday, 23 June 2020
Implicado ainda mais no caso após aparecerem mensagens suas em celular apreendido pela Operação O2, Moisés caminha a passos largos para um impeachment.
O futuro-ex-governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), tem se complicado cada vez mais.
Agora o Ministério Público investiga a sua participação no pagamento antecipado de R$ 33 milhões para a compra dos 200 respiradores que estamparam Santa Catarina nacionalmente como possível estado que usou a pandemia para enriquecer ilegalmente agentes públicos.
O juiz Elleston Canali, da Vara Criminal de Florianópolis, enviou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) os autos da Operação O2, que mira a contratação e a promotoria acredita que Moisés sabia e tendo até possivelmente participado do esquema delituoso.
De acordo com informações d’O Antagonista, trocas de mensagens entre o empresário Samuel de Brito Rodovalho (alvo da investigação) com o governador foram encontradas no celular deste, apreendido na apuração da participação de Rodovalho com o golpe dado junto à Veigamed. O caso, para quem não lembra, foi sobre o governo catarinense ter comprado por R$ 165 mil respiradores que custam uma média de R$ 60 mil a R$ 100 e pagado antes da entrega.
A Promotoria de Justiça vê indícios de que o próprio governador teria informado secretários e assessores que o assunto delicado precisaria ser abordado, em mensagem postada em grupo de WhatsApp. Por conta disso o secretário Jorge Eduardo Tasca teria perguntado se havia, de fato, sido feito o pagamento e o ex-chefe da Casa Civil, Douglas Borba, teria respondido que sim, mas pedido que todos fossem “discretos” em relação ao tema.
O processo deve ir para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) por conta do foro do governador.
A base de aliados de Moisés na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) tem diminuído cada vez mais e um impeachment, antes improvável, parece cada vez mais plausível. O homem que se elegeu às custa da popularidade de uma onda de renovação a qual aparenta ter traído, a cada dia que passa, parece estar mais distante do continuidade do mandato no Palácio da Agronômica.