Pesquisa aponta Mário na frente da corrida à Prefeitura
Foto: DivulgaçãoWednesday, 21 October 2020
Contudo, os números não parecem ser tão fidedignos àquilo que ouvimos nas ruas, nos grupos, nas mais distintas bolhas. Então, veja o resultado, mas desconfie fortemente.
Foi divulgada uma pesquisa do Instituto Paraná (registrada no TSE sob o número SC-00372/2020) apontando quem seriam os favoritos ao cargo de prefeito de Blumenau.
De acordo com o Instituto o primeiro colocado é o atual prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), que ficou com 33,9% das intenções de voto. Em segundo está o ex-prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) com 15,7%. Esses dois, exatamente nessas posições, demonstram coerência. Contudo é a diferença gigante entre eles que gera alguma estranheza.
Em terceiro lugar está o deputado estadual Ricardo Alba (PSL) com 7,2%, seguido pelo seu colega Ivan Naatz (PL) com 5,1%, Ana Paula Lima (PT) com 4,9% e Odair Tramontin (Novo) com 4,4%. A pesquisa ouviu apenas 610 eleitores (um número, proporcionalmente, ínfimo) durante três dias. E, infelizmente, pesquisas têm perdido cada vez mais a credibilidade seja por conta de Napoleão, Bolsonaro ou Trump.
O que é estranho é que a sensação das ruas é outra. Falando com as pessoas você percebe que Mário é o favorito: as pessoas estão realmente apreciando o mandato dele. E, em segundo lugar, Kleinübing, que tem uma torcida fiel. Contudo a impressão que nos dá (impressão, não pesquisa, certo?) é de que a diferença entre ambos não é tão grande.
Outra incoerência entre as ruas e os números da pesquisa tem a ver com Alba: quando ouvimos as pessoas fica a sensação de que ele tem mais do que os 7% de intenção de votos que o Instituto demonstrou. Idem para Tramontin. O Novo é um partido que tem problemas estruturais, mas ele – o candidato – está crescendo. Soa maior do que 4%. Os números de Naatz e Ana Paula parecem ter alguma coerência.
João Natel (PDT) é mostrado tendo 2% e Débora Arenhart (Cidadania) 1,5%. As ruas dão a entender que ambos tem menos. Assim como apontam que Geórgia Faust (PSOL) teria um pouco mais do que o 1% que lhe deram. Mas, quem sabe as ruas estejam erradas dessa vez... pela primeira vez.
Sobre Mário Kato (PCdoB) com 0,8%, Jairo Santos (PRTB) com 0,7% e Wanderlei Laureth (Avante) com 0,7% vamos nos abster de comentar porque, sinceramente (e sem querer ofender ninguém), mas eles sequer têm intenção de voto: o que eles tem é, inclusive, menos do que uma ‘margem de erro’ aceitável.
A parte mais triste é ver veículos de comunicação que, pelo menos pelo tempo de existência deveriam parecer sérios (e têm credibilidade, sabe-se lá porquê) cometendo o mesmo erro que cometem em todas as eleições: afirmando que alguém pode levar no primeiro turno.
Mário é o governo. Um bom governo, inclusive. É natural que seja o favorito. Kleinübing é a promessa de um retorno aos mais saudosistas. O que justifica sua posição. Alba e Naatz têm estruturas extremamente bem organizadas e montadas com eficiência, então também é lógico que se posicionem bem. E Tramontin representa algo novo. Uma sede que o Brasil teve em 2018 e, após a decepção com as ações do presidente Bolsonaro, podem tem virado trauma. O PT foi desidratado e, mesmo tenho sua base leal, perdeu muitos eleitores para o PSOL de Geórgia e para o PDT de Natel. Os demais... são irrelevantes.
O fato de não haver debates facilitará para maus debatedores como Alba, dificultará para bons debatedores como Tramontin, nos tira memes maravilhosos que poderiam vir de Naatz e não afetam nem Kleinübing, nem Mário. Mas não é um jogo de cartas marcadas. É um momento incerto onde nem as mais experientes figuras da vida pública arriscam palpites certeiros.
O conselho? Não acredite em pesquisas. Não seja gado do rebanho. Não vote no mais popular, mas também não vote no pior como forma de protesto. Pense, escute, pesquise e vote. Mas, acima de tudo, não confie no que te dizem. Nem eles. Nem nós. Nem ninguém. Só em si mesmo.