Quando você pensa que a política não pode descer abaixo de onde já desceu, ela vai lá e te surpreende. É hilário, mas também preocupante. Todos já leram sobre o caso (inclusive aqui), mas vamos resumir.

A Polícia Militar deu uma batida em uma casa na Itoupava Central onde encontrou 190 quilos de maconha, R$ 17 mil, armas de fogo, munições e prendeu três pessoas. Até aí, praticamente rotineiro. Contudo, uma das três pessoas presas era Noemi da Silva (PL), candidata a vereadora.

Em seu vídeo de campanha (ainda disponível no Instagram do diretório municipal do partido), ela diz: “Pelo direito das mulheres nos negócios. Pela saúde, saneamento básico e regularização das casas de placa amarela”. Ao que tudo indica, até agora e supostamente, o direito das mulheres nos ‘negócios’ parece se referir ao tráfico. Além de um português terrível e uma tragédia na concordância gramatical, a candidata (ou ex-candidata, ainda não se sabe como a história dantesca vai desenrolar) quer regularizar “casas de placa amarela”. Ela estaria se referindo ao que? Empresas com logotipos amarelos? Ou será que ela sequer sabia se referir à regularização fundiária usando a terminologia correta: ruas (não casas) de placa amarela. Culpa dela. Mas também culpa da péssima direção de quem gravou esses vídeo e estava desatento ou é tão ignorante em relação ao assunto (com o qual está, em partes, trabalhando) quanto ela.

O advogado, obviamente, a defende. Já foi dito que ela estava apenas acompanhando um dos acusados. Mas que companhia, hein, candidata?

Curiosamente, um conhecido e controverso advogado ligado à sigla, meses atrás, fez um vídeo atacando algumas figuras públicas blumenauenses e lhes distribuindo críticas (nem todas fundamentadas). Bem... seus alvos podem ter muitos defeitos, mas nunca foram presos por tráfico de drogas com quase 200 kg de maconha e armas cuja utilização ainda é uma incógnita.

Talvez ela seja absolvida. Talvez seja inocente. Em nesse caso, torcemos para que aprenda a andar em melhores companhias. No entanto, o que não podemos deixar de nos perguntar é: que tipo de ‘novos candidatos’ estão sendo apresentados. Os velhos já conhecemos em vícios e virtudes. Mas tráfico de drogas? Quem são, realmente, as pessoas pedindo voto.

Nos Estados Unidos há um dito popular que diz: “Better the devil you know than the devil you don't” e no Brasil foi traduzido como “Antes o mal que eu conheço do que o bem que desconheço”. Depois de tantos estelionatários eleitorais e oportunistas em 2018... começa a fazer sentido.

Seja culpada ou inocente, que seja feita a Justiça à essa jovem.