Paulo Guedes nega privatização do SUS
Foto: DivulgaçãoThursday, 29 October 2020
“Quem é o maluco de acabar com acesso universal à saúde?", questionou o ministro da Economia.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira, em reunião da comissão mista do Congresso que acompanha as ações do governo no enfrentamento à covid-19, que não tem intenção de privatizar o Sistema Único de Saúde (SUS). Em sua palavras, o processo seria uma "insanidade". Para o ministro, o momento de eleição municipal não é interessante para falar de privatizações.
As declarações ocorrem um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro revogar o decreto que autorizava estudos para realizar parcerias entre governo e iniciativa privada para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), depois que a medida foi entendida como uma tentativa de privatizar o SUS.
Segundo o ministro, foi iniciativa da secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, propor estudos de parcerias para a construção e operação de UBSs. Ele afirmou que a proposta não tem nada a ver com a privatização do SUS, como foi interpretado.
O ministro disse que Martha Seillier é uma funcionária de carreira, que está há dez anos em Brasília e atuou nos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Não se trata de alguém trazida do mercado com o propósito de privatizar o SUS, afirmou. “É uma pessoa insuspeita”, disse.
Na opinião de Guedes, Martha tentou estender a mão para ajudar Estados e municípios para concluir perto de 4.000 unidades de saúde inconclusas. “Cortaram a mão dela em três minutos”, comentou. O decreto deve ter sido “uma das dez decisões que tomamos por dia. Se fosse uma privatização, isso seria analisado, discutido.”
Guedes disse que tomou um susto com o tamanho da polêmica, da qual tomou conhecimento ontem. “Seria insanidade falar disso [privatização do SUS], afirmou. O que o governo, segundo o ministro, pensou foi em formas de ajudar mais.