Bolsonaro e aliados brincam à beira do precipício fiscal

Bolsonaro e aliados brincam à beira do precipício fiscal
Foto: Reprodução

Friday, 30 October 2020

O alerta é de empresários e de interlocutores da equipe econômica no setor privado, preocupados com o risco de deterioração do cenário econômico num momento em que o país começa a registrar sinais de otimismo em alguns setores da economia.

O governo do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no Congresso Nacional estão brincando à beira do precipício fiscal, ao não apenas postergarem a votação de medidas de ajustes das contas públicas como sinalizarem que podem adotar propostas mais voltadas a interesses políticos.

O alerta é de empresários e de interlocutores da equipe econômica no setor privado, preocupados com o risco de deterioração do cenário econômico num momento em que o país começa a registrar sinais de otimismo em alguns setores da economia.

"O presidente da República está comemorando, com razão, alguns sinais de recuperação da economia, só que ele precisa compreender que essa retomada pode ser prejudicada diante da falta de disposição do governo e de seus aliados para aprovarem medidas impopulares para colocar as contas públicas de novo nos trilhos do ajuste", disse ao blog um empresário reservadamente.

Para um interlocutor da equipe econômica, o governo e o Congresso estão deixando para agir na "última hora" por causa das eleições.

Nesta linha, a decisão desta quarta-feira (29) do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de manter a taxa de juros em 2% e de não fazer um alerta mais enfático para os riscos fiscais à frente, frustrou empresários e economistas do mercado.

Havia uma expectativa de que o Copom fizesse um alerta para a possibilidade de os juros voltarem a subir por causa da falta de disposição política em aprovar medidas na área fiscal.

A avaliação é que o BC deveria ter feito um alerta mais duro para mandar um recado principalmente para o Palácio do Planalto e aliados no Congresso.

Porém, o comunicado do banco foi numa linha classificada de "muito suave" diante de um momento de inflação em alta, dólar disparando e dificuldades para o refinanciamento da dívida pública.


>> SOBRE O AUTOR

Redação

>> COMPARTILHE